A Positividade da Transexualidade nas Práticas de Medicalização do Corpo
Palavras-chave:
Trans., Biopolítica, Sistema Único de Saúde, PsicologiaResumo
Este trabalho trata das nuances da transexualidade frente ao cuidado pelo SUS (Sistema Único de Saúde), considerando a questão da medicalização dos corpos, fundado no biopoder, estudado por Foucault. A ideia central do trabalho é a de expor as práticas de saúde pública no cuidado de indivíduos transexuais investigando inserção do papel da psicologia nesse contexto, a fim de entender as políticas de saúde ofertadas pelo Estado, bem como identificar as formas de normatização dos corpos. O método utilizado é uma pesquisa exploratória, a fim de se delimitar o problema de investigação com êxito, usando como busca de informações bases de dados digitais e livros, tendo como descritores as palavras medicalização, trans e saúde pública. O estado da arte deste trabalho se dá pelas definições de transexualidade, do cuidado no SUS com esse sujeito e as formas de como a biopolítica medicaliza os corpos, tendo como autores principais Michel Foucault e Berenice Bento. A discussão foi levada a partir da forma como a psicologia ocupa-se dos sujeitos, buscando meios de tangenciar os efeitos da medicalização dos corpos trans pelo esquadrinhamento biopolítico em outros âmbitos, se fazendo pensar na subjetividade dos transexuais. Ademais, foi notado que esse olhar sensível às instâncias das pessoas trans ficam não somente no campo biológico, mas nas outras esferas de acolhimento da população, a fim de diminuir o sofrimento psíquico e manter a autonomia nas formas de viver.
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