AÇÕES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL IMPLEMENTADAS PELO BANCO DE ALIMENTOS DA CEASA-CE
José Helio Salgado Neto
Graduando do Curso de
Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7).
heliosalgado.adm@gmail.com
Nadjane Lima Silva
Graduanda do Curso de
Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7).
nadjanelima.s@gmail.com
Luciana Freire de Lima Marinho
Professora do curso de
Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Doutora em
Administração de Empresas pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Mestra em
Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Especialista em Administração pela Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Graduada em Administração pela UECE. Coordenadora do curso de Especialização em
Estratégia e Empreendedorismo da UECE. Professora substituta da UECE.
Professora de cursos de graduação e de pós-graduação da UNI7.
l_freire@terra.com.br
Marcos Aurélio Maia Silva
Professor adjunto do curso de
Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Mestre em
Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Especialista em Administração de Recursos Humanos pela Universidade Federal do
Ceará (UFC). Graduado em Administração pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR).
Professor de cursos de graduação e de pós-graduação da UNI7.
aurelio.maia@uece.br
RESUMO
Objetiva
investigar o exercício da responsabilidade social corporativa da CEASA-CE a
partir do desenvolvimento e implantação do banco de alimentos. O referencial
teórico aborda o conceito, bem como, o processo da implementação da
responsabilidade social corporativa com enfoque estratégico, trazendo como
principais referências teóricas Carroll (1991), cujo foco é classificar a
posicionamento estratégico da empresa, e Porter e Kramer (2006), que vislumbram
o processo de implantação e gestão da responsabilidade social corporativa. Esta
pesquisa tem caráter exploratório e descritivo de natureza quanti-qualitativa.
Utilizou-se como fonte de dados primários, que foram: entrevista
semiestruturada com o gestor comercial da CEASA-CE e idealizador do Banco de
Alimentos da CEASA-CE; e documentos e reportagens sobre bancos de alimentos da
CEASA de Minas Gerais e do Ceará. Verifica que o Banco de Alimentos é parte do
processo de logística reversa desenvolvido pela CEASA-CE, objetivando
reaproveitar e transformar frutas e verduras sem valor comercial em cestos de
alimentos, sopa desidrata, polpa de frutas e compotas, que serão distribuídos a
população carente, quando anteriormente esses produtos eram jogados no lixo,
elevando o custo operacional com recolhimento de lixo. Assim, o projeto do
Banco de Alimentos evidencia o exercício da responsabilidade social corporativa
de um ente de economia mista, que estrategicamente reduz seu custo operacional,
simultaneamente, contribuindo para o objetivo do desenvolvimento sustentável tratando
da redução da fome no estado do Ceará.
PALAVRAS-CHAVE: Banco de Alimentos. Responsabilidade
Social. Sopa.
ABSTRACT
This paper aims to
investigate CEASA-CE exercise of corporate social responsibility based on the
development and implementation of the food bank. Carroll (1991), whose focus is
to classify the strategic positioning of the company, and Porter and Kramer
(2006), is the theoretical framework that addresses the concept, as well as the
process of implementing corporate social responsibility with a strategic focus,
which envision the process of implementation and management of corporate
responsibility. This research has an exploratory and descriptive character of
quantitative-qualitative nature. The primary data source used was:
semi-structured interview with the CEASA-CE commercial manager and creator of
the CEASA-CE Food Bank; documents and reports on food banks of CEASA of Minas
Gerais and Ceará. It verifies that the Food Bank is part of the reverse
logistics process developed by CEASA-CE, aiming to reuse and transform fruit
and vegetables with no commercial value in food baskets, soup dehydrates, fruit
pulp and jams, which will be distributed to the needy population, when
previously these products were thrown in the garbage, raising the operational
cost with garbage collection. Thus, the Food Bank project evidences the
exercise of corporate social responsibility of a mixed economy entity, which
strategically reduces its operational cost, at the same time, contributing to the
objective of sustainable development by reducing hunger in the state of Ceará.
KEYWORDS: Food Bank. Social Responsibility. Soup.
As primeiras pesquisas relacionadas ao tema Responsabilidade Social (RS) datam dos anos 1950 com a concepção desenvolvida por Howard Bowen. Ele afirmava que a prosperidade das empresas norte-americanas depois da guerra teria que levar em consideração o implemento de ações no âmbito social (DIAS, 2012).
As pesquisas sobre o tema no Brasil só ganharam destaque durante a década de 1990, devido as entidades não governamentais, institutos de pesquisa e de empresas que intensificaram estudos sobre o assunto, como Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) e o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) (MACHADO et al., 2012).
Nesse sentido percebe-se que o crescimento da Responsabilidade Social está diretamente ligada a evolução da percepção da sociedade, em praticar modelos de desenvolvimento mais sustentável. Sem essas práticas, o futuro do planeta e da humanidade estão em risco (DIAS, 2012).
Os debates sobre uma forma de desenvolvimento mais sustentável e responsabilidade social corporativa (RSC) têm ganhado força nas últimas décadas. Estes ocorrem principalmente devido ao crescimento dos problemas ambientais e de uma rigidez imposta pela legislação.
As referências de RSC, apesar, de mostrarem o valor da reciprocidade organizacional, o ponto focal está na tensão entre sociedade e empresa, intercalando humanitarismo e práticas separadas com a estratégia da empresa. As ações sociais, contudo, precisam estar vinculadas as estratégias de mercado das organizações, procurando meios de se adequarem ao ambiente, levando em consideração externalidades causadoras de custos sociais para conseguir benefício competitivo sustentável (PORTER; KRAMER, 2006).
As empresas vêm buscando modelos de gestão que tragam a sustentabilidade como elemento central, fazendo uso da RSC enquanto alicerce para criação de valor.
Atrelados aos fatos expostos acrescenta-se que o aumento da crise alimentar mundial em 2007, evidenciada pela alta nos preços das commodities e também pelo desabastecimento de gêneros alimentícios cruciais em vários países, além disso, estudiosos da área passaram a defender a necessidade de articular uma nova era verde, exigindo um aumento na oferta de produtos agrícolas (BELIK; CUNHA; COSTA, 2012, p. 109).
Enfatiza-se que, o Brasil, em 2015, produziu 209,7 milhões de toneladas de alimentos, ultrapassando 7,8% em referência a 2014, transformando-se um dos mais significativos produtores de alimentos no cenário mundial (IBGE, 2015).
Nesse contexto surgiram os Bancos de Alimentos (BA), os quais nasceram da parceria das iniciativas privadas e da sociedade civil, buscando reduzir o desperdício de alimentos, promovendo uma alimentação adequada (MDS, 2018).
Isto posto, a presente pesquisa tem como questionamento inicial: como o Banco de Alimentos (BA) propicia a Centrais de Abastecimento do Ceará - S/A (CEASA-CE) seu exercício da responsabilidade social corportativa? Para responder a essa pergunta, difiniu-se os seguintes objetivos: geral – investigar o exercício da responsabilidade social corporativa da CEASA-CE a partir do desenvolvimento e implantação de banco de alimentos; objetivos específicos – descrever o desenvolvimento e implementação do banco de alimentos, enquanto estratégia de responsabilidade social corporativa da CEASA-CE, tendo como fundamentação teórica o modelo proposto por Porter e Kramer (2006), sob o olhar do gestor comercial da CEASA-CE idealizado do projeto BA; apontar as ações de responsabilidade social corporativa partindo das dimensões empresa versus sociedade e vice-versa, tendo como base os bancos de alimentos das CEASAS Minas Gerais e Ceará, a partir de reportagens e documentos; avaliar as ações estratégicas do banco de alimentos da CEASA-CE com base no modelos de Carroll (1991) e na priorização das questões sociais e envolvimento da empresa na sociedade (PORTER; KRAMER, 2006).
Face ao exposto, para atingir os objetivos previstos, o estudo tem, além desta introdução, o seguinte conteúdo: na próxima semana seção, apresenta-se as fundamentações teóricas que relacionam as atividades do banco de alimentos com a responsabilidade social; em seguida, é descrita a metodologia do trabalho na seção método da pesquisa, que teve como base a entrevista com gestor comercial da CEASA-CE e idealizador do BANCE, estabelecendo a análise quantitativa fundamentada na estatística mutivariada (análise fatorial confirmatória), com empregro do software Iramuteq, e qualitativa mediante a análise de conteúdo de entrevista, reportagens e documento primário; sucede-se a apresentação dos resultados da pesquisa.
A análise da dimensão social das
organizações necessita que sejam criadas formas de demonstração dos atos e
valores importantes para a sociedade e todos os seus stakeholders, não somente respostas financeiras e econômicas
(TINOCO; KRAEMER, 2004).
Desta forma, a sustentabilidade mostra-se como
origem da conscientização crescente de que os países necessitavam encontrar
formas de promover o crescimento de suas economias sem acabar com o meio
ambiente, ou mesmo, prejudicar o bem-estar de futuras gerações (SAVITZ; WEBER,
2007).
O atual cenário mundial, desenhado a partir do
último terço do século passado, mostra um consenso entre os defensores do
capitalismo e sua forma de desenvolvimento, e seus críticos, quanto a
necessidade de adotar estratégias para que esse desenvolvimento prossiga, de
forma sustentável. Todavia, para alguns grupos esse questionamento seria criar
formas de controle para tornar esse crescimento mais sustentável e menos
agressivo a sociedade, enquanto para outros, a noção de sustentabilidade
questiona o próprio modelo de produção adotado pelas empresas hoje (BAUMGARTEN,
2014).
Um novo contexto de Responsabilidade Social (RS)
surge a partir dos anos 1960 com a insatisfação social, acúmulo de poder no
setor privado, principalmente nas empresas norte-americanas, devido a produção
militar e o enfraquecimento do Estado-Nação. Com isso, a RS aparece como uma
resposta ao controle de lógica empresarial indiferente aos problemas sociais
(DIAS, 2012).
Devido essa nova visão sobre a RS, ocorreu a
realização de diversas conferências com o foco de discutir os problemas
ocasionados pela poluição ambiental e voltado para a problemática da
conservação dos recursos naturais. Como exemplo, Conferência de Estocolmo em
1972, a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento,
conhecida como Rio-92, de 1992, sendo essa responsável pela introdução do
conceito de desenvolvimento sustentável, e as conferências Rio +5, de 1997 e
Rio +20, de 2012 (MACHADO et al., 2012).
O conceito atual de RS pode ser entendido como a “responsabilidade
de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e
no meio ambiente, por meio de comportamento transparente e ético” (DIAS, 2012,
p. 21).
Como propuseram pesquisadores como Crane, Matten e
Spence, existe seis características essenciais da RS, sendo essas:
voluntariedade, internalização e gerenciamento de externalidades, orientação
voltada para os stakeholders,
alinhamento entre as responsabilidades sociais e as econômicas, práticas e
valores, prosseguir além da filantropia (DIAS, 2012).
Para uma melhoria continua no que diz respeito aos
avanços da Responsabilidade Social, existe indicadores que avaliam o desempenho
das organizações. Esses instrumentos dão conhecimento do desempenho das
empresas em questões sociais e ambientais. Entre os mais conhecidos estão: o
Social Accountability 8000 (AS 8000);
Pacto Global da ONU, a Global Reporting
Initiative (GRI); a Iniciativa do Comércio Ético (ETI- Ethical Trading Initiative); as normas ISO (9000, 14000 e 26000), o
Forest Stewardship Council (FSC),
entre outros (DIAS, 2012).
Em contrapartida, Carroll (1991) conceituou a
responsabilidade social das empresas como um conjunto de perspectivas econômicas
(vender produtos/serviços aferindo lucro), legais (lucrar
por intermédio da competência e eficácia obedecendo os requisitos do sistema
legal da sociedade), éticas (normas de conduta prevista pela
sociedade) e discricionárias (práticas voluntárias sociais não
obrigatórias, assumidas pela empresa), no qual a sociedade possui
em ligação às organizações em delimitado estágio do tempo (CARROLL, 1991). Desta
forma, a empresa dispõe quatro fases categorizadas de maneiras diferentes a
respeito de responsabilidade social, sendo:
Figura 1– Modelo de pirâmide de RSC
Fonte: Adaptado de Carrol (1991, p.42).
As duas primeiras categorias (econômica e legal) são exigidas pela sociedade, a terceira (responsabilidade ética) é esperada pela sociedade, e a responsabilidade discricionária é desejada pela sociedade (CARROLL, 1991).
Por conseguinte, ampliaram esta perspectiva incluindo as políticas e práticas de atuação empresarial mais responsáveis e focadas no princípio da criação de valor compartilhado (CVC), onde as ações organizacionais deveriam ser centradas na escolha de investimentos socioambientais, resultado da interseção das contribuições concreta á sociedade e ao desempenho financeiro da organização, tendo como desafio otimizar desempenho econômico equilibrando as questões socioambientais.
Vale
ressaltar que RSC traz consigo a ideia de expansão do papel empresarial além de
seu escopo econômico e de suas obrigações legais, permeando o atendimento das
necessidades de seus stakeholders sem
comprometer a sua capacidade de atender as necessidades futuras das partes
interessadas, perpassando pelas questões éticas e discricionárias (AZEVEDO;
ENDE; WITTMAN, 2016).
Os
debates sobre a RSC são recentes, e estão em constante avanço, pois existe
diversos fatores que interferem diretamente nessas mudanças, desde a visão mais
micro do empresário, que seria o objetivo fim de qualquer empresa gerar lucro,
ao objetivo macro, que pode ser definido como práticas de ações sociais no
plano estratégico das empresas (TENÓRIO, 2006).
As empresas foram denominadas, através da visão
econômica, como sendo os agentes responsáveis pela produção de bens e serviços.
Esse modelo foi acrescido no final do século XX, trazendo sugestões conceituais
de Responsabilidade Social (RS), centrada na ligação entre meio ambiente,
anseios e necessidades da sociedade (JAMALI, 2006).
A Responsabilidade Social das empresas foi
conceituada como um conjunto de perspectivas econômicas (vender
produtos/serviços aferindo lucro), legais (lucrar por intermédio da competência
e eficácia obedecendo os requisitos do sistema legal da sociedade), éticas
(normas de conduta prevista pela sociedade) e discricionárias (práticas
voluntárias sociais não obrigatórias assumidas pela empresa) no qual a
sociedade tem em ligação às organizações em delimitado estágio do tempo
(CARROLL, 1991).
Em 1991, o modelo de desempenho social corporativo
foi proposto e pautado em três pilares: RSC, processo de responsividade social
corporativa e resultados sociais corporativos. Esses fundamentos foram
declarados em três níveis: institucional (legitimidade da empresa),
organizacional (responsabilidade pública), e individual (arbítrio gerencial).
Por sua vez, esses processos foram determinados como: diagnóstico ambiental,
gestão da relação com stakeholders, e
gestão de questões sociais, dos quais os resultados sociais são políticos,
programas e impactos sociais da empresa (WOOD, 1991).
A ideia primordial da RSC é focada no ato da
responsabilidade das empresas em trabalharem melhorias sociais durante todo o
processo produtivo, admitindo responsabilidade em compensar a sociedade em
proporção equivalente os benefícios pertencentes aos impactos ambientais
ocasionados mediante suas atividades econômicas (FREDERICK, 1994).
A elaboração e formulação de métodos empresariais
geridas da fusão ou integração de modelos de RSC e de competição é um desafio.
Com a intensão de completar essa lacuna, foi apresentado modelo teórico com
base nessa integração, onde as instruções dos processos são acompanhadas pela:
identificação dos pontos de interseção entre empresa e sociedade, e vice-versa;
definição das questões sociais a serem abordadas pela empresa; integração das
práticas de dentro para fora e de fora para dentro; e inclusão de uma dimensão
social condizente com a proposta de valor da empresa (PORTER; KRAMER, 2006).
A princípio, a empresa deve identificar os pontos
de interseção entre empresa e sociedade, em suas relações. No primeiro ponto, é
possível observar a correlação entre empresa e sociedade (consideradas como
relações de dentro para fora), envolvendo as atividades da cadeia de valor da
empresa, sendo separadas entre atividades primárias e de suporte (PORTER,
1989).
O conjunto de atividades associadas as atividades
primárias, são desenvolvidas diretamente para a produção, venda, transferência
do produto ao consumidor, do mesmo modo que a assistência de pós-venda, são
classificadas em: logística interna; operações; logística externa; marketing e
vendas; e serviços pós-venda. As atividades que são chamadas de suporte
sustentam às primárias, viabilizando o fornecimento de insumos, tecnologia,
recursos humanos, sendo divididas em: infraestrutura; gestão de pessoas;
desenvolvimento; e aquisição. Conforme apresentado no quadro 1 (PORTER, 1989).
Quadro
1 - Intercessão dos ambientes estratégicos |
||
DIMENSÃO |
CATEGORIAS |
VARIÁVEIS |
Interdependência Empresa
versus Sociedade |
Infraestrutura |
Práticas financeiras, práticas governamentais,
transparência e uso de lobby. |
Gestão de pessoas |
Educação e treinamento, condições seguras de
trabalho, discriminação e diversidade, cuidados com a saúde e outros
benefícios, políticas de compensação e demissão. |
|
Desenvolvimento tecnológico |
Relacionamento com universidades e práticas
éticas de pesquisa, segurança do produto, conservação da matéria-prima e
reciclagem. |
|
Aquisição |
Aquisição e práticas da cadeia de fornecimento,
uso de entradas particulares, utilização de recursos naturais. |
|
Logística interna |
Impactos de transporte. |
|
Operações |
Emissão de gases e resíduos, biodiversidade e
impactos ecológicos, uso de água e energia, segurança e relações de trabalho,
materiais perigosos. |
|
Marketing e vendas |
Marketing e publicidade, práticas de preço,
informação ao consumidor, privacidade. |
|
Serviços pós-venda |
Eliminação de produtos obsoletos, manuseio de
produtos consumíveis, privacidade do cliente. |
Fonte: Adaptado de Porter (1989); Porter (1993); Porter e Kramer (2006).
No
segundo ponto, a correlação entre ambiente competitivo e empresa (consideradas
as relações de fora para dentro), já mostra os determinantes da vantagem
nacional, que tem a responsabilidade de apresentar bons resultados do país em
definida indústria (PORTER, 1993).
O
vínculo de fora para dentro, definido através do contexto competitivo de uma
empresa, desempenha influência social sobre sua competitividade e impacta sua
aptidão de aprimorar a produtividade e eficácia de realizar as estratégias.
Deste modo é proposto atributos que geram impacto social objetivando definir o
ambiente competitivo, em que as ações de cada competidor atingem e são
atingidas pelo mercado, que assimilam: condições de fatores; indústrias
relacionadas e de suporte; condições locais de demanda; e contexto da
estratégia, estrutura e rivalidade das empresas, conforme apresentado no quadro
2 (PORTER; KRAMER, 2006).
Quadro 2 - Interseção dos ambientes estratégicos
DIMENSÃO |
CATEGORIAS |
VARIÁVEIS |
Interdependência Ambiente
Competitivo versus Empresa |
Condições de fatores – fator de entrada |
Disponibilidade de recursos humanos, acesso à instituições de pesquisa e universidades, infraestrutura
física eficiente, infraestrutura administrativa eficiente, sustentabilidade
dos recursos naturais e acesso eficiente de capital. |
Indústrias relacionadas e de suporte |
Disponibilidade de fornecedores locais, acesso às
empresas em áreas afins, presença de aglomerados versus indústrias isoladas. |
|
Condições locais de demanda |
Sofisticação da demanda, exigência das normas
regulamentares, necessidades locais não usuais que podem ser servidas à nível
nacional. |
|
Contexto de estratégia, estrutura e rivalidade
das empresas |
Concorrência justa e aberta, proteção da
propriedade intelectual, transparência, legislação e sistemas de incentivos. |
Fonte: Adaptado de Porter (1989); Porter (1993); Porter e Kramer (2006).
No
terceiro ponto os assuntos sociais são denominados em três categorias: impactos
sociais genéricos, impactos sociais da cadeia de valor, e dimensões sociais do
contexto competitivo, conforme apresentado no quadro 3. Logo depois desta
categorização, a empresa deve aperfeiçoar seu ponto de investimento social
empresarial de maneira transparente e positiva, buscando estabilidade entre
benefícios sociais e econômicos (PORTER; KRAMER, 2006).
Quadro 3 - Priorização das questões sociais e envolvimento
da empresa na sociedade – uma
abordagem estratégica |
|||
|
Impactos
Sociais Genéricos |
Impactos
Sociais da Cadeia de Valor |
Dimensões
Sociais do Contexto Competitivo |
Conceito |
Consistem nas questões sociais relevante à
sociedade, que não são influenciadas pela empresa, e não trazem impacto a
competitividade no longo prazo |
São representados pelas questões sociais afetadas
diretamente pelas operações da empresa |
Composta pelas questões sociais da ambiência
externa que atuam como força motriz da competitividade da empresa em seu
mercado de atuação |
Abrangência |
Boa cidadania |
Reduzir danos das atividades da cadeia de valor |
Filantropia estratégica que capacita a
alavancagem para melhorar as áreas salientes do contexto competitivo |
Posicionamento
|
Responsabilidade Social Empresarial Responsiva |
Responsabilidade Social Empresarial Responsiva –
transforma atividades da cadeia de valor para beneficiar a sociedade
reforçando a estratégia |
Responsabilidade Social Corporativa Empresarial Estratégica |
Fonte: Porter e Kramer (2006).
Estas
interações atribuem um aprimoramento estratégico para empresa estabelecer
questões sociais importantes para seu core
business, e investir nos que emergem oportunidade de valor compartilhado,
isto é, um benefício significativo para sociedade e de suma importância para
empresa (PORTER; KRAMER, 2006).
Em
2011, foi sugerido um novo modelo de gestão, a criação de valor compartilhado (CVC),
que vai muito além da gestão RSC. Se encontra fundamentada no rendimento
constante da empresa mediante geração de receita, progresso do valor econômico
e da situação da população, ocasionando satisfação, e satisfazendo os
diferentes tipos de públicos atingidos pelas atividades da empresa,
proporcionando a união dos princípios de disputa empresarial e local com o
bem-estar social. A CVC possui um diferencial competitivo, que abrange uma
dupla criação de valor econômico para a sociedade e para a empresa, denotada
pelos investimentos pertencente aos objetivos sociais e ambientais, e a criação
de valor para os negócios, caracterizada pelas aplicações em negócios em longo
prazo, gerando incentivos sociais e aumentando o resultado financeiro das
empresas (PORTER; KRAMER, 2011; BOCKSTETTE; STAMP, 2011).
Portanto
o valor compartilhado pode ser estabelecido por intermédio de políticas e
práticas operacionais, elevando a concorrência da empresa, e simultaneamente,
enriquecendo as situações econômicas e sociais nas comunidades em que opera
(PORTER; KRAMER, 2011).
Este estudo, da perspectiva de sua natureza, é aplicado, pois tem como propósito gerar conhecimento para execução prática designada a responder o subsequente problema de pesquisa: como o banco de alimentos propicia a CEASA-CE seu exercício da responsabilidade social corporativa?
No que diz respeito à especificação do tipo de abordagem do problema, a natureza desta pesquisa é quanti-qualitativa, uma vez que busca foco em constatar e examinar dados mensuráveis e não numericamente, direcionados para fatores qualitativos de assunto específico, sendo considerada a parte subjetiva do problema (MATIAS-PEREIRA, 2012).
Referente à categorização dos objetivos, esta pesquisa tem estrutura exploratória e descritiva, ou seja, busca “descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou estabelecimento de relações entre variáveis” (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 89). Será descrito a ligação entre o banco de alimentos e o exercício da responsabilidade social da CEASA-CE.
De acordo com os procedimentos técnicos de coleta de dados do presente trabalho, destaca-se como bibliográfica e estudo de caso. Consiste em ser bibliográfica, pois é elaboradora com base em estudos já publicados anteriormente, conforme discorre Matias-Pereira (2012, p. 89) “quando elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na internet”. A pesquisa bibliográfica possibilita um diálogo entre os estudos já publicados sobre o tema, e os resultados obtidos com esse trabalho.
Este estudo foi denominado como um estudo de caso, por se tratar de uma pesquisa empírica que investiga um fenômeno atual incluso no seu cenário de realidade, quando as divisas entre o fenômeno e o contexto não são visivelmente determinadas (YIN, 2015).
A amostra do estudo de caso é não probabilística com amostra intencional, no qual um sujeito aponta um ou mais sujeito para compor a amostra do estudo, sendo escolhido o participante de acordo com os critérios buscados pelo pesquisador (APPOLINÁRIO, 2012). No intuito de obter um resultado mais confiável e propiciar o gerenciamento operacional da pesquisa, foi definido realizar a entrevista com o analista de mercado da CEASA-CE, possibilitando a identificação do estudo como sendo uma amostra não probabilística e por acessibilidade.
Em relação ao tipo de instrumento da pesquisa, o atual estudo irá utilizar da entrevista presencial semiestruturada, mediante roteiro pré-determinado, mas que possui abertura esclarecimento de elementos que surjam de maneira imprevisível ou informações acrescentadas esponteneamente dadas pelo entrevistado (APPOLINÁRIO, 2012). A entrevista aconteceu primeira semana de Abril de 2019 (ver apêndice A - autorização do estudo organizacional - APÊNDICE A).
Na análise dos dados apurados nesta pesquisa, foi escolhido com base na investigação de conteúdo, o método de análise semântica. Esse método trata-se de uma técnica de estudo que viabiliza a definição objetiva, sistemática e quantitativa da abordagem clara, de uma comunicação por intermédio do jogo de palavras (COOPER; SCHINDLER, 2016).
O correspondente sujeito de análise da pesquisa foi a entrevista efetuada com o analista de mercado, bem como reportagens e documento sobre banco de alimentos em Minas Gerais e Ceará. Seu procedimento de sistematização se firmou na análise sintática, apresentando como parâmetros, palavras, expressões, frases ou parágrafos, em que as palavras passaram as menores e mais confiáveis itens de análise (COOPER; SCHINDLER, 2016). A identificação das classes/categorias do estudo portou como processo técnico as classes teóricas, ou aquelas que apareceram durante o processamento de análise dos dados, detectadas desde as conexões e critérios essenciais surgindo a partir das palavras (GRAY, 2014).
Foi utilizado o software IRAMUTEQ 0.7 ALPHA 2, para apuração dos resultados, cujo a finalidade foi constatar, a princípio, as unidades de contexto iniciais (UCI) em unidade de contexto elementares (UCE), quantidade de palavras, frequência média e número de hápax (palavras com frequência igual a um). Posteriormente foi criado o dicionário de proporções menores das palavras ativas e suplementares, do mesmo modo da classificação hierárquica descendente (CHD), a conexão entre as palavras e a nuvem de palavras (CAMARGO; JUSTO, 2013).
O processo de análise dos dados dessa pesquisa está divido em duas partes: o relato do gestor comercial e idealizador do projeto do banco de alimentos da CEASA-CE (BANCE), Sr. Odálio Girão; e reportagens e documentos sobre o banco de alimentos das CEASAS Minas Gerais e Ceará. Justifica-se incluir reportagens sobre o banco de alimentos da CEASA-MG, pois o projeto cearense emergiu a partir dos conceitos implementados nessa instituição, em especial equipamentos e plantas de produção, sendo um benchmarking desta instituição.
Os bancos de alimentos, foram criados por
intermédio da filosofia do desenvolvimento sustentável, com a finalidade de
arrecadar, renovar e distribuir alimentos através da ligação com setor
alimentício e sociedade civil, auxiliando de modo direto nas ações sociais
assistencialistas, custeadas em parte pelo poder público e pela iniciativa
privada, afora amenizando o problema da fome e combatendo o desperdício de
alimentos (COSTA et al., 2014).
Assim, os bancos de alimentos aparecem concentrados
na luta contra ao desperdício de alimentos “via estrutura logística baseada na
agilidade, calcada em uma rede de cooperação societária que combina diversos
segmentos da sociedade para a doação de bens e serviços orientados a
distribuição de alimentos” para a população necessitada (BELIK; CUNHA; COSTA,
2012, p. 111).
Dados revelam que em 2017, a rede brasileira de
alimentos estima a existência de 218 unidades de BA em todo o país.
Identificando, ainda, que estes bancos tratam 59 mil toneladas de alimentos,
provendo 5.894.201 pessoas em situação de fragilidade social e econômica
atendidas por 17.182 instituições sociais (MDS, 2018). O funcionamento dos
bancos de alimentos é dependente de doações das iniciativas públicas e
privadas.
Neste sentido, verificou-se que os centros de
distribuição de alimentos, CEASA, é um doador relevante, uma vez que nesse
mercado o foco da comercialização está em produtos hortifrúti. Além disso, os
dados dessas instituições permitem inferir a existência de um elevado grau de
perda dos alimentos pela aparência não comercial.
No caso das Centrais de Abastecimento do Ceará -
S/A (CEASA-CE), foram comercializadas 425.537,84 toneladas de hortigranjeiros,
no período de janeiro a outubro de 2018 (GIRÃO, 2018). Desses, 5.758 toneladas
se transformam em resíduos, 4.894 toneladas são retiradas para o aterro e 864
toneladas foram reaproveitados para o BA Mesa Brasil.
O resultado da análise de conteúdo da entrevista realizado com o gestor comercial da CEASA-CE e também responsável pelo planejamento do banco de alimentos da CEASA-CE, partiu de 41 questionamentos, o que possibilitou identificar utilização de 5.079 palavras, sendo que 399 delas são hápax – ou seja, palavras mencionadas apenas uma única vez.
As formas mais usadas foram: os substantivos alimento, produto, banco, CEASA, sopa e projeto respectivamente com as seguintes quantidade de aparições: 68, 57, 54, 43, 33 e 28; e o advérbio não teve 63 ocorrências seguidos por mais (43), mais (43) e também (40).
Procedida a análise fatorial do texto, esta apresentou quatro clusters/classes, que representam classes de palavras pertencentes ao vocabulário comum (ver figura 1 a seguir). As classes “2 e 1” e “4 e 3” foram as mais representativas, indicando valores semelhantes (46,6% e 53,4%, respectivamente).
Figura 2– Denorgrama de Classificação Hierárquica
Descendente (CHD) da entrevista com gestor comercial da CEASA e responsável
pelo planejamento do Banco de Alimentos.
Fonte: Elaboração própria, com base no levantamento bibliográfico da pesquisa
(2018 e 2019).
Os cluster de palavras revelam a divisão temática embutida no discurso do gestor. As classes 3 e 4 tendem a ter mais afinidade entre si por estarem no mesmo ramo, somam 53,4% do conjunto de palavras proferidas. A partir do discurso do gestor, verifica-se que o projeto do banco de alimentos tem como foco a produção e distribuição de sopa para entidades carentes, necessitando sensibilizar os permissionários para realização de doação de frutas e verduras sem valor comercial, como seu principal insumo.
Quanto a formação de clusters e suas palavras mais significativas distribuídas nos quadrantes (ver gráfico a seguir), verifica-se que: classes 1 e 2 apresentam inter-relação entre suas palavras, pois concentra-se no quadrante inferior da direita. O jogo de palavras resultante da análise fatorial confirmatório ressalta o excesso de hortifrúti que é desperdiçada por estarem machucadas, perdendo assim o valor comercial para os permissionários, que podem fazer a doação ao BANCE, que transformará em alimento; classes 3 e 4 apesar de fazem parte do mesmo ramo, apresentam-se em quadrantes distintos e oponentes: classe 4 está no quadrante inferior esquerdo, apresenta as características do projeto do BANCE como sendo inovador, que trará mudanças a CEASA-CE, tendo o Governo do Estado do Ceará como patrocinador; e a classe 3, situada no quadrante superior esquerdo trata dos produtos do banco de alimentos, com destaque para a sopa, além de ressaltar o processo de higienização dos produtos recolhidos.
Figura
3 – Distribuição dos clusters e
palavras por quadrante.
Fonte:
Elaborado pelos autores.
Destaca-se deste contexto, a palavra sopa tem elevado grau de significância, com coeficiente de qui-quadrado de 59,14, aproximadamente o dobro de participação de sua classe no total dos questionamentos.
Classe 3 – 26,14%% |
% |
Chi2 |
Classe 2 – 27,27% |
% |
Chi2 |
Sopa |
90,48 |
59,14 |
Sempre |
100 |
17,47 |
Desidratada |
100,00 |
18,2 |
Governo |
72,73 |
13,1 |
Quadro 4 – Perfis de palavras estatisticamente
significativas em cada cluster do discurso do gestor.
Fonte:
Elaborado pelos autores.
Demonstrando a interdependência entre empresa e sociedade, trazendo como foco as funções de: aquisição; produção/operação; marketing/vendas; e pesquisa e desenvolvimento.
A aquisição parte do pressuposto que haverá doação de alimentos, mediante sensibilização, inicialmente, dos permissionários da CEASA-CE, podendo no futuro ampliar para supermercados e indústrias.
[...] e também a outros empresários que vão doar outros produtos que irão fazer parte da sopa o banco não contém só produtos hortigranjeiros, mas também tem outros produtos que é a polpa. […] tem também o alimento in natura que vai ser doado de imediato com as entidades que vão ser cadastradas e também tem um produto final que vai ser a sopa sendo uma sopa desidratada que servirá durante vários meses para a família necessitada (texto 01).
[…] no doce e além disso usando as hortaliças pode fazer também a sopa que será chamada Nutrimais que o governo gostou tanto da ideia que vai transformar a sopa em produto de primeira linha do banco (texto 20).
A produção/operação tem como foco a sopa, embora tenha sido projetado a manufatura de polpa e compota, além da elaboração de cestos de frutas e verduras in natura, que devem atender aos padrões legais de produção de alimentos;
[…] o banco terá uns 300 metros quadrados com um potencial para o ser o maior do Nordeste pois com as experiências em outras CEASAS do Brasil a sopa sozinha encarece muito por conta das embalagens. […] a logística é muito complicada (texto 20). [...] o nosso foco não é esse, a nossa sopa é desidratada vai ser em pacotinhos e esse pacotinho rende 12 pratos, é um modelo avançado por ser um modelo francês (texto 22). […] pelo fato de não ter muito fogo e muito calor ter equipamentos mais modernos pega a cenoura e retira toda água dela e fica o produto pronto para fazer a sopa os produtos que der para fazer a sopa. […] será desidratado e empacotado num papel laminado pelo fato de ser mais resistente mais sofisticado para se transformar numa sopa de qualidade então quer dizer que basicamente esse processo a gente vai buscar de fato maximizar os produtos (texto 23). […] não vai mais ser transformado na sopa com os alimentos tratados e higienizados. […] ela estará pronta dentro do saco, basta colocar na água quente e temperar com cheiro verde para dar um gostinho, além de ter um tempo bem maior de durabilidade poderá ser estocada e facilitará a logística do produto e distribuir a sopa de acordo com a necessidade de cada entidade (texto 28). […] vamos trabalhar no mínimo com 30 000 quilos mês em termos de sopa, que pode gerar até 3 200 pratos, a estimativa da polpa poderá chegar a 1 000 quilos de polpas inicialmente (texto 37). […] o banco dará continuidade pode não existir a sopa, mas o banco irá existir para a distribuição dos alimentos (texto 40).
O marketing/vendas parte da gestão do relacionamento com os permissionários, responsáveis pela doação do insumo, ao mesmo tempo em que gera um produto que permite o posicionamento de responsabilidade social, mediante a distribuição gratuita para entidades carentes e população em situação de risco, de sopa, polpa, compota e cesto de frutas e verduras;
[…] e foi criado para cá para até armazenar esses produtos. Essa sopa é estilo o banco de alimentos da França, é o mais moderno do mundo (texto 12). E transformando o banco - mais um produto que é a polpa juntando mais um produto que é a sopa, além dos alimentos colhidos não só daqui, mas também em outras entidades que queiram doar (texto 20).
[...] o nosso foco não é esse, a nossa sopa é desidratada
vai ser em pacotinhos e esse pacotinho rende 12 pratos, é um modelo avançado
por ser um modelo francês (texto 22).
[...]o foco do governo é distribuir para as unidades carentes e também até para
os presídios pois a sopa Nutrimais na hora que for produzida terá uma
distribuição bem maior pois vai ter os produtos e ainda mais um ingrediente que
é a soja. […] sendo que desenhei a sopa sem a soja, mas depois foram na CEASA
Minas e descobriram um avanço que essa sopa desidratada é mais rentável e muito
mais duradoura até a questão da cozinha é mais higienizada (texto 23).
A pesquisa e desenvolvimento, quando considera o projeto como elemento inovador para CEASA-CE, que ao invés de pagar alta taxa de recolhimento de lixo, irá reutilizar e reciclar alimentos sem valor comercial, no entanto, com qualidade nutricional.
[…] mas também não falarmos em sopa, só que a sopa seria expressa, não seria esse estilo francesa desidratada e também a polpa faz parte do banco até tinha no projeto também o pãozinho também está contemplado para acompanhar sopa expressa. […] mas com isso aí não, a sopa desidratada já fica para quando as famílias pegarem esse pacote de sopa e transformar em quarenta pratos (texto 14). […] esse banco inicialmente vai ter a sopa inovadora, a polpa que a CEASA minas não têm, e os equipamentos mais modernos com maior eficiência para ter mais produtos no mercado e alcançar o objetivo de beneficiar um nível bem maior de entidades […] ter uma referência em termos de inovação do meio ambiente renovação dos alimentos pois até os alimentos serão bem destinados na hora que a marca banco e alimentos da CEASA com a sopa Nutrimais for estampada será uma referência bem maior para a empresa (texto 27).
No que se refere a interdependência do ambiente competitivo versus a empresa, pode-se perceber que: (1) industrias relacionadas e de suporte – o fato do BANCE está localizado nas instalações da CEASA-CE facilita acesso aos fornecedores locais, contribuindo para redução do lixo gerado pelo próprio permissionário; e (2) condições locais de demandas – nesta situação, as exigências das normas regulamentares dos objetivos do desenvolvimento sustentável possibilitou um pensar estratégico a CEASA-CE buscando ações que contribuísse com o fome zero e agricultura mais sustentável, trazendo assim o reaproveitamento de hortifrúti comercialmente sem valor, em produtos com valor nutricional que atende as necessidades da alimentação da população carente.
Por fim, apresenta-se a nuvem de palavras, possibilitando concluir que a centralidade do projeto do banco de alimentos está na redução do desperdício de hortifrúti dos permissionários da CEASA, propiciando a industrialização de sopa para atender não somente as entidades carentes, mas, também, alguns entes públicos, trazendo redução de custo com alimentação, ao Governo do Estado do Ceará
Figura 4 – Nuvem de palavras da
entrevista com Sr. Odálio Girão.
Fonte: Elaboração própria, com base no levantamento bibliográfico da
pesquisa (2018 e 2019).
O resultado da análise de reportagens e documento dos bancos de alimentos das CEASAS de Minas Gerais e Ceará, possibilitou identificar utilização de 5934 palavras, sendo que 791 delas são hápax – ou seja, palavras mencionadas apenas uma única vez.
As formas mais usadas foram: os substantivos alimento, banco, entidade, CEASA, social e rede, com as seguintes quantidade de aparições 112, 50, 43, 37, 28 e 27, respectivamente; e o verbo alimentar (47).
Procedida a análise fatorial do texto, essa apresentou seis clusters, que representam classes de palavras pertencentes ao vocabulário comum. As classes “1 e 4” formam o ramo 1, com representatividade de 29,8% dos documentos analisados. As classes 2 e 5 formam o ramo 2 conectado com a classe 6, cuja representatividade 48,1%, dando origem ao ramo 3, e estes com a classe 3 totalizando 70,2%, emerge o ramo 4.
Figura
5 – Denorgrama de Classificação Hierárquica Descendente (CHD) das reportagens e
do documento referente ao projeto Banco de Alimentos da CEASA-CE.
Fonte: Elaboração própria, com base no levantamento bibliográfico da
pesquisa (2018 e 2019).
Quanto a formação de clusters e suas palavras mais significativas distribuídas nos quadrantes (ver gráfico a seguir), constata-se: ramo 1 – formado pelas classes 1 e 4 se localizam no quadrante inferior e superior, respectivamente, e do lado direito, não apresentam relação entre as classes, uma vez que a primeira trata da questão sócio assistencial e a segunda aborda as questões de desenvolvimento do produto com alguns parceiros (STDS e NUTEC); ramo 2 – contempla as classes 2 e 5 que se posicionam no quadrante inferior esquerdo; o ramo 3 – agrega o ramo 2 e a classe 6, que localiza-se no quadrante esquerdo, estando nos quadrantes superior e inferior; ramo 4 – é constituído pelo ramo 3 e pela classe 3, que está no quadrante esquerdo superior.
Figura 6 – Distribuição
dos clusters e palavras por
quadrante.
Fonte:
Elaborado pelos autores.
Salienta-se que as classes 3 e 6 estão no quadrante superior esquerdo, no entanto, as palavras não denotam uma interação entre elas, embora relatem um significado complementar - desperdício e compromisso com a sociedade - em outras palavras trazendo a questão da responsabilidade social no nível econômico com foco na filantropia.
Os cluster de palavras revelam a divisão temática embutida nas reportagens sobre banco de alimentos e no documento do BANCE. As classes 1 e 4 abordam a questão sócio assistencial, bem como, o desenvolvimento de parcerias institucionais do poder público para que o BANCE possa de fato cumprir sua missão de produção e distribuição de alimentos. Evidencia-se deste contexto as palavras chegar e até, que têm elevado grau de significância. Seus respectivos coeficientes de qui-quadrado são de 26,0 e 18,0, superior a participação de sua classe no total.
Classe 1 – 12,98% |
% |
Chi2 |
Classe 4 – 16,79% |
% |
Chi2 |
Maracanaú |
80 |
43,06 |
STDS |
100 |
53,64 |
Fortaleza |
80 |
43,06 |
NUTEC |
100 |
36,64 |
Adjacências |
100 |
34,86 |
|
|
|
Quadro 5 – Perfis de palavras estatisticamente
significativas em cada cluster dos artigos pesquisados
Fonte:
Elaborado pelos autores.
No ramo quatro verificou-se que as palavras segurança possui o triplo do qui-quadrado da sua classe de palavras, e alimentar e população possuem aproximadamente o dobro.
Classe 2 – 12,98% |
% |
Chi2 |
Segurança |
59,09 |
42,39 |
Alimentar |
45,71 |
37,52 |
População |
66,67 |
28,99 |
Quadro 6 – Perfis de palavras estatisticamente
significativas em cada cluster dos artigos pesquisados
Fonte:
Elaborado pelos autores.
Diante desta amostra, pode-se inferir que as interpendências entre empresa e sociedade, e vice-versa, acontecem nas seguintes categorias:
Quadro
7 – Interação dos ambientes
estratégicos |
||
DIMENSÃO |
CATEGORIAS |
VARIÁVEIS |
Interdependência Empresa
versus Sociedade |
Infraestrutura |
[…] O
local destinado ao banco de alimentos será na sede da CEASA vinculada à Secretaria
de Desenvolvimento Agrário - SDA devendo ser coordenado e executado por meio
da parceria com o Instituto CEASA e apoio da Secretaria do Trabalho e
Desenvolvimento Social – STDS […]
cabendo principalmente a STDS a
identificação da rede a ser atendida e sua capacitação quanto a hábitos e
consumo saudável a CEASA a infraestrutura e manutenção envolvendo desde a
doação dos alimentos e a SECITECE com apoio na infraestrutura (texto 06). |
Gestão de pessoas |
[…]
dados utilizados a coleta de dados iniciara através do levantamento de dados
referente ao número de entidades da rede sócio assistencial de Fortaleza e
Maracanaú e ainda referente aos produtos a serem coletados na
CEASA envolvendo profissionais da equipe da CEASA Instituto
CEASA célula de SAN STDS e
NUTEC […] formação de equipe técnica para execução do projeto a SDA CEASA com
apoio da STDS Coordenadoria
da Proteção Básica e Segurança Alimentar e Nutricional - CPSB e SAN e NUTEC
junto a entidade conveniada selecionará recursos humanos para atuarem no
banco de alimentos (texto 06). |
|
Desenvolvimento tecnológico |
[…] sua
execução será em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Agrário - SDA
por meio da CEASA representada pelo instituto CEASA a STDS e a Secretaria de Ciência
Tecnologia e Ensino Superior - SECITECE através do NUTEC onde cada um dos
parceiros terão suas atividades definidas (texto 06). |
|
Aquisição |
[…]
metas é implantar um banco de alimentos na sede da CEASA Maracanaú/Fortaleza para coletar
selecionar recondicionar alimentos em condição de consumo e ainda controlar
sua distribuição a x entidades da rede sócio assistencial cadastradas pelo
banco para atender aproximadamente x pessoas diariamente mensalmente […] será
executado na sede da CEASA com atuação em Maracanaú em fortaleza e outras e as circunvizinhas tendo
como enfoque a implementação de um banco de alimentos que irá desenvolver
aproveitamento de alimentos (texto 06). |
|
Logística interna |
[…]monitoramento todo o monitoramento será registrado
constando de acompanhamento sistemático do objeto das ações e metas previstas
em projeto através da CEASA Instituto CEASA com apoio da célula de
SAN STDS NUTEC (texto 06). |
|
Operações |
[…]
elaboração o relatório descritivo final será elaborado contendo a evolução
das ações ao término das capacitações e ainda contemplando os resultados dos
instrumentais aplicados durante a avaliação a construção do citado relatório
será de responsabilidade da célula de SAN STDS (texto 06). |
|
Marketing e vendas |
[…]
critérios adotados para seleção entidades que compõem a rede sócio
assistencial de Fortaleza/Maracanaú e
adjacências cadastradas inscritas nos conselhos municipais de assistência
social de Fortaleza e Maracanaú
tendo a supervisão do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional
- CONSEA-CE quanto ao seu funcionamento no tocante a distribuição de […] gerar e contribuir para a redução da
Insegurança alimentar e nutricional das pessoas atendidas em entidades da
rede sócio assistencial de Fortaleza/Maracanaú e
adjacências por meio do aproveitamento e repasse de alimentos excedentes e
que encontram-se em perfeitas condições de consumo […] realizar cadastro dos potenciais
doadores realizar cadastro dos potenciais doadores com prontuários
específicos junto as 1700 empresas que atuam dentro da CEASA Maracanaú e outras localizadas
fora do entreposto da região metropolitana, referido cadastro constará de
nome endereço (texto 06) |
|
Interdependência Ambiente
Competitivo versus Empresa |
Indústrias relacionadas e de suporte |
[…] um banco de alimentos que recebe armazena e
redistribui alimentos e um Centro Municipal de Agricultura Urbana e Familiar
- CMAUF para manter toda essa rede funcionando nada mais apropriado do que a
participação da sociedade civil por meio dos conselhos e o que garante o
vice-prefeito Willian barreiro (texto
02). […] repassa-os a instituições da sociedade civil
sem fins lucrativos que produzem e distribuem refeições gratuitamente a
indivíduos em situação de vulnerabilidade alimentar a estratégia dos bancos
de alimentos vem associada a responsabilidade social […] como potenciais receptores de doações deve se adotar como base o
cadastro dos conselhos municipais de assistência social de Maracanaú e Fortaleza e do CONSEA
estadual para identificar instituições que atuam com a política de segurança
alimentar e nutricional passa a ser fortalecida especificamente em Maracanaú/Fortaleza e adjacências
por meio da implantação desse banco de alimentos com atuação junto a rede
sócio assistencial […] Integração na execução do projeto encontra se prevista
a integração das ações junto a SDN CEASA com a STDS coordenadoria de proteção social básica e SAN por meio
da célula de SAN envolvendo além dos profissionais dessas áreas também os do
NUTEC (texto 06). |
Condições locais de demanda |
[…] ao final do ato Luzia Ferreira parabenizou os
novos integrantes e assegurou que o poder público e a sociedade caminharão
juntos buscando fortalecer cada vez mais a política de segurança alimentar do
município (texto 2). […] ganham
lugar na mesa de milhares de brasileiros que não tem acesso regular a alimentação
os bancos arrecadam esses produtos adequados ao consumo e os repassam a
instituições da sociedade civil sem fins lucrativos que produzem e distribuem
refeições gratuitamente [...] justificativa tarefa de combater a fome e um
dever do estado no entanto esse desafio exige um compromisso de todos
destacando-se o papel da sociedade civil a exemplo de entidades que atuam
assistindo a população em situação de vulnerabilidade social. […] público alvo os públicos a ser atendido no projeto referem-se a pessoas
em situação de insegurança alimentar e nutricional e são beneficiadas por
entidades que compõem a rede sócio assistencial de Fortaleza/Maracanaú e adjacências (texto 6). […] até o próximo dia 20/02 credenciamentos das
organizações da sociedade civil para participação no programa mais nutrição
as selecionadas serão beneficiadas no período de 2019 até o final de 2020 com
doação de alimentos (texto 08). […]
complementar a alimentação servida em entidades da rede sócia assistencial de
Fortaleza/Maracanaú e
adjacências na perspectiva de a segurança alimentar e nutricional desenvolver
educação alimentar e nutricional junto as entidades selecionadas da rede
sócio assistencial de Fortaleza/Maracanaú e
adjacências […] cabendo principalmente a STDS a identificação da rede a ser atendida e sua capacitação
quanto a hábitos e consumo saudável a CEASA a infraestrutura e manutenção
envolvendo desde a doação dos alimentos e a SECITECE com apoio na
infraestrutura […] produto e demanda diária dentre outras informações
importantes divulgação e apresentação da proposta do projeto aos parceiros a
SDA CEASA em parceria com a STDS
e NUTEC divulgará o projeto junto a rede sócio assistencial de Fortaleza
Maracanaú e vizinhanças (texto 06). |
|
Contexto de estratégia, estrutura e rivalidade
das empresas |
[…] com total
transparência para sociedade numa forma simples de explicação o banco
pretende ser uma ponte que busca onde sobra e entrega onde falta contribuindo
para diminuir o abismo da desigualdade social no pais […] o que significa
dizer que além da adoção de políticas públicas e estratégias de combate e
erradicação da pobreza e condição indispensável que o estado a iniciativa
privada e a sociedade trabalhem de forma articulada para garantir o acesso de
todos as condições mínimas necessárias a uma vida digna […] contribuindo para diminuir o abismo da desigualdade social no país
neste projeto propõe-se que o banco de alimentos seja implantado na sede da
CEASA em Maracanaú atendendo
também a cidade do Fortaleza que segundo os dados mais recentes do censo
demográfico 2015 tem uma população de capacitar x profissionais e x pessoas
assistidas pelas entidades visando a melhor qualificação na oferta dos
serviços oferecidos e melhoria dos hábitos alimentares 11 resultados
esperados redução da insegurança alimentar de pessoas assistidas por
entidades da rede sócio assistencial de fortaleza e Maracanaú […] a não aceitação da
realização do projeto por meio das equipes responsáveis CEASA, NUTEC, STDS e entidades da rede sócio
assistencial inclusive com relação a não disponibilização do espaço físico (texto 06). |
Fonte: Adaptado de Porter (1989); Porter (1993); Porter e Kramer (2006).
Por fim, apresenta-se a nuvem de palavra, onde podemos perceber a centralidade do alimento, sendo esse, base para o projeto. Evitar o desperdício, levar um alimento rico em nutrientes para os mais necessitados e compartilhar essa ideia com parceiros interessados
Figura 7 – Nuvem de palavras das
reportagens e documento dos bancos de alimentos de MG e CE.
Fonte: Elaboração própria, com base no levantamento bibliográfico da
pesquisa (2018 e 2019).
Pode-se inferir, portanto, diante da distribuição dos
clusters que o projeto do BANCE está mais voltado as questões da
responsabilidade social econômica, vislumbrando redução do custo de produção de
alimentos, partindo de os conceitos reutilizar e reciclar hábitos de consumo e descarte.
Por meio do questionamento, tendo como base a metodologia definida, o presente artigo atendeu ao proposto, pois descreveu a relação do BANCE enquanto estratégia de responsabilidade social corporativa implementado pela CEASA-CE, sob olhares do idealizador, de reportagens e do projeto do banco de alimentos.
Segundo a abordagem teórica, a responsabilidade social corporativa reune diversos stakeholders para um fim comum: gerar simultaneamente o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
O banco de alimentos, inicialmente, atenderia unicamente a redução de custos dos resíduos produzidos pelos permissionários. Contudo, sua abrangência foi ampliada em virtude das parcerias estabelecidas com entes públicos, em especial os incentivos governamentais propiciando ao projeto uma amplitude de atuação da responsabilidade não somente ambiental, como também social, impactando diretamente na comunidade de seu entorno.
Sob o olhar do idealizador do banco de alimentos da CEASA-CE e tendo como fundamentação teórica o modelo proposto por Porter e Kramer (2006) verificou-se que houve impacto na cadeia de valor, afetando diretamente as questões sociais da região metropolitana de Fortaleza, pois o projeto irá distribuir cestos de alimentos com frutas e verduras, sopa desidratada, polpa de frutas para as pessoas carentes, afora de reduzir o lixo produzido pelos permissionários da central.
Pode-se inferir que a implementação do banco de alimentos como estratégia de responsabilidade social corporativa da CEASA-CE gera interdependência entre empresa versus sociedade e vice-versa, cujo resultados afetam diretamente as questões sociais e ambientais do entorno da central de alimentos, reduzindo os danos das atividades da cadeia de valor, uma vez que transforma frutas e verduras com valor nutricional que seriam jogados no lixo em um novo produto que será consumido pela população carente, entidades sem fins lucrativos, e por alguns entes públicos.
Por fim, conclui-se que as ações estratégicas do banco de alimentos da CEASA-CE com base no modelos de Carroll (1991) foi iniciada a partir da responsabilidade social econômica, passando a abranger a responsabilidade ética. Contudo, pode-se, também, enxerga nesse processo a responsabilidade discricionária, pois existe um papel voluntário de atender uma demanda social, para pessoas mais necessitadas com a sopa, a polpa e a compota dos produtos hortifrúti.
As limitações da pesquisa se encontram no fato do BANCE está em fase de implantação, o que impediu entrevistar outros gestores. Sugere-se para futuras pesquisas, aprofundar o conhecimento sobre BANCE aplicando entrevistas com os gestores da CEASA-CE, permissionários e demais stakeholders envolvidos no projetos.
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Autorização de Participação da Empresa no Estudo de Caso
Fortaleza, 10 de Abril de 2019.
Eu, JOSÉ HELIO SALGADO NETO e NADJANE LIMA SILVA, alunos do Curso de Graduação em Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7), sob orientação do(a) Prof(a). Marcos Aurélio Maia, solicito permissão para obter voluntariamente de sua empresa informações que serão utilizadas, após tratamento, na forma de estudo de caso a ser inserido na pesquisa em andamento sobre "Ações de responsabilidade social implementadas pelo banco de alimentos da CEASA-CE".
No aguardo do aceite, agradecemos a atenção dispensada.
José Helio Salgado Neto Aluno-Pesquisador |
Nadjane Lima Silva Aluna-Pesquisadora |
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Prof(a).
Marcos Aurélio Maia Orientador(a) da Pesquisa |
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Antonio
Odálio Girão de Almeida Analista de mercado da CEASA-CE |