CONSTRUÇÃO DA CULTURA ENERGÉTICA DO GÁS DE XISTO NA CHINA: PERSPECTIVAS DE UMA SUSTENTABILIDADE INSUSTENTÁVEL
Resumo
A pesquisa pretende apresentar o gás de xisto como um recurso energético atrelado aos sentidos de eficiência e independência energética, mas de potenciais impactos ambientais. Por suas particularidades no cenário geopolítico, discorre-se acerca dos investimentos da China para criação de uma cultura energética baseada em gás não convencional – também como forma de mitigar o entrave internacional relacionado às mazelas climáticas. Não obstante, a partir do método hipotético-dedutivo, realizou-se a problematização do desenvolvimento sustentável chinês pautado no gás de xisto, vez que os danos socioambientais advindos com a atividade colocam em risco a efetivação de direitos de ordem humana. O presente trabalho se propõe, portanto, a questionar: a opção pela exploração e utilização de gás de xisto na China pode ser interpretada como um caminho insustentável para a sustentabilidade?
Referências
BICO, António Jorge Vale. Shale Gás: Tecnologia, Mercado, Impactos. Dissertação de Mestrado. Universidade de Coimbra, 2014. Disponível em: https://estudogeral.sib.uc.pt/bitstream/10316/41694/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o_Ant%C3%B3nioBico.pdf. Acesso em: 11 set. 2018.
BJORKUM, Ida. China in the international politics of climate change: a foreign policy analusis. The Fridtjof Nansen Institute, 2005. Disponível em: https://www.fni.no/publications/china-in-the-international-politics-of-climate-change-a-foreign-policy-analysis-article753-290.html. Acesso em: 11 set. 2018.
BOFF, Leonardo. Crítica ao modelo padrão de sustentabilidade. LeonardoBOFF.com. 2012. Disponível em: https://leonardoboff.wordpress.com/2012/01/29/critica-ao-modelo-padrao-de-sustentabilidade/. Acesso em: 08 nov. 2018.
BOUDET, H. et all. Fracking controversy and communication: Using national survey data to understand public perceptions of hydraulic fracturing. Energy Policy, v. 65, fev. 2014. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0301421513010392. Acesso em: 11 set. 2018.
BULZICO, Bettina, GOMES, Eduardo B. Soberania, cooperação e o direito humano ao Meio Ambiente. In GOMES, Eduardo B., BULZICO, Bettina (orgs.) Sustentabilidade, desenvolvimento e democracia. Ijuí, Ed. Unijuí, p. 49-70, 2010.
CUNHA, André Moreira. A Economia Política do Milagre Chinês. Anais do Encontro Nacional de Economia, 2008. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/30303. Acesso em: 16 set. 2018.
DAVIES, Richard et al. Oil and Gas Wells and Their Integrity: Implications for Shale and Unconventional Resource Exploitation. Marine and Petroleum Geology, 2014. Disponível em: http://www.refine.org.uk/publications/papers/. Acesso em: 11 set. 2018.
DESCARTES, René. Discours de la methode de bien conduire as raison et chercher la verité dans les sciences. In: Euvres et letres. Paris: Gallimard, 1952.
DONG, Dazhong et al. Suggestions on the development strategy of shale gas in China. Journal of Natural Gas Geoscience, v. 1, n. 6, 2016. Disponível em: https://ac.els-cdn.com/S2468256X16300815/1-s2.0-S2468256X16300815-main.pdf?_tid=bc84fcf8-944f-4f06-bedb-14bddaae0c7e&acdnat=1539302179_b08e503ed4700fd69c15f939a1ed496b. Acesso em: 11 out. 2018.
FREITAS, Vladimir Passos de. A Constituição Federal e a efetividade das normas ambientais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. p. 27.
FREUD, Sigmund. O futuro de uma ilusão, o mal-estar na civilização e outras obras. Trad. W.D. Robson Scott. Rio de Janeiro: Imago, 2008.
GUO, Meiyu et al. Prospects for shale gas production in China: Implications for water demand. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 66, nov-dez, 2016. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1364032116304580#bibliog0005. Acesso em: 11 out. 2018.
HEIDEGGER, Martin. Os conceitos fundamentais da Metafísica. Trad. Marco Antônio Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1992.
HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HUNG, M. TSAI, T. Dilemma of choice: China’s response to climate change. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 55, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292012000300007. Acesso em: 08 out. 2018.
LAGE, Elisa Salomão et al. Gás não convencional: experiência americana e perspectivas para o mercado brasileiro. BNDES Setorial, v. 37. p. 33-88, 2013. Disponível em: https://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Galerias/Convivencia/Publicacoes/Consulta_Expressa/Tipo/BNDES_Setorial/201303_02.html. Acesso em: 16 set. 2018.
MA, Yongsheng; XUNYU, Cai; PEIRONG, Zhao. China’s shale gas exploration and development: Understanding and practice. Petroleum Exploration and Development. v. 45, n. 4, ago./set. 2018. Disponível em: https://ac.els-cdn.com/S187638041830065X/1-s2.0-S187638041830065X-main.pdf?_tid=a01e5973-8455-4050-b149-bfdc77ffba17&acdnat=1536672393_00fb9d9103a05f8f2d0e589616ab65df. Acesso em: 11 set. 2018.
MELLO, Leonel Itaussu Almeira. John Locke e o individualismo liberal. In: WEFFORT, Francisco C. (org.). Os clássicos da Política. vol. 1, São Paulo: Ática, 2001.
MOTA, Carlos Renato. As principais teorias e práticas de desenvolvimento, 2017 In BURSZTYN, Marcel. A difícil sustentabilidade: política energética e conflitos ambientais. Rio de Janeiro: Garamond, 2017.
PINTO, João Batista Moreira. COSTA, Alexandre Bernadino. O projeto dos direitos humanos, o meio ambiente e a sustentabilidade. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2014.
RIBEIRO, José Félix. O reposicionamento da China: geoeconomia, geopolítica e estratégia. Revista Relações Internacionais, n. 38, pp. 35-43, 2013. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992013000200004. Acesso em: 11 set. 2018.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Org. de Paula Yone Stroh. Rio de Janeiro: Garamond, 2002.
SIMIONI, Rafael Lazzarotto. Princípios do Direito da Energia e integração com o direito ambiental. Revista de Direito Ambiental, vol. 47. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007, p. 96-120.
STAMFORD, Laurence; AZAPAGIC, Adisa. Life cycle environmental impacts of UK shale gas. Applied Energy, v. 134, p. 506-518, dez, 2014. Elsevier BV. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.apenergy.2014.08.063. Acesso em: 11 set. 2018.
SMITH, Adam. A riqueza das nações. 3 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2017.
THOMAS, Pierre. Le gaz de schiste: géologie, exploitation, avantajes et inconvenientes. Planet Terre Ens Lyon. Laboratoire de Géologie de Lyon, 2011. Disponível em: http://www.amisdelaterre40.fr/spip/IMG/pdf/Planet_Terre_ENS_Lyon_GS_geologie_exploitation_avantage_inconvenients_060411.pdf. Acesso em: 10 set. 2018.
THOMÉ, Romeu; DIZ, Jamile Bergamaschine Mata. Princípio da Precaução: Definição de balizas para a prudente aplicação. Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, Belo Horizonte, v. 15, n. 32, set. 2018.
VEIGA, Eli da Veiga. Os desafios do desenvolvimento sustentável no Brasil. In PADUA, José Augusto (org). Desenvolvimento, Justiça e Meio Ambiente. Belo Horizonte: Ed. UFMG; SP: Peirópolis, p. 151-169, 2009.
WEFFORT, Francisco C. Marx: Política e Revolução. In: WEFFORT, Francisco C. (org.). Os clássicos da Política. vol. 2, São Paulo: Ática, 2001.
YANG, Hong et al. Water requirements for Shale Gas fracking in fuling, Chongquing, Southwest China. Energy procedia, v. 76, 2015. Disponível em: https://ac.els-cdn.com/S1876610215016380/1-s2.0-S1876610215016380-main.pdf?_tid=81cb4809-bd0c-4b3f-a63c-4499bbdcd641&acdnat=1539300969_d5ba57a5800576b68f2462f89ebd4321. Acesso em: 11 out. 2018.
Copyright (c) 2019 Pedro Henrique Moreira da Silva, Romeu Thomé
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
O(s) autor(es) declara(m) que
a) a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra revista;
b) são integralmente responsáveis pelas opiniões, ideias e conceitos emitidos nos textos;
c) autorizam aos editores da RJFA7 a proceder ajustes textuais e de adequação do artigo às normas da publicação;
d) em caso de aceitação, a RJFA7 detém o direito de primeira publicação, sob licença CreativeCommons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
Os autores permanecem com os direitos autorais, sendo permitida a reprodução, no todo ou em parte, com o necessário reconhecimento da publicação inicial, seja para distribuição exclusiva, seja para distribuição online, para propósito não comercial, garantindo-se as mesmas regras de licença.
Authors declare that
a) the contribution is original and unpublished and that it is not in the process of being evaluated in another journal,
b) they are fully responsible for the opinions, ideas and concepts emitted in the texts;
c) authorize the editors of FA7LR to make textual adjustments and adequacy of the article to the norms of publication;
d) in case of acceptance, FA7LR holds the right of first publication, under CreativeCommons Attribution-NonCommercial-Share-Alike 4.0 International license.
The authors remain with the reproduction, in whole or in part, with the necessary recognition of the initial publication, either for exclusive distribution or for online distribution, for non-commercial purposes, and the same license rules are guaranteed.