A tutela dos Direitos da Personalidade post mortem: uma análise a partir dos chatbots de pessoas falecidas
DOI:
https://doi.org/10.24067/rjfa7;21.2:1734Keywords:
artificial intelligence. Social media. Transumanism. Personality rights. Chatbots.Abstract
The objective of this article is to present some ethical-philosophical questions about social networks and the use of data inserted in social networks as a means of recreating the personality of the subject through "chatbots" and their impacts on society. The relevance of this research is presented in the reflection on the directions that transhumanism has been guiding society, which generates ethical questions about the applicability of classic concepts of human rights in social networks and new technologies and their post mortem protection. The theoretical contribution of this article can be found in the analysis of the cases of chatbots of deceased people, who reproduce their digital memory, and how such technology can affect the rights of the deceased's personality in the absence of authorization to do so, or even the lack of supervision and control by the programming platforms. In the results, it can be seen that there is a quest to immortalize life at all costs, even if it is through digital technologies. This fact leads to the need to obtain means of inspection and control of the use of people's digital memory, so that there is no virtual reproduction of a person on the networks. The hypothetical-deductive method is used in this research, based on the elaboration of some philosophical questions, as well as the technique of reading books and scientific articles that deal with the proposed theme. Finally, documentary research is applied through the analysis of related news.
References
AZEVEDO, Jefferson Cabral; ISTOE, Rosalee Santos; SOUZA, Carlos Henrique Medeiros and MARQUES, Bruna Moraes. The controversies of self – from (info)ethics to cyber terror. Jistem J.Inf.Syst. Technol. Manag. online. 2015, vol.12, n.3. pp.577-594. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807- Acesso em: 07 maio 2021
BBC. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-55717445 Acesso em 17 out.2021
BELTRÃO, Silvio Romeiro. Tutela jurídica da personalidade humana após a morte: conflitos em face da legitimidade ativa. Revista de Processo. REPRO. Vol. 247 Setembro 2015. Disponível em http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.247.07.PDF Acesso em: 10.ago.2021
BIONI, Bruno Ricardo. Proteção de Dados Pessoais: A Função e os Limites do Consentimento. São Paulo: Grupo GEN, 2021.
BITTAR, Carlos Alberto. Os Direitos da Personalidade. São Paulo: Saraiva, 2015.
SANTOS, Boaventura Sousa; MENESES, Maria Paula; NUNES, João Arriscado. Para ampliar o cânone da ciência: a diversidade epistemológica do mundo. In: Boaventura Sousa Santos (org.), Semear outras soluções: os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais. Porto: Afrontamento, 2004
BOSTROM, Nick. Superinteligência. São Paulo: Darkside, 2003.
BOSTROM, Nick. Em Defesa da Dignidade Pós-Humana. Tradução de Brunello Stancioli (UFMG), Daniel Mendes Ribeiro, Anna Rettore, Nara Pereira Carvalho Faculdade de Filosofia, Universidade de Oxford. 2005. Bioethics, v. 19, n. 3, p. 202-214. Disponível em:www.nickbostrom.com Acesso em:13 set.2021
BRASIL. Lei n. 10.406 de 2002. Código Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406compilada.htm Acesso em: 10 jun.2021
BRASIL. REsp n. 521.697-RJ. Quarta Turma. Civil. Danos Morais E Materiais. Direito à imagem e à honra de pai falecido.
Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como principal característica a sua intransmissibilidade.
Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem e a honra de quem falece, como se fossem coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente lembradas nas memórias, como bens imortais que se prolongam para muito além da vida, estando até acima desta, como sentenciou Ariosto. Daí porque não se pode subtrair dos filhos o direito de defender a imagem e a honra de seu falecido pai, pois eles, em linha de normalidade, são os que mais se desvanecem com a exaltação feita à sua memória, como são os que mais se abatem e se deprimem por qualquer agressão que lhe possa trazer mácula.
Ademais, a imagem de pessoa famosa projeta efeitos econômicos para além de sua morte, pelo que os seus sucessores passam a ter, por direito próprio, legitimidade para postularem indenização em juízo, seja por dano moral, seja por dano material.
Primeiro recurso especial das autoras parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Segundo recurso especial das autoras não conhecido.
Recurso da ré conhecido pelo dissídio, mas improvido. Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, Quarta Turma, julgado em 16.2.2006, DJ 20.3.2006
BRASIL. Resp. Recurso Especial N. 1.209.474-SP (2010/0148220-2) Recurso especial. Responsabilidade civil. Dano moral. Contrato de cartão de crédito celebrado após a morte do usuário. Inscrição indevida nos órgãos de proteção ao crédito. Eficácia post mortem dos direitos da personalidade. Legitimidade ativa da viúva para postular a reparação dos prejuízos causados à imagem do falecido. Inteligência do artigo 12, parágrafo único, do código civil. Relator: Ministro Paulo de Tarso Sanseverino Recorrente: Edson Coelho - Espólio e outro Representado por: Durvalino Coelho – Inventariante. Disponível em https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-eletronica-2013_232_capJurisprudencia.pdf Acesso em 10 jul. 2022
BRASIL. TJMG. Processo nº. 0023375-92.2017.8.13.0520. 1º Instância. Vara Única- Comarca de Pompeu. Requerente: Mirlei Maciel de Campos. Requerido: Apple Computer Brasil LTDA.
BRASIL. TJSP Apelação Cível nº 1119688-66.2019.8.26.010. 31º Câmara de Direito Privado. “Não se ignora a dor da autora frente à tragédia que se instaurou perante a sua família, e que talvez seja a mais sensibilizante das mazelas humanas. Tampouco a necessidade de procurar conforto em qualquer registro que resgate a memória de sua filha”, escreveu o magistrado. “No entanto, não há como imputar à apelada responsabilidade pelos abalos morais decorrentes da exclusão dos registros, já que decorreram de manifestação de vontade exarada em vida pela usuária, ao aderir aos Termos de Serviço da apelada, os quais, de um modo ou de outro, previam expressamente a impossibilidade de acesso ilimitado do conteúdo após o óbito.” Apelante: Elza Parecida Silva de Lima Amorim. Apelado: Facebook Serviços Online do Brasil Ltda.
BURRELL, J. How the machine ‘thinks’: Understanding opacity in machine learning algorithms Big Data & Society, 2016. Disponível em: http://ssrn.com/abstract=2660674 Acesso em: 30 ago. 2021
DE CUPIS, Adriano. Os direitos da personalidade. São Paulo: Quórum, 2008.
DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2014.
EL PAÍS. 150 demissões em um segundo. Disponível em: https://brasil.elpais.com/tecnologia/2021-10-10/150-demissoes-em-um-segundo-assim-funcionam-os-algoritmos-que-decidem-quem-deve-ser-mandado-embora.html Acesso em: 13 out.2021
FACEBOOK. Políticas de privacidade. Disponível Em: https://www.facebook.com/policy.php Acesso em: 15 out.2021
FELIPE, Bruno Farage da Costa; PERROTA, Raquel Pinto Coelho. Inteligência Artificial No Direito – Uma Realidade A Ser Desbravada. In: Revista de Direito, Governança e Novas Tecnologias, v.4, n. 1, p. 01-16, jan/jun 2018. Disponível em: https://www.indexlaw.org/index.php/revistadgnt/article/view/4136 Acesso em: 17 set. 2021.
FERRY, Luc. A revolução transumanista. São Paulo: Manole, 2018.
FRANÇA, Rubens Limongi. Instituições de direito civil. São Paulo: Saraiva, 1996.
HABERMAS, Jurgen. O futuro da natureza humana. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
HOFFMANN-RIEM, Wolfgang. Controle do comportamento por meio de algoritmos: um desafio para o Direito. Direito Público, [S.l.], v. 16, dez. 2019. ISSN 2236-1766. Disponível em: <https://portal.idp.emnuvens.com.br/direitopublico/article/view/3647>. Acesso em: 13 abr. 2020.
KELLER, Maren. Patrimônio digital no Facebook: O que acontece com os dados de usuários falecidos do Facebook? PC SPEZIALIST. Disponível em: <https://www.pcspezialist.de/blog/2019/05/10/digitales-erbe-facebook/> Acesso em: 10 out.2021
MONTAGNOLI, Carlos Luciano. Além do teste de Turing: Em busca de uma definição razoável e testável de consciência. Guairacá- Revista de Filosofia. V.34 n.1, 2018. Disponível em: https://revistas.unicentro.br/index.php/guaiaraca/article/view/5565. Acesso em: 14 abr. 2020.
MORE, Max. Trashumanism: Towards a Futurist Philosophy. Copyright 1990, 1996 Disponível em: https://www.ildodopensiero.it/wp-content/uploads/2019/03/max-more-transhumanism-towards-a-futurist-philosophy.pdf Acesso em: 18 out.2021
OLHAR DIGITAL. Empresa desliga chatbot após homem simular conversa com esposa morta. Disponível em: https://olhardigital.com.br/2021/09/19/seguranca/empresa-desliga-chatbot-homem-simular-conversas-noiva-morta/ Acesso em: 15 out.2021
PINHEIRO, Patrícia Peck. Direito Digital. São Paulo: Grupo Gen, 2016.
RODOTÀ, Stefano. Pós-Humano. Tradução de Carlos Nelson Konder. Revista Brasileira de Direito Civil – RBDCivil, BeloHorizonte, v. 27, p. 113-144. jan./ mar. 2021. Disponível em: https://rbdcivil.ibdcivil.org.br/rbdc/article/view/712 Acesso em: 06 jun.2021
ROVER, Aires José. Informática no Direito: Inteligência Artificial. Curitiba: Juruá, 2001.
RUSSELL, Stuart J.; NORVIG, Peter. Artificial Intelligence: A Modern Approach. 2a ed. New Jersey: Prentice Hall, 2003.
San Francisco Chronicle. T E C H. Listen: late Listen: Arti late fiancee. Disponível em: https://www.sfchronicle.com/tech/article/Listen-Artificial-intelligence-helped-him-grieve-16333438.php Acesso em: 17 out.2021.
SIBILIA, Paula. O homem pós-orgânico: A alquimia dos corpos e das almas à luz das tecnologias digitais. 2. ed. Rio de Janeiro: 2015.
SILVA, Fabrício Machado da. Et al. Inteligência artificial. Revisão técnica: Carine Webber. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
TEPEDINO, Gustavo. OLIVA, Milena Donato. Fundamentos de direito civil: Teoria Geral do direito civil. São Paulo: Ge/Forense, 2020.
TERRA. Robôs confundem humanos e passa no teste de Turing pela 1º vez. 26 set 2012. Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/robos/robo-confunde-humanos-e-passa-no-teste-de-turing-pela-1-vez,95188947c52ea310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html Acesso em: 05 maio 2020.
TOMASEVICIUS FILHO, Eduardo. Inteligência artificial e direitos da personalidade. Revista da Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, v. 113, p. 133-149, 21 dez. 2018.
VILAÇA, Murilo Mariano. DIAS, Maria Clara Marques. Transumanismo e o futuro
(pós) humano. Physis- Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 24 p.341-362, 2014 Disponível em: https://www.scielo.br/j/physis/a/DYHLLVwkzpk6ttN3mkr7Gdw/?format=pdf&lang=pt Acesso em: 17 out.2021.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Jaqueline da Silva Paulichi, Valéria Silva Galdino Cardin

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Authors declare that
a) the contribution is original and unpublished and that it is not in the process of being evaluated in another journal,
b) they are fully responsible for the opinions, ideas and concepts emitted in the texts;
c) authorize the editors of FA7LR to make textual adjustments and adequacy of the article to the norms of publication;
d) in case of acceptance, FA7LR holds the right of first publication, under CreativeCommons Attribution-NonCommercial-Share-Alike 4.0 International license.
The authors remain with the reproduction, in whole or in part, with the necessary recognition of the initial publication, either for exclusive distribution or for online distribution, for non-commercial purposes, and the same license rules are guaranteed.