EMBATE ENTRE MOVIMENTO GLBTI E BANCADA EVANGÉLICA EM UM LUGAR DENOMINADO BRASÍLIA OU SERIA BRASIL?

  • Maria de Fátima Bezerra Seduc /Ce
  • Karine Lima Verde Peixoto
  • Fábia Geisa Amaral Silva
Palavras-chave: Movimento LGBTI. Bancada Evangélica. Políticas Públicas. Embate.

Resumo

Este artigo lança um olhar/reflexão sobre as conquistas do movimento LGBTI, frente ao embate promovido pelos parlamentares da bancada evangélica, em tentativa de frear essas conquistas. Esta reflexão toma como ponto norteador os fatos ocorridos no Distrito Federal entre os dias 23/06/2017 e 01/10/2017 em que a Lei Distrital 2.615/2000 e a Portaria 277/2017 eram normatizadas após dezessete anos, pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e que estabelecem punições para ações de homofobia, ao passo que a bancada evangélica, em evento externo à Câmara Legislativa, aprova projeto de decreto legislativo, derrubando a legislação. A intenção deste artigo foi olhar a trajetória do movimento LGBTI e a construção de direitos sociais e as tensões presentes no diálogo e na interlocução com a bancada evangélica. Ao destacar o processo de lutas, buscas e conquistas, o texto destaca a relação conflituosa Policy x Politics em que pode ser compreendido como espaço onde ocorrem as políticas públicas de cultura e, de um outro, política como luta pelo poder. Ao discutir os avanços do movimento LGBTI, o texto destaca os desafios a serem superados no campo do embate político-ideológico.

Referências

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Publicado
03-01-2019