A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE ADMINISTRAÇÃO SOBRE A RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA: UM ESTUDO EM IES PARTICULAR DA CIDADE DE FORTALEZA/CE
Aline de Oliveira Sindeaux
Graduanda do Curso de Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7).
Roseilda Nunes Moreira
Professora adjunta do curso de Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Doutora em Administração de Empresas pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Mestre em Administração de Empresas pela UNIFOR. Especialista em Gestão Estratégica de Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Graduada em Administração pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Professora de cursos de pós-graduação da UNI7.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a percepção dos estudantes de
administração sobre a responsabilidade social corporativa (RSC). Para tal, foi
feita uma revisão de literatura abordando o conceito de RSC e, em seguida,
foram apresentados os princípios da responsabilidade social proposto pela norma
ISO 26000. A pesquisa de campo ocorreu por meio da aplicação de um questionário
estruturado com perguntas abertas e semiabertas com vinte alunos de graduação
em administração de uma Instituição de Ensino Superior particular da cidade de
Fortaleza/CE. Os resultados obtidos mostraram que os estudantes, embora não
possuam conhecimento aprofundado sobre o assunto, entendem o que é a
responsabilidade social e que comportamentos as empresas devem adotar para
serem consideradas socialmente responsáveis, tais como agir com ética e
transparência, respeitar os direitos humanos e garantir a saúde e bem estar de
seus colaboradores.
PALAVRAS-CHAVE: Estudantes. Empresas.
Responsabilidade Social Corporativa. Stakeholders.
ABSTRACT
This paper aims to
analyze the perception of corporate management students of a higher education
institution (IES) on corporate social responsibility (CSR). For this, a
literature review was carried out on the concept of CSR and then the principles
of social responsibility proposed by ISO 26000 were presented. Field research
was carried out through the application of a structured questionnaire with open
and semi- opened in 20 undergraduate students in administration of a Higher
Education Institution. The results show that students, although they do not
have in-depth knowledge on the subject, understand what social responsibility
is and what behaviors companies should adopt to be considered socially
responsible such as acting with ethics and transparency, respecting human
rights and ensuring the health and well-being of its employees.
KEYWORDS: Companies. Corporate social responsibility. Students. Stakeholders.
As intensas transformações sociais que vem ocorrendo no mundo
estão diretamente relacionadas às empresas, sejam elas as responsáveis diretas
pelos acontecimentos, no caso dos impactos que suas atividades causam em todos
os envolvidos, ou só parte afetada das mudanças socioculturais, econômicas e
ambientais (MATHIS ADRIANA; MATHIS ARMIN, 2012).
É perceptível que essas mudanças têm se acelerado a cada ano e as
ações das organizações, que há décadas só repercutiam na sociedade local, hoje
reverberam por todos os continentes, podendo ser uma forte ameaça para essas
instituições (DIAS, 2012).
Além disso, o aumento da disponibilidade de comunicação permite
que os indivíduos e organizações tenham maior facilidade em saber sobre as
decisões e atividades das empresas em qualquer lugar do mundo, tornando a
sociedade observadora ferrenha das práticas empresariais, exigindo que elas
sejam executadas de forma ética, justa e responsável. É por esses e outros
motivos que as organizações estão cada vez mais conscientes da responsabilidade
que devem ter com seus clientes, fornecedores, funcionários, comunidade e
demais entes que com ela se relacionam (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2010).
Diante desse contexto, a classe empresarial transformou em
oportunidade aquilo que até então era considerado um problema e tornou a
responsabilidade social corporativa uma estratégia para aumentar o lucro e
fortalecer seu desenvolvimento, pois uma gestão sustentável é considerada
vantagem competitiva pelos administradores, já que os consumidores procuram
produtos e serviços de empresas que possuam práticas de melhoria da comunidade
e do meio ambiente (ASHLEY, 2003).
Outro aspecto positivo na adoção de política de responsabilidade
social é a sua influência quanto a aquisição e retenção de talentos,
principalmente jovens, pois o comportamento dos empregadores e a coerência
entre a imagem que a empresa quer passar para a sociedade e a sua prática, são
extremamente relevantes na hora de reter profissionais qualificados (COHEN,
2017).
Isso mostra que a responsabilidade social corporativa é um assunto
organizacional, mas também acadêmico, pois as políticas e ações de
responsabilidade social a serem adotadas pelas empresas dependem de como seus
gestores percebem o tema e do nível de conhecimento que possuem acerca de seus
conceitos e princípios. Além do que, é esse entendimento que vai garantir que
as empresas utilizem as práticas de RSC de forma coerente, aliando o discurso à
prática (SILVA; CHAUVEU, 2011).
Tendo em vista que a responsabilidade social está totalmente
atrelada à gestão do negócio que seus administradores geralmente adquirem os
conhecimentos acerca da gestão de negócios no meio acadêmico, este estudo
levanta a seguinte questão: como os estudantes do curso de administração de IES
particular de Fortaleza/Ce enxergam a responsabilidade social corporativa?
Para responder a essa pergunta, a presente pesquisa busca analisar
a percepção dos alunos do curso de administração de IES particular de
Fortaleza/Ce sobre a responsabilidade social corporativa, além de descrever os
processos e identificar os princípios e práticas da responsabilidade social
corporativa.
Para garantir sua inteira compreensão, este artigo foi dividido
entre esta introdução, a abordagem teórica, o estudo empírico com a obtenção
dos resultados e as considerações finais.
Por meio da pesquisa bibliográfica, foram apresentados, sob a
ótica de diversos autores, os processos conceituais e históricos da
responsabilidade social e trazidos os princípios da RSC estabelecidos pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Na pesquisa de campo,
foi formulado pelo pesquisador um questionário com questões e abertas e
semiabertas com utilização de escalas de likert,
acerca do tema estudado, de forma qualitativa e quantitativa, das quais foram
extraídas as informações necessárias para mensurar a percepção dos alunos do curso de
administração sobre a responsabilidade social corporativa.
Os resultados obtidos
foram analisados e interpretados, levando a pesquisadora ao entendimento da
percepção desse grupo de indivíduos sobre os conceitos de responsabilidade
social corporativa. Esses resultados indicaram que os
estudantes não possuem um entendimento abrangente e aprofundado sobre o tema,
mas entendem que a RSC está relacionada com a importância que a empresa dá aos
impactos que causam e como agem para minimizá-los.
“Responsabilidade
de um agente refere-se à obrigação de responder pelas consequências previsíveis
de suas ações em virtude de leis, contratos, normas de grupos sociais ou de sua
convicção íntima” (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2012, p. 2).
No caso
das empresas, muitas são as ideias e conceitos sobre responsabilidade social.
Há quem acredite que ela se limita ao cumprimento das leis, outros julgam que
se trata de um comportamento socialmente responsável e ético e existem aqueles
que defendem que a RSC é uma contribuição voluntária e caridosa visando o
bem-estar da sociedade que os circunda (ASHLEY, 2003).
Os
economistas neoclássicos, na década de 70, baseavam-se no conceito de
propriedade privada e defendiam que a responsabilidade social da empresa estava
diretamente relacionada à maximização dos lucros e aumento da produtividade
(DIAS, 2012).
A
própria instalação da empresa em uma determinada localidade já era, por si só,
considerada uma responsabilidade social, visto que a empresa gerava emprego,
garantindo as condições mínimas de sobrevivência a uma parcela da população
(SILVA, 2017).
À medida
que as discussões acerca da responsabilidade social foram se aprofundando, seu
conceito passou a questionar os impactos negativos que as operações das
organizações causavam na sociedade trazendo à tona a necessidade de elas se
responsabilizarem por eles (COHEN, 2017).
Tendo
esse conceito como pressuposto, pode-se estabelecer que, a responsabilidade
social é o compromisso da organização com a sociedade, em que assume obrigações
de caráter moral, por meio de ações que afetem positivamente a coletividade e
que possam contribuir para a sustentabilidade dos povos (ASHLEY, 2003).
A
abordagem conceitual do século XXI acredita que as empresas devem prestar
contas de suas atividades a todas as partes interessadas que são afetadas por
sua operação e com as limitações do planeta. Os empresários deveriam gerir a
empresa visando os interesses de seus stakeholders,
pois assim obteriam um maior desempenho social e financeiro (KITAHARA, 2012).
O
desafio organizacional ultrapassou os limites da liderança empresarial pautadas
apenas na busca de um equilíbrio entre a oferta e a demanda, passando a ser
exigido do setor produtivo uma responsabilidade maior, uma liderança social que
busque o equilíbrio entre as expectativas dos stakeholders e a capacidade da empresa em atendê-las (DIAS,
2012).
Stakeholders, também conhecido como parte interessada,
são entidades que influenciam a gestão das empresas, pois são afetadas pelas
suas decisões e atividades. São exemplos de stakeholders,
os acionistas, funcionários, fornecedores, comunidade, governo e meio ambiente
(INSTITUTO ETHOS, 2017).
Em
linhas gerais, a responsabilidade social está vinculada a uma gestão ética e
transparente da empresa com os públicos com as quais ela se relaciona, visando
preservar os recursos naturais e culturais para as gerações posteriores,
respeitar a diversidade e reduzir as desigualdades sociais (INSTITUTO ETHOS,
2017).
A
filantropia caracteriza-se como qualquer investimento fora dos objetivos
essenciais da empresa em apoio às demandas sociais (BARBIERI; CAJAZEIRAS,
2012).
O
conceito de responsabilidade social e filantropia são, muitas vezes,
confundidos, pois a primeira se originou das ações filantrópicas que os
empresários praticavam, retribuindo à sociedade parte dos ganhos adquiridos
(OLIVEIRA, 2008).
A
filantropia não está diretamente relacionada aos negócios da empresa e sim a
uma ação assistencialista de caráter caritativo e temporário. Adotar uma
atitude filantrópica não garante que a empresa respeita o meio ambiente ou
cumpre as legislações trabalhistas (TENÓRIO, 2006).
A
responsabilidade social, por sua vez, é considerada uma ação estratégica da
empresa que tem por finalidade incorporar aos seus negócios as demandas do
público com o qual se relaciona, transformando a realidade social. Além disso,
a RSC busca retorno social, tributário e institucional dos seus investimentos
(BORDIN; PASQUALOTTO, 2013).
Ao longo da metade do século XX, as ações
sociais praticadas pelos empresários tinham o caráter caritativo e filantrópico
(DIAS, 2012).
Na
década de 1990, o conceito de RSC surge, resultado de provocações às lideranças
sociais sobre o papel das organizações em uma sociedade globalizada e fica
estabelecido que as empresas devem ser responsáveis por seus impactos,
econômico, social e ambiental (PAIVA, 2016).
Tanto a
filantropia como a responsabilidade social trazem benefícios à sociedade, porém
é preciso desmistificá-las entendendo que, a primeira tem caráter pontual,
assistencialista e voluntário enquanto a segunda faz parte da estratégia de
gestão do negócio e dura o tempo em que a empresa existir (OLIVEIRA, 2008).
A
responsabilidade social corporativa e seus impactos nas empresas tem sido tema
de diversos debates e estudos no meio acadêmico e organizacional nos últimos
anos (HELENO, 2008).
Para
consolidar esses debates, em 2010 estiveram reunidos especialistas de diversos
países e segmentos da sociedade para debater o assunto, findando na construção
de uma norma técnica ISO não certificável para orientar as organizações a
adotarem práticas que contribuam para o desenvolvimento sustentável (DEUS,
2014).
A norma
técnica traz, além de outros temas, sete princípios norteadores que as empresas
devem adotar em sua estratégia de gestão. São eles: prestação de contas; transparência;
comportamento ético; respeito pelo interesse dos stakeholders; respeito pelo estado de direito; respeito pelas
normas internacionais de comportamento e respeito pelos direitos humanos.
A
prestação de contas é o princípio do qual a organização deve se responsabilizar
pelos impactos que suas atividades e decisões causam na sociedade, na economia
e no meio ambiente, principalmente se forem negativos, e devem apresentar as
medidas para evitarem repetições desses impactos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2010).
Uma das
maneiras de formalizar a prestação de contas é por meio da norma padrão de
monitoramento e verificação, Social
Accountability 8000 (AS 8000) que estabelece metas para certificar o
desempenho das empresas em relação a sua conduta nas áreas baseadas nos
direitos humanos internacionais (DIAS 2012).
A
prática de revelar para a sociedade suas ações e decisões tem se tornado uma
importante estratégia dos gestores para garantir a perenidade e
sustentabilidade da organização (PORTUGAL et
al., 2015) e melhorar sua
reputação diante dos stakeholders por
meio da adoção de um comportamento ético e transparente (CRUZ; LIMA, 2010).
Decorrente
da necessidade desse tipo de conduta, a transparência é também um dos
princípios contemplados na norma e estabelece que a organização divulgue de
forma clara, precisa e completa suas políticas, decisões e atividades,
identificando seus impactos previstos e prováveis (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2010).
Seu
significado ultrapassa os limites da simples divulgação de informações, sendo
também um instrumento de consulta da empresa aos seus stakeholders sobre suas expectativas e opiniões e estas devem ser
levadas em consideração no momento da tomada de decisões (ALMEIDA, 2002).
Essas
informações devem estar acessíveis, disponíveis e ser de fácil compreensão,
para que qualquer parte interessada possa consultá-las e fiscalizar se as ações
estão sendo feitas conforme o acordado (DIEZ, 2017).
Tais
informações podem ser disponibilizadas por meio de relatórios de diversas áreas
tais como, financeira, estratégica, ambiental e social, contendo dados
obrigatórios e voluntários, de caráter quantitativo ou qualitativo com
resultado negativo ou positivo (CRUZ; LIMA,
2010).
A
prestação de contas e a transparência da organização, para serem legítimas,
devem surgir como consequência de um comportamento ético adotado pela empresa e
não como uma estratégia de comunicação, por isso, o comportamento ético se
configura na norma como um dos princípios da RSC (PERES-NETO, 2014).
A ética
em seu sentido mais amplo trata sobre o modo de ser dos indivíduos e sobre o
seu caráter (SANTOS, 2017). Essas regras voltadas para o norteamento do
comportamento humano podem se diferenciar de acordo com o grupo social ou com o
passar do tempo, levando em consideração costumes e crenças (BARBIERI;
CAJAZEIRA, 2012).
No
âmbito organizacional, a ética está relacionada em como irá definir sua conduta
futura, baseada no seu passado (SANTOS, 2017).
É
conveniente que o comportamento ético seja pautado na honestidade, integridade
e equidade e gere preocupação e cuidado com os seres humanos e meio ambiente,
estando os gestores comprometidos a lidarem com os impactos gerados pela
operação da empresa (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010).
A ética
corporativa está relacionada com a capacidade da empresa em equilibrar seus
interesses pessoais com os interesses de seus stakeholders utilizando sua capacidade econômica e produtiva para
contribuir com o desenvolvimento social e em consequência fortalecer sua imagem
e reputação diante de seus consumidores (BORDIN; PASQUALOTTO, 2013).
“Uma
organização deve comportar-se eticamente todo o tempo. Basear permanentemente
seu comportamento na ética da honestidade, da equidade e da integridade,
atendendo às expectativas de seus stakeholders”
(DIAS, 2012, p. 134).
Um outro
princípio da RSC é o respeito pelos interesses dos stakeholders e para cada um deles, a empresa deve adotar uma
estratégia para atender à sua expectativa (ASHLEY, 2003).
É
necessário, antes de mais nada, conhecê-los e levar, verdadeiramente, em
consideração seus direitos e preocupações, agindo de forma a atender suas
necessidades durante o processo de tomada de decisão (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2010).
O
governo e sua jurisprudência é um stakeholder
comum a todas as organizações e a necessidade de fazer com que elas sejam
genuinamente responsáveis faz com que o respeito pelo estado de direito seja um
princípio norteador da RSC (DEUS, et al. 2014).
Para que
uma empresa seja socialmente responsável ela precisa, acima de todas as
estratégias, cumprir a lei vigente e aplicável à sua realidade. Embora o
cumprimento das leis seja uma obrigação de todas as empresas, existem
organizações que se dizem responsáveis, porém deixam de cumprir com algumas
jurisprudências (DIAS, 2012).
Para
evitar dúvidas ou brechas quanto ao conceito de responsabilidade social
corporativa, a Associação Brasileira de Normas Técnicas, que trata sobre a
responsabilidade social, incluiu como um dos seus princípios a obrigatoriedade
pelo respeito ao estado de direito. “Convém que uma organização aceite que o
respeito pelo estado de direito é obrigatório” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2010, p. 13).
Nos
casos em que a legislação nacional não apresentar normas de proteção
socioambiental, as organizações devem respeitar as normas internacionais de
comportamento, pois elas estão pautadas em problemas de maior impacto e são
imparciais quanto à realidade local (DEUS at
al., 2014).
O
cumprimento das determinações internacionais contribui para a transformação de
uma realidade superior e permitem a maior aproximação da empresa e do país em
que ela se localiza com o real sentido de desenvolvimento sustentável (DIAS,
2012).
Os
princípios abordados anteriormente desembocam em um último princípio que é o do
respeito aos direitos humanos, que nada mais é do que a garantia da vida,
liberdade e dignidade das pessoas (INSTITUTO ETHOS, 2017).
O
respeito a esses direitos por parte das organizações dá a ela uma imagem
positiva na sociedade, contribui para a atração e retenção de talentos, além de
evitar protestos, greves e boicotes (PAIVA, 2016).
Se uma
corporação tem como valor a ética e a responsabilidade com aqueles com que se
envolve, direta ou indiretamente, ela deve, de forma natural e espontânea,
respeitar os direitos humanos (BORDIN; PASQUALOTTO, 2013).
Deve
também evitar qualquer tipo de discriminação e eliminar todo tipo de trabalho
forçado e infantil, pois cada atitude contrária poderá comprometer a reputação
da empresa (CRUZ; LIMA, 2010).
Além
disso, deve reconhecer sua importância e universalidade e contribuir para a
promoção dos direitos estabelecidos na Carta Internacional de Direitos Humanos
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010).
“Quando
uma pesquisa busca descrever uma realidade, sem nela interferir, damos o nome a
ela de pesquisa descritiva” (APPOLINÁRIO, 2012, p.62). Por outro lado, a
pesquisa exploratória objetiva proporcionar uma maior aproximação com o
problema, gerando um levantamento de hipóteses que serão respondidas por meio
das pesquisas bibliográficas e estudo de casos. Dessa forma, quanto aos
objetivos a presente pesquisa é exploratória-descritiva, pois utiliza estudos
teóricos sobre o tema em questão e analisa a percepção dos estudantes de
administração de empresas sobre a responsabilidade social (MATIAS-PEREIRA,
2012).
No que
diz respeito aos procedimentos, a pesquisa é do tipo bibliográfica, pois busca
referencial teórico em estudos reconhecidos pela comunidade científica,
principalmente de livros, artigos, periódicos e material disponibilizado na
internet (MATIAS-PEREIRA, 2012).
Quanto
ao local, a pesquisa utilizada é a de campo, pois busca levantar dados no local
em que o evento ocorre. Esse tipo de pesquisa pode utilizar tanto técnicas de
observação direta intensiva, tais como observação e entrevista, como observação
direta extensiva como formulários, questionário (MARCONI, LAKATOS, 1992). A
pesquisa de campo neste trabalho é fundamental, pois o problema em questão só
poderá ser sanado por meio dos dados obtidos nesta investigação.
Quanto a natureza esta pesquisa é do tipo qualitativa e
quantitativa. A pesquisa qualitativa está mais voltada ao caráter subjetivo da
análise, utilizando-se de interpretação do pesquisador a respeito das opiniões
expostas pelos sujeitos da pesquisa (STAKE, 2011).
Tomando
como base que a pesquisa quantitativa “pode ser mensurada numericamente, ou
seja, pode ser traduzido em números, opiniões e informações para classificá-las
e analisá-las” pode-se considerar a natureza desta pesquisa como quantitativa,
pois por meio de um questionário formulado pelo pesquisador com questões
abertas e semiabertas com utilização de escalas de likert acerca do tema serão extraídas as
informações necessárias para concluir o estudo (MATIAS-PEREIRA, 2012, p.87).
Os estudos de caso geralmente são pesquisas descritivas, que tem
por finalidade compreender um fenômeno típico e servem de base para posteriores
estudos maiores e com maior número de sujeitos (APPOLINÁRIO, 2012).
Dessa forma, dada a importância de investigar o conhecimento dos estudantes
sobre responsabilidade social corporativa, esta
pesquisa buscou estudar a percepção dos estudantes de administração de
uma IES particular da cidade de Fortaleza sobre a
responsabilidade social corporativa
A pesquisa por amostragem é não censitária e não abrange a
totalidade da população e sim uma parte dela. A amostra da presente pesquisa é
não probabilística e intencional. Neste estudo, foram escolhidos de forma
aleatória vinte estudantes de administração de empresas de uma instituição de
ensino superior na cidade de Fortaleza (MARCONI, LAKATOS, 1992).
“O
questionário é um documento contendo uma série ordenada de perguntas que devem
ser respondidas pelos sujeitos por escrito, geralmente sem a presença do
pesquisador”. Ele pode ser entregue tanto pessoalmente, como por e-mail ou fax, ou, ainda, ser elaborado
e enviado por meio de páginas da internet específicas. (APOLLINÁRIO, 2012,
p.140).
Na presente pesquisa, o questionário foi o
instrumento utilizado, o qual o pesquisador solicitou aos estudantes que
respondessem e devolvessem em seguida.
Na
análise e interpretação de dados foi utilizada a técnica de análise de
conteúdo. Esta abordagem é adotada por Bardin (2016), que a define como um
conjunto de operações que objetivam transformar um conteúdo primário em outro
secundário resultante de uma análise das informações anteriores.
Dessa
forma, esta pesquisa coletou dados subjetivos e objetivos dos estudantes, sobre
os quais a pesquisadora fez as análises e interpretações e gerou o conteúdo
seguinte, conclusivo.
.
4.1 Perfil dos entrevistados
O presente estudo
foi realizado com vinte estudantes de uma IES particular na cidade de Fortaleza.
Deste total, doze eram do gênero masculino e oito do feminino. A idade dos
pesquisados estava compreendida entre 18 a 35 anos, com exceção de 2 que tinham
entre 36 a 50 e outros dois que tinham a partir de 51 anos acima.
Em relação ao
semestre que estavam cursando no período em que foi aplicada a pesquisa, nove
respondentes relataram estar cursando o sexto semestre, cinco estavam no oitavo
semestre, quatro cursavam o quinto semestre e dois o sétimo semestre.
Esses dados revelam
um perfil diverso de respondentes tanto em relação as idades quanto aos
semestres em curso, o que permite à pesquisa uma maior abrangência de conceitos
e opiniões.
Para preservar a
identidade dos respondentes, foi atribuído um número a cada um deles e ao longo
da análise de resultados eles foram referenciados pelo nome estudante e o seu
respectivo número como, estudante 1, 2, 5 etc.
4.2 Análises das respostas dos
questionários
Ao serem
questionados sobre o entendimento que tinham a respeito da responsabilidade
social corporativa todos deram respostas coerentes aos conceitos abordados
neste estudo. Tem-se como base o conceito de responsabilidade social
corporativa do instituto ethos, que diz que ela é
“A
forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com
todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas
empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade,
preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras,
respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais”
(INSTITUTO ETHOS, 2017, p.17).
Verifica-se a
presença de alguns aspectos trazidos pelo Instituto Ethos nas respostas dadas.
Os estudantes de número 4 e 5 por exemplo,
trouxeram em suas respostas a questão do relacionamento com os públicos com os
quais a empresa se relaciona, como se pode observar nas seguintes frases, “é a
responsabilidade que a empresa tem em relação a todos que tem envolvimento com
ela, como sócios, investidores, funcionários, sociedade” (Estudante 4) e o
estudante 5 conceituou como “uma das maneiras de a empresa estar mais próxima
de todos os seus stakeholders”.
No que se refere a
questão ética e transparente trazida no conceito do Instituto Ethos e também
abordada anteriormente pela norma ISO
26000, que traz o comportamento ético como um dos princípios da
responsabilidade social, pode-se observar sua presença também em algumas das
respostas, tais como a do estudante 7, que definiu a responsabilidade social
corporativa como “ser ético e procurar agir de forma que ajude a sociedade
diretamente ou indiretamente” e a do estudante 9 que afirma que a RSC é a
“responsabilidade que uma organização tem com a sociedade [...] em conceito
mais amplo, faz parte da estratégia do negócio, com ética e transparência em
suas relações”.
A ISO 26000, em sua
abordagem sobre a responsabilidade social corporativa afirma que ela “é a
disposição da organização de incorporar considerações socioambientais em seus
processos decisórios, bem como a accountability
pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente”
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010, p.6)
Nas respostas dos
estudantes, ainda sobre o entendimento que tinham a respeito da
responsabilidade social, embora não houvesse uma profundidade de conhecimento e
termos tais quais são abordados nos conceitos dos autores e da própria norma, é
perceptível uma compreensão, mesmo que superficial, sobre a importância de as
empresas se preocuparem com as questões socioambientais que a cercam.
Isso pode ser visto
nas respostas dos estudantes 10, 12 e 19, que responderam da seguinte forma,
respectivamente: “a RSC é a prática de respeitar o meio ambiente, contribuir
com o bem estar social e trazer qualidade de vida interna e externamente”, “são
ações que impactam positivamente o meio social ou o planeta” e
“responsabilidade que as empresas possuem diante do macroambiente em que ocupam
tanto no contexto social quanto ambiental”.
Almeida (2002),
aborda um conceito de RSC que traz, além do comportamento ético, o
comprometimento com o desenvolvimento econômico e a melhora da qualidade de
vida dos empregados e suas famílias, da comunidade local assim como da
sociedade como um todo.
Essa abordagem traz
temas como qualidade de vida dos empregados, família e comunidade e a
responsabilidade da empresa com elas.
Comparando com a
respostas dos estudantes, pode-se perceber que esses assuntos também foram
citados por eles na questão sobre o entendimento que tinham do assunto, como se
pode verificar em suas respostas.
“Quando uma empresa realiza ações sociais para
comunidade ao seu redor e para os funcionários da empresa” (Estudante 15).
“Proporcionar melhoras na qualidade de vida das pessoas que moram no entorno da
empresa e preocupar-se com a carreira de um empregado após a demissão
ajudando-o a recolocar-se no mercado” (Estudante 16).
Finalizando a
análise acerca do entendimento dos respondentes sobre a responsabilidade social
corporativa, a que melhor representou toda a conceituação teórica feita no
presente estudo foi a do estudante 13, que afirmou entender a RSC como
“melhorar a qualidade de vida das pessoas e gerar lucros, mantendo recursos
suficientes para as próximas gerações”.
Foi também
solicitada a opinião dos respondentes sobre o que as empresas devem fazer para
serem socialmente responsáveis.
Embora sete
estudantes tenham dado respostas mais voltadas para o âmbito filantrópico
sempre pontuando as ações sociais, de forma solta e pontual, como sendo as
práticas necessárias para uma empresa ser socialmente responsável, a grande
maioria dos respondentes apontou que uma organização precisa “se importar e se
responsabilizar com todos a sua volta” (Estudante 4) ou “ter ética e respeitar
os lados internos e externos da empresa. Ser responsável pelas ações da empresa
e assumi-las” (Estudante 7).
Esses resultados
apontam para o entendimento de que, apesar de alguns graduandos em
administração ainda pensarem a responsabilidade social de forma caritativa e
filantrópica, a maioria deles percebem o tema de forma mais estratégica e
abrangente objetivando a redução dos impactos gerados pelas organizações
Tal percepção se
assemelha ao que Almeida (2002) define como RSC, quando ele afirma que ela não
é filantropia, marketing ou simples
cumprimento de leis, mas sim o gerenciamento de ações que visem o bem estar de
suas partes interessadas.
Ao serem
perguntados sobre os benefícios que a RSC traz para a empresa, todos foram
unânimes em afirmar que existiam benefícios, mas variaram em quais seriam eles.
Dentre as vantagens
citadas, verificou-se a reputação corporativa como um dos itens que mais se
destacou, tais como “a RS traz benefícios à marca da empresa elevando o
conceito da organização sobre as pessoas” (Estudante 16), fortalecendo o
conceito de Cruz; Lima (2010) de que
a reputação de uma empresa é um ativo intangível que possui um forte potencial
de agregação de valor para a empresa podendo exercer influência nas escolhas de
investimentos.
Outro ponto
ressaltado pelos respondentes como benefício da RSC foi a vantagem competitiva.
De acordo com Feitosa et al. (2014,
p.44) “a Responsabilidade Social Empresarial (RSE) emerge como um mecanismo
que, uma vez inserido na rede de relações que existe entre as empresas e seus stakeholders, pode promover vantagem competitiva”.
Tal afirmação
atesta a opinião dos estudantes de que a RSC traz vantagem competitiva para as
empresas.
Foram também
colocados alguns assuntos referente aos princípios de RSC, presentes na norma
ISO 26000, para que os respondentes informassem o nível de importância que
davam a cada tema.
Quadro
1- Grau de
importância dos princípios de RSC
Fonte: Dados da Pesquisa (2018).
Como indicado no
Quadro 1, entre os princípios da responsabilidade social avaliados, mais da metade
dos estudantes (18 e 19) consideram de extrema importância a adoção do
comportamento ético, a garantia da segurança e bem estar dos colaboradores da
organização, o cumprimento das leis, o respeito aos direitos humanos e a
transparência.
A ISO 26000, além
de trazer os princípios, dá também orientações sobre temas centrais da RSC,
identificando questões sociais, ambientais ou econômicas relevantes e
estabelecendo prioridades para atuação das organizações. Tais temas estão
elencados em: governança organizacional, direitos humanos, práticas de
trabalho, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao
consumidor, envolvimento e desenvolvimento da comunidade (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE NORMAS TÉCNICAS, 2010).
O comportamento
ético e transparente, escolhido pelos respondentes se enquadram no tema central
governança corporativa, da norma. Já o cumprimento das leis e a segurança e bem
estar dos colaboradores podem ser encontrados no tema práticas de trabalho,
priorizado pela norma. Por fim, os direitos humanos aparecem de forma clara e
explicita tanto nas respostas dos estudantes como na norma.
Pode-se concluir, a partir dessa análise, que
o nível de entendimento dos estudantes sobre a RSC e a importância que dão aos
variados temas que a circundam estão alinhados às diretrizes tratadas na norma.
Foi posto também em
questão o grau de concordância dos graduandos sobre alguns conceitos acerca da
RSC que foram abordados ao longo desta pesquisa para analisar se a percepção
dos estudantes corresponde ao pensamento dos autores, conforme ilustrado na
Quadro 2.
Quadro 2
- Grau de concordância sobre temas da RSC
Fonte:
Dados da Pesquisa (2018).
Na afirmação
defendida por Cohen (2017) de que a adoção de uma política de responsabilidade
social pelas empresas contribui para a aquisição e retenção de talentos, doze
estudantes concordaram plenamente e seis também concordaram, mas apenas
parcialmente. Somente um discordou, mas parcialmente e um não concordou, nem
discordou, o que leva à conclusão de que os estudantes, em sua maioria,
acreditam que ser socialmente responsável ajuda a empresa na retenção de
talentos.
A segunda
afirmativa diz que para uma empresa ser considerada socialmente responsável ela
precisa apoiar uma causa social fazendo doações a ONGs ou realizar ações
sociais. Neste caso, doze dos respondentes concordaram parcialmente, três deles
concordaram plenamente, três discordaram totalmente, um não concordou, nem
discordou e um discordou parcialmente o que leva a crer que eles acham
importante a preocupação da empresa com as causas sociais dependendo de como
elas sejam feitas.
A terceira frase é
uma complementação à anterior, mas trata a RSC de uma forma mais ampla
deslocando a ideia de ações sociais para impactos sociais e inclui a questão
ambiental. Ela diz que a RSC está ligada às ações da empresa para reduzir os
impactos ambientais e sociais que causam.
Em resposta, doze
estudantes concordaram plenamente, cinco concordaram parcialmente, um discordou
parcialmente, um não concordou nem discordou e um discordou totalmente.
Esses resultados apontam para uma confusão
histórica acerca do entendimento sobre a RSC, pois ela iniciou como uma
iniciativa dos empresários que queriam ajudar ou apoiar uma causa e realizavam
doações a grupos ou instituições de acordo com seus valores pessoais, sem
nenhum tipo de sistemática ou objetivos em obter resultados (TENÓRIO,
2006)
Apenas com o decorrer dos anos e pressões
sociais sobre as empresas é que a RSC veio a se tornar estratégia de gestão e
tratar dos impactos que causam na sociedade e no meio ambiente (DIAS, 2012).
Devido a essas
mudanças acerca do tema, que ainda está em fase de maturação e desenvolvimento,
é frequente o atrelamento das ações sociais à responsabilidade social, no
entanto os respondentes ao mesmo tempo em que concordaram apenas parcialmente
com a afirmação sobre as ações sociais, na frase seguinte, que tratava sobre a
mitigação dos impactos, concordaram totalmente, levando a conclusão de que eles
acreditam mais na redução dos impactos do que nas doações e ações pontuais.
Por fim, a última
afirmativa, abordada por Feitosa et al.(2014)
diz que a adoção de práticas de RSC é considerada uma vantagem competitiva para
a empresa da qual, treze respondentes concordaram plenamente, três parcialmente,
quatro não concordaram nem discordaram e nenhum discordou, o que ratifica a
discussão trazida anteriormente de que a RSC gera vantagem competitiva para as
empresas.
Diante do que foi
exposto, é possível concluir que a percepção que os estudantes de administração
possuem a respeito da responsabilidade social corporativa é a de que a empresa
deve se preocupar com os impactos que causam aos seus stakeholders e criar ações para mitigá-los.
Além disso, eles
acreditam que a adoção de práticas de RSC trazem benefícios para empresa tais
como a melhora de sua reputação no mercado e contribuem para criar vantagem
competitiva à organização.
É possível perceber
também um distanciamento do grupo estudado, embora não em sua totalidade, da
ideia de que a RSC é filantropia.
Tal fato pode ser
visto de forma positiva e satisfatória para os defensores da RSC, pois partindo
do pressuposto de que os estudantes de administração serão possíveis gestores
de organizações em um futuro, talvez breve, acredita-se que a responsabilidade
social corporativa tende a ser utilizada por eles de forma estratégica, visando
realmente reduzir os impactos causados pela empresa e gerar transformação
social.
A globalização e as
intensas transformações sociais ocorridas nas últimas décadas trouxeram à tona
os impactos que os indivíduos e, principalmente, as empresas estavam causando
na sociedade e ao meio ambiente.
A melhora nos meios
de comunicação e aumento de sua abrangência passou a permitir que o mundo todo
se comunicasse de forma instantânea possibilitando que a sociedade civil se
tornasse fiscalizadora das atitudes empresariais.
Essa nova realidade
levou às organizações a ter de agir de forma mais responsável com aqueles que
com ela se relacionam, devendo avaliar os impactos que causam e tentar
reduzi-los. Esse comportamento passou então a fazer parte das estratégias de
muitas empresas dando origem ao que hoje se conceitua como Responsabilidade
Social Corporativa (RSC).
Ainda hoje é
possível identificar uma confusão dos indivíduos e dos próprios empresários e
gestores no entendimento do que seja a RSC, sendo esta muitas vezes confundidas
com filantropia.
No entanto, a
filantropia nada mais é que a ajuda pontual, esporádica e caritativa que a
empresa faz a algum grupo ou instituição que ajude pessoas carentes. A escolha
desses entes é feita de acordo com a vontade dos empresários e nem sempre tem
relação com o tipo de negócio da empresa.
A RSC, por sua vez,
está estritamente vinculada aos impactos que a empresa causa aos seus stakeholders e as estratégias que
utilizam para mitigá-los, tendo um caráter permanente, com objetivos claros,
monitoramento e necessidade de obtenção de resultados.
O objetivo de
analisar a percepção dos estudantes de administração sobre a RSC ocorreu
justamente para verificar se esses conceitos estão claros para eles e o que
eles pensam a respeito do tema.
Foi possível
concluir que os pesquisados, embora não tenham apresentado um conhecimento
aprofundado sobre o tema, possuem um entendimento geral sobre o que seja a RSC
e acreditam que ela traz vantagens e benefícios para a empresa.
Em relação as
práticas que podem ser adotadas pelas organizações, eles não especificaram
quais seriam elas, mas afirmaram que deveriam ser ações que gerassem um bem
estar social dentro e fora da organização.
Dessa forma,
verifica-se que o grupo estudado possui compreensão sobre o tema, mesmo que de
forma generalista, e percebem a RSC como uma estratégia das organizações para
reduzir seus impactos e atender às expectativas de seus stakeholders.
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Acesso em: 13 mar. 2018.
APÊNDICES
Apêndice A – Questionário sobre a percepção dos estudantes de
administração sobre a Responsabilidade Social Corporativa
Este questionário tem como objetivo analisar a percepção dos estudantes
de administração sobre a Responsabilidade Social Corporativa para fins de
pesquisa de conclusão de curso.
Cursa que
semestre:
Gênero: ( ) F (
) M
Faixa Etária
( ) até 17 anos
( ) de 18 a 24 anos
( ) de 25 a 35 anos
( ) de 36 a 50 anos
( ) a partir de 51 anos
1. O que você entende por Responsabilidade Social
Corporativa?
2. Na sua opinião, o que uma empresa precisa fazer
para ser considerada socialmente responsável?
3. Você acha que a responsabilidade social corporativa
trás benefícios para a empresa?
( )
Sim, quais seriam esses benefícios?
( ) Não, justifique:
4. Para você qual o grau de
importância dos assuntos abaixo enquanto práticas a serem adotadas pelas
empresas? Marque com X.
Grau
de importância com relação ao assunto |
Extremamente
importante |
Muito
importante |
Um
pouco importante |
Pouco
importante |
Não
é importante |
Realizar a
prestação de contas de suas atividades para a sociedade |
|
|
|
|
|
Agir com
transparência |
|
|
|
|
|
Adotar um
comportamento ético |
|
|
|
|
|
Cumprir as Leis
(trabalhistas, ambientais etc) |
|
|
|
|
|
Respeitar os
direitos humanos (Ser contra o trabalho infantil e escravo, a discriminação
racial, de gênero, etc) |
|
|
|
|
|
Oferecer aos clientes
produtos ou serviços de qualidade e com preços justos |
|
|
|
|
|
Realizar
investimentos em ações que beneficiem a comunidade local |
|
|
|
|
|
Realizar
investimentos em ações que reduzam os impactos ambientais |
|
|
|
|
|
Garantir a
segurança e o bem estar de seus colaboradores |
|
|
|
|
|
5.
Para
você qual o grau de concordância dos assuntos abaixo no que diz respeito à
Responsabilidade Social Corporativa
Grau
de concordância com relação ao assunto |
Concordo
plenamente |
Concordo
parcialmente |
Não
concordo nem discordo |
Discordo
parcialmente |
Discordo
Totalmente |
A adoção de uma
política de responsabilidade social pelas empresas contribui para a aquisição
e retenção de talentos. |
|
|
|
|
|
Para uma
empresa ser considerada socialmente responsável ela precisa apoiar uma causa
social fazendo doações a ONG´s ou realizar ações sociais. |
|
|
|
|
|
A
Responsabilidade Social Corporativa está ligada às ações da empresa para
reduzir os impactos ambientais e sociais que causam. |
|
|
|
|
|
A adoção de
práticas de RSC é considerada uma vantagem competitiva para a empresa. |
|
|
|
|
|