DESAFIO BRAILLE

DO TOQUE AO SOM

Abstract

O domínio da leitura e da escrita representa, para as pessoas com deficiência visual, uma porta de entrada para um mundo cada dia mais grafocêntrico. Nessa direção, o aprendizado do Braille torna-se imprescindívelpara que o leitor cego tenha contato imediato com a grafia das palavras. Ocorre que em virtude da falta de variação metodológica, o aprendizado do sistema Braille, torna-se enfadonho para os alfabetizandos, já que a apreensão desse sistema exige, para além das capacidades requeridas na alfabetização convencional, habilidades táteis, dentre outras.Neste cenário, as tecnologias assistivas digitaissurgempara oportunizar alternativas de variação didático/metodológicas no processo de alfabetização de pessoas cegas.Compreendendo a importância do uso das ferramentas digitais acessíveis no processo de alfabetização de deficientes visuais, esta investigação tem como objetivo analisar a aplicação das tecnologias assistivas digitais no processo de  alfabetização e letramento de jovens e adultos com deficiência visual por meio da criação, aplicação e avaliação de um jogo computacional denominado Desafio Braille. Os sujeitos dessa pesquisa foram alunos com deficiência visual, em reabilitação e/ou inseridos na modalidade EJA.A abordagem qualitativa norteou a investigação, que foi orientada pela técnica de pesquisa exploratória. Foram gravadas e analisadas as sessões de aplicação do jogo criado pelos pesquisadores. O estudo revelou que a microgênese (Vygotski, 1934/2010) tem grande influência no sistema de representação preferido pelo aprendiz, assim como no seu estilo de aprendizagem quando da interação com a ferramenta desenvolvida pelos pesquisadores. A pesquisa demonstrou ainda que o jogo de computador utilizado promove a utilização, em concomitância,de parâmetros visuais, auditivos e cinéticos. A dinâmica dessas três modalidades de semiotização do pensamento é crucial na aquisição do sistema Braille pelas pessoas de deficiência visual.