A��ES DE RESPONSABILIDADE SOCIAL IMPLEMENTADAS PELO BANCO DE ALIMENTOS DA CEASA-CE

 

Jos� Helio Salgado Neto

Graduando do Curso de Administra��o do Centro Universit�rio 7 de Setembro (UNI7).

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Nadjane Lima Silva

Graduanda do Curso de Administra��o do Centro Universit�rio 7 de Setembro (UNI7).

[email protected]

 

Luciana Freire de Lima Marinho

Professora do curso de Administra��o do Centro Universit�rio 7 de Setembro (UNI7). Doutora em Administra��o de Empresas pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Mestra em Administra��o pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Administra��o pela Universidade Estadual do Cear� (UECE). Graduada em Administra��o pela UECE. Coordenadora do curso de Especializa��o em Estrat�gia e Empreendedorismo da UECE. Professora substituta da UECE. Professora de cursos de gradua��o e de p�s-gradua��o da UNI7.

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Marcos Aur�lio Maia Silva

Professor adjunto do curso de Administra��o do Centro Universit�rio 7 de Setembro (UNI7). Mestre em Administra��o pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Administra��o de Recursos Humanos pela Universidade Federal do Cear� (UFC). Graduado em Administra��o pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Professor de cursos de gradua��o e de p�s-gradua��o da UNI7.

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RESUMO

Objetiva investigar o exerc�cio da responsabilidade social corporativa da CEASA-CE a partir do desenvolvimento e implanta��o do banco de alimentos. O referencial te�rico aborda o conceito, bem como, o processo da implementa��o da responsabilidade social corporativa com enfoque estrat�gico, trazendo como principais refer�ncias te�ricas Carroll (1991), cujo foco � classificar a posicionamento estrat�gico da empresa, e Porter e Kramer (2006), que vislumbram o processo de implanta��o e gest�o da responsabilidade social corporativa. Esta pesquisa tem car�ter explorat�rio e descritivo de natureza quanti-qualitativa. Utilizou-se como fonte de dados prim�rios, que foram: entrevista semiestruturada com o gestor comercial da CEASA-CE e idealizador do Banco de Alimentos da CEASA-CE; e documentos e reportagens sobre bancos de alimentos da CEASA de Minas Gerais e do Cear�. Verifica que o Banco de Alimentos � parte do processo de log�stica reversa desenvolvido pela CEASA-CE, objetivando reaproveitar e transformar frutas e verduras sem valor comercial em cestos de alimentos, sopa desidrata, polpa de frutas e compotas, que ser�o distribu�dos a popula��o carente, quando anteriormente esses produtos eram jogados no lixo, elevando o custo operacional com recolhimento de lixo. Assim, o projeto do Banco de Alimentos evidencia o exerc�cio da responsabilidade social corporativa de um ente de economia mista, que estrategicamente reduz seu custo operacional, simultaneamente, contribuindo para o objetivo do desenvolvimento sustent�vel tratando da redu��o da fome no estado do Cear�.

PALAVRAS-CHAVE: Banco de Alimentos. Responsabilidade Social. Sopa.

 

ABSTRACT

This paper aims to investigate CEASA-CE exercise of corporate social responsibility based on the development and implementation of the food bank. Carroll (1991), whose focus is to classify the strategic positioning of the company, and Porter and Kramer (2006), is the theoretical framework that addresses the concept, as well as the process of implementing corporate social responsibility with a strategic focus, which envision the process of implementation and management of corporate responsibility. This research has an exploratory and descriptive character of quantitative-qualitative nature. The primary data source used was: semi-structured interview with the CEASA-CE commercial manager and creator of the CEASA-CE Food Bank; documents and reports on food banks of CEASA of Minas Gerais and Cear�. It verifies that the Food Bank is part of the reverse logistics process developed by CEASA-CE, aiming to reuse and transform fruit and vegetables with no commercial value in food baskets, soup dehydrates, fruit pulp and jams, which will be distributed to the needy population, when previously these products were thrown in the garbage, raising the operational cost with garbage collection. Thus, the Food Bank project evidences the exercise of corporate social responsibility of a mixed economy entity, which strategically reduces its operational cost, at the same time, contributing to the objective of sustainable development by reducing hunger in the state of Cear�.

KEYWORDS: Food Bank. Social Responsibility. Soup.


1 INTRODU��O

 

As primeiras pesquisas relacionadas ao tema Responsabilidade Social (RS) datam dos anos 1950 com a concep��o desenvolvida por Howard Bowen. Ele afirmava que a prosperidade das empresas norte-americanas depois da guerra teria que levar em considera��o o implemento de a��es no �mbito social (DIAS, 2012).

As pesquisas sobre o tema no Brasil s� ganharam destaque durante a d�cada de 1990, devido as entidades n�o governamentais, institutos de pesquisa e de empresas que intensificaram estudos sobre o assunto, como Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Grupo de Institutos, Funda��es e Empresas (GIFE) e o Instituto Brasileiro de An�lises Sociais e Econ�micas (IBASE) (MACHADO et al., 2012).

Nesse sentido percebe-se que o crescimento da Responsabilidade Social est� diretamente ligada a evolu��o da percep��o da sociedade, em praticar modelos de desenvolvimento mais sustent�vel. Sem essas pr�ticas, o futuro do planeta e da humanidade est�o em risco (DIAS, 2012).

Os debates sobre uma forma de desenvolvimento mais sustent�vel e responsabilidade social corporativa (RSC) t�m ganhado for�a nas �ltimas d�cadas. Estes ocorrem principalmente devido ao crescimento dos problemas ambientais e de uma rigidez imposta pela legisla��o.

As refer�ncias de RSC, apesar, de mostrarem o valor da reciprocidade organizacional, o ponto focal est� na tens�o entre sociedade e empresa, intercalando humanitarismo e pr�ticas separadas com a estrat�gia da empresa.� As a��es sociais, contudo, precisam estar vinculadas as estrat�gias de mercado das organiza��es, procurando meios de se adequarem ao ambiente, levando em considera��o externalidades causadoras de custos sociais para conseguir benef�cio competitivo sustent�vel (PORTER; KRAMER, 2006).

As empresas v�m buscando modelos de gest�o que tragam a sustentabilidade como elemento central, fazendo uso da RSC enquanto alicerce para cria��o de valor.

Atrelados aos fatos expostos acrescenta-se que o aumento da crise alimentar mundial em 2007, evidenciada pela alta nos pre�os das commodities e tamb�m pelo desabastecimento de g�neros aliment�cios cruciais em v�rios pa�ses, al�m disso, estudiosos da �rea passaram a defender a necessidade de articular uma nova era verde, exigindo um aumento na oferta de produtos agr�colas (BELIK; CUNHA; COSTA, 2012, p. 109).

Enfatiza-se que, o Brasil, em 2015, produziu 209,7 milh�es de toneladas de alimentos, ultrapassando 7,8% em refer�ncia a 2014, transformando-se um dos mais significativos produtores de alimentos no cen�rio mundial (IBGE, 2015).

Nesse contexto surgiram os Bancos de Alimentos (BA), os quais nasceram da parceria das iniciativas privadas e da sociedade civil, buscando reduzir o desperd�cio de alimentos, promovendo uma alimenta��o adequada (MDS, 2018).

Isto posto, a presente pesquisa tem como questionamento inicial: como o Banco de Alimentos (BA) propicia a Centrais de Abastecimento do Cear� - S/A (CEASA-CE) seu exerc�cio da responsabilidade social corportativa? Para responder a essa pergunta, difiniu-se os seguintes objetivos: geral � investigar o exerc�cio da responsabilidade social corporativa da CEASA-CE a partir do desenvolvimento e implanta��o de banco de alimentos; objetivos espec�ficos � descrever o desenvolvimento e implementa��o do banco de alimentos, enquanto estrat�gia de responsabilidade social corporativa da CEASA-CE, tendo como fundamenta��o te�rica o modelo proposto por Porter e Kramer (2006), sob o olhar do gestor comercial da CEASA-CE idealizado do projeto BA; apontar as a��es de responsabilidade social corporativa partindo das dimens�es empresa versus sociedade e vice-versa, tendo como base os bancos de alimentos� das CEASAS Minas Gerais e Cear�, a partir de reportagens e documentos; avaliar as a��es estrat�gicas do banco de alimentos da CEASA-CE com base no modelos de Carroll (1991) e na prioriza��o das quest�es sociais e envolvimento da empresa na sociedade (PORTER; KRAMER, 2006).

Face ao exposto, para atingir os objetivos previstos, o estudo tem, al�m desta introdu��o, o seguinte conte�do: na pr�xima semana se��o, apresenta-se as fundamenta��es te�ricas que relacionam as atividades do banco de alimentos com a responsabilidade social; em seguida, � descrita a metodologia do trabalho na se��o m�todo da pesquisa, que teve como base a entrevista com gestor comercial da CEASA-CE e idealizador do BANCE, estabelecendo a an�lise quantitativa fundamentada na estat�stica mutivariada (an�lise fatorial confirmat�ria), com empregro do software Iramuteq, e qualitativa mediante a an�lise de conte�do de entrevista, reportagens e documento prim�rio; sucede-se a apresenta��o dos resultados da pesquisa.

 

2 REVIS�O DE LITERATURA

 

A an�lise da dimens�o social das organiza��es necessita que sejam criadas formas de demonstra��o dos atos e valores importantes para a sociedade e todos os seus stakeholders, n�o somente respostas financeiras e econ�micas (TINOCO; KRAEMER, 2004).

Desta forma, a sustentabilidade mostra-se como origem da conscientiza��o crescente de que os pa�ses necessitavam encontrar formas de promover o crescimento de suas economias sem acabar com o meio ambiente, ou mesmo, prejudicar o bem-estar de futuras gera��es (SAVITZ; WEBER, 2007).

O atual cen�rio mundial, desenhado a partir do �ltimo ter�o do s�culo passado, mostra um consenso entre os defensores do capitalismo e sua forma de desenvolvimento, e seus cr�ticos, quanto a necessidade de adotar estrat�gias para que esse desenvolvimento prossiga, de forma sustent�vel. Todavia, para alguns grupos esse questionamento seria criar formas de controle para tornar esse crescimento mais sustent�vel e menos agressivo a sociedade, enquanto para outros, a no��o de sustentabilidade questiona o pr�prio modelo de produ��o adotado pelas empresas hoje (BAUMGARTEN, 2014).

Um novo contexto de Responsabilidade Social (RS) surge a partir dos anos 1960 com a insatisfa��o social, ac�mulo de poder no setor privado, principalmente nas empresas norte-americanas, devido a produ��o militar e o enfraquecimento do Estado-Na��o. Com isso, a RS aparece como uma resposta ao controle de l�gica empresarial indiferente aos problemas sociais (DIAS, 2012).

Devido essa nova vis�o sobre a RS, ocorreu a realiza��o de diversas confer�ncias com o foco de discutir os problemas ocasionados pela polui��o ambiental e voltado para a problem�tica da conserva��o dos recursos naturais. Como exemplo, Confer�ncia de Estocolmo em 1972, a Confer�ncia das Na��es Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, de 1992, sendo essa respons�vel pela introdu��o do conceito de desenvolvimento sustent�vel, e as confer�ncias Rio +5, de 1997 e Rio +20, de 2012 (MACHADO et al., 2012).

O conceito atual de RS pode ser entendido como a �responsabilidade de uma organiza��o pelos impactos de suas decis�es e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de comportamento transparente e �tico� (DIAS, 2012, p. 21).

Como propuseram pesquisadores como Crane, Matten e Spence, existe seis caracter�sticas essenciais da RS, sendo essas: voluntariedade, internaliza��o e gerenciamento de externalidades, orienta��o voltada para os stakeholders, alinhamento entre as responsabilidades sociais e as econ�micas, pr�ticas e valores, prosseguir al�m da filantropia (DIAS, 2012).

Para uma melhoria continua no que diz respeito aos avan�os da Responsabilidade Social, existe indicadores que avaliam o desempenho das organiza��es. Esses instrumentos d�o conhecimento do desempenho das empresas em quest�es sociais e ambientais. Entre os mais conhecidos est�o: o Social Accountability 8000 (AS 8000); Pacto Global da ONU, a Global Reporting Initiative (GRI); a Iniciativa do Com�rcio �tico (ETI- Ethical Trading Initiative); as normas ISO (9000, 14000 e 26000), o Forest Stewardship Council (FSC), entre outros (DIAS, 2012).

Em contrapartida, Carroll (1991) conceituou a responsabilidade social das empresas como um conjunto de perspectivas econ�micas (vender produtos/servi�os aferindo lucro), legais (lucrar por interm�dio da compet�ncia e efic�cia obedecendo os requisitos do sistema legal da sociedade), �ticas (normas de conduta prevista pela sociedade) e discricion�rias (pr�ticas volunt�rias sociais n�o obrigat�rias, assumidas pela empresa), no qual a sociedade possui em liga��o �s organiza��es em delimitado est�gio do tempo (CARROLL, 1991). Desta forma, a empresa disp�e quatro fases categorizadas de maneiras diferentes a respeito de responsabilidade social, sendo:

 

 

Figura 1� Modelo de pir�mide de RSC

Fonte: Adaptado de Carrol (1991, p.42).

 

As duas primeiras categorias (econ�mica e legal) s�o exigidas pela sociedade, a terceira (responsabilidade �tica) � esperada pela sociedade, e a responsabilidade discricion�ria � desejada pela sociedade (CARROLL, 1991).

Por conseguinte, ampliaram esta perspectiva incluindo as pol�ticas e pr�ticas de atua��o empresarial mais respons�veis e focadas no princ�pio da cria��o de valor compartilhado (CVC), onde as a��es organizacionais deveriam ser centradas na escolha de investimentos socioambientais, resultado da interse��o das contribui��es concreta � sociedade e ao desempenho financeiro da organiza��o, tendo como desafio otimizar desempenho econ�mico equilibrando as quest�es socioambientais.

Vale ressaltar que RSC traz consigo a ideia de expans�o do papel empresarial al�m de seu escopo econ�mico e de suas obriga��es legais, permeando o atendimento das necessidades de seus stakeholders sem comprometer a sua capacidade de atender as necessidades futuras das partes interessadas, perpassando pelas quest�es �ticas e discricion�rias (AZEVEDO; ENDE; WITTMAN, 2016).

Os debates sobre a RSC s�o recentes, e est�o em constante avan�o, pois existe diversos fatores que interferem diretamente nessas mudan�as, desde a vis�o mais micro do empres�rio, que seria o objetivo fim de qualquer empresa gerar lucro, ao objetivo macro, que pode ser definido como pr�ticas de a��es sociais no plano estrat�gico das empresas (TEN�RIO, 2006).

 

2.1 PROCESSO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA

 

As empresas foram denominadas, atrav�s da vis�o econ�mica, como sendo os agentes respons�veis pela produ��o de bens e servi�os. Esse modelo foi acrescido no final do s�culo XX, trazendo sugest�es conceituais de Responsabilidade Social (RS), centrada na liga��o entre meio ambiente, anseios e necessidades da sociedade (JAMALI, 2006).

A Responsabilidade Social das empresas foi conceituada como um conjunto de perspectivas econ�micas (vender produtos/servi�os aferindo lucro), legais (lucrar por interm�dio da compet�ncia e efic�cia obedecendo os requisitos do sistema legal da sociedade), �ticas (normas de conduta prevista pela sociedade) e discricion�rias (pr�ticas volunt�rias sociais n�o obrigat�rias assumidas pela empresa) no qual a sociedade tem em liga��o �s organiza��es em delimitado est�gio do tempo (CARROLL, 1991).

Em 1991, o modelo de desempenho social corporativo foi proposto e pautado em tr�s pilares: RSC, processo de responsividade social corporativa e resultados sociais corporativos. Esses fundamentos foram declarados em tr�s n�veis: institucional (legitimidade da empresa), organizacional (responsabilidade p�blica), e individual (arb�trio gerencial). Por sua vez, esses processos foram determinados como: diagn�stico ambiental, gest�o da rela��o com stakeholders, e gest�o de quest�es sociais, dos quais os resultados sociais s�o pol�ticos, programas e impactos sociais da empresa (WOOD, 1991).

A ideia primordial da RSC � focada no ato da responsabilidade das empresas em trabalharem melhorias sociais durante todo o processo produtivo, admitindo responsabilidade em compensar a sociedade em propor��o equivalente os benef�cios pertencentes aos impactos ambientais ocasionados mediante suas atividades econ�micas (FREDERICK, 1994).

A elabora��o e formula��o de m�todos empresariais geridas da fus�o ou integra��o de modelos de RSC e de competi��o � um desafio. Com a intens�o de completar essa lacuna, foi apresentado modelo te�rico com base nessa integra��o, onde as instru��es dos processos s�o acompanhadas pela: identifica��o dos pontos de interse��o entre empresa e sociedade, e vice-versa; defini��o das quest�es sociais a serem abordadas pela empresa; integra��o das pr�ticas de dentro para fora e de fora para dentro; e inclus�o de uma dimens�o social condizente com a proposta de valor da empresa (PORTER; KRAMER, 2006).

A princ�pio, a empresa deve identificar os pontos de interse��o entre empresa e sociedade, em suas rela��es. No primeiro ponto, � poss�vel observar a correla��o entre empresa e sociedade (consideradas como rela��es de dentro para fora), envolvendo as atividades da cadeia de valor da empresa, sendo separadas entre atividades prim�rias e de suporte (PORTER, 1989).

O conjunto de atividades associadas as atividades prim�rias, s�o desenvolvidas diretamente para a produ��o, venda, transfer�ncia do produto ao consumidor, do mesmo modo que a assist�ncia de p�s-venda, s�o classificadas em: log�stica interna; opera��es; log�stica externa; marketing e vendas; e servi�os p�s-venda. As atividades que s�o chamadas de suporte sustentam �s prim�rias, viabilizando o fornecimento de insumos, tecnologia, recursos humanos, sendo divididas em: infraestrutura; gest�o de pessoas; desenvolvimento; e aquisi��o. Conforme apresentado no quadro 1 (PORTER, 1989).

 

Quadro 1 - Intercess�o dos ambientes estrat�gicos

DIMENS�O

CATEGORIAS

VARI�VEIS

 

 

 

 

 

 

Interdepend�ncia Empresa versus

Sociedade

Infraestrutura

Pr�ticas financeiras, pr�ticas governamentais, transpar�ncia e uso de lobby.

Gest�o de pessoas

Educa��o e treinamento, condi��es seguras de trabalho, discrimina��o e diversidade, cuidados com a sa�de e outros benef�cios, pol�ticas de compensa��o e demiss�o.

Desenvolvimento tecnol�gico

Relacionamento com universidades e pr�ticas �ticas de pesquisa, seguran�a do produto, conserva��o da mat�ria-prima e reciclagem.

Aquisi��o

Aquisi��o e pr�ticas da cadeia de fornecimento, uso de entradas particulares, utiliza��o de recursos naturais.

Log�stica interna

Impactos de transporte.

Opera��es

Emiss�o de gases e res�duos, biodiversidade e impactos ecol�gicos, uso de �gua e energia, seguran�a e rela��es de trabalho, materiais perigosos.

Marketing e vendas

Marketing e publicidade, pr�ticas de pre�o, informa��o ao consumidor, privacidade.

Servi�os p�s-venda

Elimina��o de produtos obsoletos, manuseio de produtos consum�veis, privacidade do cliente.

Fonte: Adaptado de Porter (1989); Porter (1993); Porter e Kramer (2006).

 

No segundo ponto, a correla��o entre ambiente competitivo e empresa (consideradas as rela��es de fora para dentro), j� mostra os determinantes da vantagem nacional, que tem a responsabilidade de apresentar bons resultados do pa�s em definida ind�stria (PORTER, 1993).

O v�nculo de fora para dentro, definido atrav�s do contexto competitivo de uma empresa, desempenha influ�ncia social sobre sua competitividade e impacta sua aptid�o de aprimorar a produtividade e efic�cia de realizar as estrat�gias. Deste modo � proposto atributos que geram impacto social objetivando definir o ambiente competitivo, em que as a��es de cada competidor atingem e s�o atingidas pelo mercado, que assimilam: condi��es de fatores; ind�strias relacionadas e de suporte; condi��es locais de demanda; e contexto da estrat�gia, estrutura e rivalidade das empresas, conforme apresentado no quadro 2 (PORTER; KRAMER, 2006).

 

� Quadro� 2 - Interse��o dos ambientes estrat�gicos

DIMENS�O

CATEGORIAS

VARI�VEIS

 

 

 

 

 

 

 

Interdepend�ncia Ambiente Competitivo versus Empresa

 

Condi��es de fatores � fator de entrada

Disponibilidade de recursos humanos, acesso � institui��es de pesquisa e universidades, infraestrutura f�sica eficiente, infraestrutura administrativa eficiente, sustentabilidade dos recursos naturais e acesso eficiente de capital.

Ind�strias relacionadas e de suporte

Disponibilidade de fornecedores locais, acesso �s empresas em �reas afins, presen�a de aglomerados versus ind�strias isoladas.

Condi��es locais de demanda

Sofistica��o da demanda, exig�ncia das normas regulamentares, necessidades locais n�o usuais que podem ser servidas � n�vel nacional.

Contexto de estrat�gia, estrutura e rivalidade das empresas

Concorr�ncia justa e aberta, prote��o da propriedade intelectual, transpar�ncia, legisla��o e sistemas de incentivos.

Fonte: Adaptado de Porter (1989); Porter (1993); Porter e Kramer (2006).

 

No terceiro ponto os assuntos sociais s�o denominados em tr�s categorias: impactos sociais gen�ricos, impactos sociais da cadeia de valor, e dimens�es sociais do contexto competitivo, conforme apresentado no quadro 3. Logo depois desta categoriza��o, a empresa deve aperfei�oar seu ponto de investimento social empresarial de maneira transparente e positiva, buscando estabilidade entre benef�cios sociais e econ�micos (PORTER; KRAMER, 2006).

 

Quadro� 3 - Prioriza��o das quest�es sociais e envolvimento da empresa na sociedade � uma��� abordagem estrat�gica

 

Impactos Sociais Gen�ricos

Impactos Sociais da Cadeia de Valor

Dimens�es Sociais do Contexto Competitivo

Conceito

Consistem nas quest�es sociais relevante � sociedade, que n�o s�o influenciadas pela empresa, e n�o trazem impacto a competitividade no longo prazo

S�o representados pelas quest�es sociais afetadas diretamente pelas opera��es da empresa

Composta pelas quest�es sociais da ambi�ncia externa que atuam como for�a motriz da competitividade da empresa em seu mercado de atua��o

Abrang�ncia

Boa cidadania

Reduzir danos das atividades da cadeia de valor

Filantropia estrat�gica que capacita a alavancagem para melhorar as �reas salientes do contexto competitivo

Posicionamento

Responsabilidade Social Empresarial Responsiva

Responsabilidade Social Empresarial Responsiva � transforma atividades da cadeia de valor para beneficiar a sociedade refor�ando a estrat�gia

Responsabilidade Social

Corporativa Empresarial

Estrat�gica

Fonte: Porter e Kramer (2006).

 

Estas intera��es atribuem um aprimoramento estrat�gico para empresa estabelecer quest�es sociais importantes para seu core business, e investir nos que emergem oportunidade de valor compartilhado, isto �, um benef�cio significativo para sociedade e de suma import�ncia para empresa (PORTER; KRAMER, 2006).

Em 2011, foi sugerido um novo modelo de gest�o, a cria��o de valor compartilhado (CVC), que vai muito al�m da gest�o RSC. Se encontra fundamentada no rendimento constante da empresa mediante gera��o de receita, progresso do valor econ�mico e da situa��o da popula��o, ocasionando satisfa��o, e satisfazendo os diferentes tipos de p�blicos atingidos pelas atividades da empresa, proporcionando a uni�o dos princ�pios de disputa empresarial e local com o bem-estar social. A CVC possui um diferencial competitivo, que abrange uma dupla cria��o de valor econ�mico para a sociedade e para a empresa, denotada pelos investimentos pertencente aos objetivos sociais e ambientais, e a cria��o de valor para os neg�cios, caracterizada pelas aplica��es em neg�cios em longo prazo, gerando incentivos sociais e aumentando o resultado financeiro das empresas (PORTER; KRAMER, 2011; BOCKSTETTE; STAMP, 2011).�

Portanto o valor compartilhado pode ser estabelecido por interm�dio de pol�ticas e pr�ticas operacionais, elevando a concorr�ncia da empresa, e simultaneamente, enriquecendo as situa��es econ�micas e sociais nas comunidades em que opera (PORTER; KRAMER, 2011).

 

3 M�TODO

 

Este estudo, da perspectiva de sua natureza, � aplicado, pois tem como prop�sito gerar conhecimento para execu��o pr�tica designada a responder o subsequente problema de pesquisa: como o banco de alimentos propicia a CEASA-CE seu exerc�cio da responsabilidade social corporativa?

No que diz respeito � especifica��o do tipo de abordagem do problema, a natureza desta pesquisa � quanti-qualitativa, uma vez que busca foco em constatar e examinar dados mensur�veis e n�o numericamente, direcionados para fatores qualitativos de assunto espec�fico, sendo considerada a parte subjetiva do problema (MATIAS-PEREIRA, 2012).

Referente � categoriza��o dos objetivos, esta pesquisa tem estrutura explorat�ria e descritiva, ou seja, busca �descrever as caracter�sticas de determinada popula��o ou fen�meno, ou estabelecimento de rela��es entre vari�veis� (MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 89). Ser� descrito a liga��o entre o banco de alimentos e o exerc�cio da responsabilidade social da CEASA-CE.

De acordo com os procedimentos t�cnicos de coleta de dados do presente trabalho, destaca-se como bibliogr�fica e estudo de caso. Consiste em ser bibliogr�fica, pois � elaboradora com base em estudos j� publicados anteriormente, conforme discorre Matias-Pereira (2012, p. 89) �quando elaborada a partir de material j� publicado, constitu�do principalmente de livros, artigos de peri�dicos e atualmente com material disponibilizado na internet�. A pesquisa bibliogr�fica possibilita um di�logo entre os estudos j� publicados sobre o tema, e os resultados obtidos com esse trabalho.

Este estudo foi denominado como um estudo de caso, por se tratar de uma pesquisa emp�rica que investiga um fen�meno atual incluso no seu cen�rio de realidade, quando as divisas entre o fen�meno e o contexto n�o s�o visivelmente determinadas (YIN, 2015).

A amostra do estudo de caso � n�o probabil�stica com amostra intencional, no qual um sujeito aponta um ou mais sujeito para compor a amostra do estudo, sendo escolhido o participante de acordo com os crit�rios buscados pelo pesquisador (APPOLIN�RIO, 2012). No intuito de obter um resultado mais confi�vel e propiciar o gerenciamento operacional da pesquisa, foi definido realizar a entrevista com o analista de mercado da CEASA-CE, possibilitando a identifica��o do estudo como sendo uma amostra n�o probabil�stica e por acessibilidade.

Em rela��o ao tipo de instrumento da pesquisa, o atual estudo ir� utilizar da entrevista presencial semiestruturada, mediante roteiro pr�-determinado, mas que possui abertura esclarecimento de elementos que surjam de maneira imprevis�vel ou informa��es acrescentadas esponteneamente dadas pelo entrevistado (APPOLIN�RIO, 2012). A entrevista aconteceu primeira semana de Abril de 2019 (ver ap�ndice A - autoriza��o do estudo organizacional - AP�NDICE A).

Na an�lise dos dados apurados nesta pesquisa, foi escolhido com base na��� investiga��o de conte�do, o m�todo de an�lise sem�ntica. Esse m�todo trata-se de uma t�cnica de estudo que viabiliza a defini��o objetiva, sistem�tica e quantitativa da abordagem clara, de uma comunica��o por interm�dio do jogo de palavras (COOPER; SCHINDLER, 2016).

O correspondente sujeito de an�lise da pesquisa foi a entrevista efetuada com o analista de mercado, bem como reportagens e documento sobre banco de alimentos em Minas Gerais e Cear�. Seu procedimento de sistematiza��o se firmou na an�lise sint�tica, apresentando como par�metros, palavras, express�es, frases ou par�grafos, em que as palavras passaram as menores e mais confi�veis itens de an�lise (COOPER; SCHINDLER, 2016). A identifica��o das classes/categorias do estudo portou como processo t�cnico as classes te�ricas, ou aquelas que apareceram durante o processamento de an�lise dos dados, detectadas desde as conex�es e crit�rios essenciais surgindo a partir das palavras (GRAY, 2014).

Foi utilizado o software IRAMUTEQ 0.7 ALPHA 2, para apura��o dos resultados, cujo a finalidade foi constatar, a princ�pio, as unidades de contexto iniciais (UCI) em unidade de contexto elementares (UCE), quantidade de palavras, frequ�ncia m�dia e n�mero de h�pax (palavras com frequ�ncia igual a um). Posteriormente foi criado o dicion�rio de propor��es menores das palavras ativas e suplementares, do mesmo modo da classifica��o hier�rquica descendente (CHD), a conex�o entre as palavras e a nuvem de palavras (CAMARGO; JUSTO, 2013).

 

4 APRESENTA��O E DISCUSS�O DOS RESULTADOS

 

O processo de an�lise dos dados dessa pesquisa est� divido em duas partes: o relato do gestor comercial e idealizador do projeto do banco de alimentos da CEASA-CE (BANCE), Sr. Od�lio Gir�o; e reportagens e documentos sobre o banco de alimentos das CEASAS Minas Gerais e Cear�. Justifica-se incluir reportagens sobre o banco de alimentos da CEASA-MG, pois o projeto cearense emergiu a partir dos conceitos implementados nessa institui��o, em especial equipamentos e plantas de produ��o, sendo um benchmarking desta institui��o.

 

4.1 BANCO DE ALIMENTOS CEASA-CE � OBJETO DO ESTUDO

 

Os bancos de alimentos, foram criados por interm�dio da filosofia do desenvolvimento sustent�vel, com a finalidade de arrecadar, renovar e distribuir alimentos atrav�s da liga��o com setor aliment�cio e sociedade civil, auxiliando de modo direto nas a��es sociais assistencialistas, custeadas em parte pelo poder p�blico e pela iniciativa privada, afora amenizando o problema da fome e combatendo o desperd�cio de alimentos (COSTA et al., 2014).

Assim, os bancos de alimentos aparecem concentrados na luta contra ao desperd�cio de alimentos �via estrutura log�stica baseada na agilidade, calcada em uma rede de coopera��o societ�ria que combina diversos segmentos da sociedade para a doa��o de bens e servi�os orientados a distribui��o de alimentos� para a popula��o necessitada (BELIK; CUNHA; COSTA, 2012, p. 111).

Dados revelam que em 2017, a rede brasileira de alimentos estima a exist�ncia de 218 unidades de BA em todo o pa�s. Identificando, ainda, que estes bancos tratam 59 mil toneladas de alimentos, provendo 5.894.201 pessoas em situa��o de fragilidade social e econ�mica atendidas por 17.182 institui��es sociais (MDS, 2018). O funcionamento dos bancos de alimentos � dependente de doa��es das iniciativas p�blicas e privadas.

Neste sentido, verificou-se que os centros de distribui��o de alimentos, CEASA, � um doador relevante, uma vez que nesse mercado o foco da comercializa��o est� em produtos hortifr�ti. Al�m disso, os dados dessas institui��es permitem inferir a exist�ncia de um elevado grau de perda dos alimentos pela apar�ncia n�o comercial.

No caso das Centrais de Abastecimento do Cear� - S/A (CEASA-CE), foram comercializadas 425.537,84 toneladas de hortigranjeiros, no per�odo de janeiro a outubro de 2018 (GIR�O, 2018). Desses, 5.758 toneladas se transformam em res�duos, 4.894 toneladas s�o retiradas para o aterro e 864 toneladas foram reaproveitados para o BA Mesa Brasil.

 

4.2 ENTREVISTA COM GESTOR CEASA-CE

 

O resultado da an�lise de conte�do da entrevista realizado com o gestor comercial da CEASA-CE e tamb�m respons�vel pelo planejamento do banco de alimentos da CEASA-CE, partiu de 41 questionamentos, o que possibilitou identificar utiliza��o de 5.079 palavras, sendo que 399 delas s�o h�pax � ou seja, palavras mencionadas apenas uma �nica vez.

As formas mais usadas foram: os substantivos alimento, produto, banco, CEASA, sopa e projeto respectivamente com as seguintes quantidade de apari��es: 68, 57, 54, 43, 33 e 28; e o adv�rbio n�o teve 63 ocorr�ncias seguidos por mais (43), mais (43) e tamb�m (40).

Procedida a an�lise fatorial do texto, esta apresentou quatro clusters/classes, que representam classes de palavras pertencentes ao vocabul�rio comum (ver figura 1 a seguir). �As classes �2 e 1� e �4 e 3� foram as mais representativas, indicando valores semelhantes (46,6% e 53,4%, respectivamente).

 

Figura 2� Denorgrama de Classifica��o Hier�rquica Descendente (CHD) da entrevista com gestor comercial da CEASA e respons�vel pelo planejamento do Banco de Alimentos.

Fonte: Elabora��o pr�pria, com base no levantamento bibliogr�fico da pesquisa (2018 e 2019).

 

Os cluster de palavras revelam a divis�o tem�tica embutida no discurso do gestor. As classes 3 e 4 tendem a ter mais afinidade entre si por estarem no mesmo ramo, somam 53,4% do conjunto de palavras proferidas. A partir do discurso do gestor, verifica-se que o projeto do banco de alimentos tem como foco a produ��o e distribui��o de sopa para entidades carentes, necessitando sensibilizar os permission�rios para realiza��o de doa��o de frutas e verduras sem valor comercial, como seu principal insumo.

Quanto a forma��o de clusters e suas palavras mais significativas distribu�das nos quadrantes (ver gr�fico a seguir), verifica-se que: classes 1 e 2 apresentam inter-rela��o entre suas palavras, pois concentra-se no quadrante inferior da direita. O jogo de palavras resultante da an�lise fatorial confirmat�rio ressalta o excesso de hortifr�ti que � desperdi�ada por estarem machucadas, perdendo assim o valor comercial para os permission�rios, que podem fazer a doa��o ao BANCE, que transformar� em alimento; classes 3 e 4 apesar de fazem parte do mesmo ramo, apresentam-se em quadrantes distintos e oponentes: classe 4 est� no quadrante inferior esquerdo, apresenta as caracter�sticas do projeto do BANCE como sendo inovador, que trar� mudan�as a CEASA-CE, tendo o Governo do Estado do Cear� como patrocinador; e a classe 3, situada no quadrante superior esquerdo trata dos produtos do banco de alimentos, com destaque para a sopa, al�m de ressaltar o processo de higieniza��o dos produtos recolhidos.

 

Figura 3 � Distribui��o dos clusters e palavras por quadrante.

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Destaca-se deste contexto, a palavra sopa tem elevado grau de signific�ncia, com coeficiente de qui-quadrado de 59,14, aproximadamente o dobro de participa��o de sua classe no total dos questionamentos.

 

Classe 3 � 26,14%%

%

Chi2

Classe 2 � 27,27%

%

Chi2

Sopa

90,48

59,14

Sempre

100

17,47

Desidratada

100,00

18,2

Governo

72,73

13,1

Quadro 4 � Perfis de palavras estatisticamente significativas em cada cluster do discurso do gestor.

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Demonstrando a interdepend�ncia entre empresa e sociedade, trazendo como foco as fun��es de: aquisi��o; produ��o/opera��o; marketing/vendas; e pesquisa e desenvolvimento.

A aquisi��o parte do pressuposto que haver� doa��o de alimentos, mediante sensibiliza��o, inicialmente, dos permission�rios da CEASA-CE, podendo no futuro ampliar para supermercados e ind�strias. �

 

[...] e tamb�m a outros empres�rios que v�o doar outros produtos que ir�o fazer parte da sopa o banco n�o cont�m s� produtos hortigranjeiros, mas tamb�m tem outros produtos que � a polpa. [�] tem tamb�m o alimento in natura que vai ser doado de imediato com as entidades que v�o ser cadastradas e tamb�m tem um produto final que vai ser a sopa sendo uma sopa desidratada que servir� durante v�rios meses para a fam�lia necessitada (texto 01).

[�] no doce e al�m disso usando as hortali�as pode fazer tamb�m a sopa que ser� chamada Nutrimais que o governo gostou tanto da ideia que vai transformar a sopa em produto de primeira linha do banco (texto 20).

 

A produ��o/opera��o tem como foco a sopa, embora tenha sido projetado a manufatura de polpa e compota, al�m da elabora��o de cestos de frutas e verduras in natura, que devem atender aos padr�es legais de produ��o de alimentos;

 

[�] o banco ter� uns 300 metros quadrados com um potencial para o ser o maior do Nordeste pois com as experi�ncias em outras CEASAS do Brasil a sopa sozinha encarece muito por conta das embalagens. [�] a log�stica � muito complicada (texto 20). [...] o nosso foco n�o � esse, a nossa sopa � desidratada vai ser em pacotinhos e esse pacotinho rende 12 pratos, � um modelo avan�ado por ser um modelo franc�s (texto 22). [�] pelo fato de n�o ter muito fogo e muito calor ter equipamentos mais modernos pega a cenoura e retira toda �gua dela e fica o produto pronto para fazer a sopa os produtos que der para fazer a sopa. [�] ser� desidratado e empacotado num papel laminado pelo fato de ser mais resistente mais sofisticado para se transformar numa sopa de qualidade ent�o quer dizer que basicamente esse processo a gente vai buscar de fato maximizar os produtos (texto 23). [�] n�o vai mais ser transformado na sopa com os alimentos tratados e higienizados. [�]� ela estar� pronta dentro do saco, basta colocar na �gua quente e temperar com cheiro verde para dar um gostinho, al�m de ter um tempo bem maior de durabilidade poder� ser estocada e facilitar� a log�stica do produto e distribuir a sopa de acordo com a necessidade de cada entidade (texto 28). [�] vamos trabalhar no m�nimo com 30 000 quilos m�s em termos de sopa, que pode gerar at� 3 200 pratos, a estimativa da polpa poder� chegar a 1 000 quilos de polpas inicialmente (texto 37). [�] o banco dar� continuidade pode n�o existir a sopa, mas o banco ir� existir para a distribui��o dos alimentos (texto 40).

 

O marketing/vendas parte da gest�o do relacionamento com os permission�rios, respons�veis pela doa��o do insumo, ao mesmo tempo em que gera um produto que permite o posicionamento de responsabilidade social, mediante a distribui��o gratuita para entidades carentes e popula��o em situa��o de risco, de sopa, polpa, compota e cesto de frutas e verduras;

 

[�] e foi criado para c� para at� armazenar esses produtos. Essa sopa � estilo o banco de alimentos da Fran�a, � o mais moderno do mundo (texto 12). E transformando o banco - mais um produto que � a polpa juntando mais um produto que � a sopa, al�m dos alimentos colhidos n�o s� daqui, mas tamb�m em outras entidades que queiram doar (texto 20).

[...] o nosso foco n�o � esse, a nossa sopa � desidratada vai ser em pacotinhos e esse pacotinho rende 12 pratos, � um modelo avan�ado por ser um modelo franc�s (texto 22). [...]o foco do governo � distribuir para as unidades carentes e tamb�m at� para os pres�dios pois a sopa Nutrimais na hora que for produzida ter� uma distribui��o bem maior pois vai ter os produtos e ainda mais um ingrediente que � a soja. [�] sendo que desenhei a sopa sem a soja, mas depois foram na CEASA Minas e descobriram um avan�o que essa sopa desidratada � mais rent�vel e muito mais duradoura at� a quest�o da cozinha � mais higienizada (texto 23).

 

A pesquisa e desenvolvimento, quando considera o projeto como elemento inovador para CEASA-CE, que ao inv�s de pagar alta taxa de recolhimento de lixo, ir� reutilizar e reciclar alimentos sem valor comercial, no entanto, com qualidade nutricional.

 

[�] mas tamb�m n�o falarmos em sopa, s� que a sopa seria expressa, n�o seria esse estilo francesa desidratada e tamb�m a polpa faz parte do banco at� tinha no projeto tamb�m o p�ozinho tamb�m est� contemplado para acompanhar sopa expressa. [�] mas com isso a� n�o, a sopa desidratada j� fica para quando as fam�lias pegarem esse pacote de sopa e transformar em quarenta pratos (texto 14). [�] esse banco inicialmente vai ter a sopa inovadora, a polpa que a CEASA minas n�o t�m, e os equipamentos mais modernos com maior efici�ncia para ter mais produtos no mercado e alcan�ar o objetivo de beneficiar um n�vel bem maior de entidades [�]� ter uma refer�ncia em termos de inova��o do meio ambiente renova��o dos alimentos pois at� os alimentos ser�o bem destinados na hora que a marca banco e alimentos da CEASA com a sopa Nutrimais for estampada ser� uma refer�ncia bem maior para a empresa (texto 27).

 

No que se refere a interdepend�ncia do ambiente competitivo versus a empresa, pode-se perceber que: (1) industrias relacionadas e de suporte � o fato do BANCE est� localizado nas instala��es da CEASA-CE facilita acesso aos fornecedores locais, contribuindo para redu��o do lixo gerado pelo pr�prio permission�rio; e (2) condi��es locais de demandas � nesta situa��o, as exig�ncias das normas regulamentares dos objetivos do desenvolvimento sustent�vel possibilitou um pensar estrat�gico a CEASA-CE buscando a��es que contribu�sse com o fome zero e agricultura mais sustent�vel, trazendo assim o reaproveitamento de hortifr�ti comercialmente sem valor, em produtos com valor nutricional que atende as necessidades da alimenta��o da popula��o carente.

Por fim, apresenta-se a nuvem de palavras, possibilitando concluir que a centralidade do projeto do banco de alimentos est� na redu��o do desperd�cio de hortifr�ti dos permission�rios da CEASA, propiciando a industrializa��o de sopa para atender n�o somente as entidades carentes, mas, tamb�m, alguns entes p�blicos, trazendo redu��o de custo com alimenta��o, ao Governo do Estado do Cear�

 

 

Figura 4 � Nuvem de palavras da entrevista com Sr. Od�lio Gir�o.

Fonte: Elabora��o pr�pria, com base no levantamento bibliogr�fico da pesquisa (2018 e 2019).

 

4.3 REPORTAGENS E DOCUMENTO SOBRE BANCO DE ALIMENTOS DA CESAS-MG E CEASA-CE

 

O resultado da an�lise de reportagens e documento dos bancos de alimentos das CEASAS de Minas Gerais e Cear�, possibilitou identificar utiliza��o de 5934 palavras, sendo que 791 delas s�o h�pax � ou seja, palavras mencionadas apenas uma �nica vez.

As formas mais usadas foram: os substantivos alimento, banco, entidade, CEASA, social e rede, com as seguintes quantidade de apari��es 112, 50, 43, 37, 28 e 27, respectivamente; e o verbo alimentar (47).

Procedida a an�lise fatorial do texto, essa apresentou seis clusters, que representam classes de palavras pertencentes ao vocabul�rio comum. As classes �1 e 4� formam o ramo 1, com representatividade de 29,8% dos documentos analisados. As classes 2 e 5 formam o ramo 2 conectado com a classe 6, cuja representatividade 48,1%, dando origem ao ramo 3, e estes com a classe 3 totalizando 70,2%, emerge o ramo 4.

 

Figura 5 � Denorgrama de Classifica��o Hier�rquica Descendente (CHD) das reportagens e do documento referente ao projeto Banco de Alimentos da CEASA-CE.

Fonte: Elabora��o pr�pria, com base no levantamento bibliogr�fico da pesquisa (2018 e 2019).

 

Quanto a forma��o de clusters e suas palavras mais significativas distribu�das nos quadrantes (ver gr�fico a seguir), constata-se: ramo 1 � formado pelas classes 1 e 4 se localizam no quadrante inferior e superior, respectivamente, e do lado direito, n�o apresentam rela��o entre as classes, uma vez que a primeira trata da quest�o s�cio assistencial e a segunda aborda as quest�es de desenvolvimento do produto com alguns parceiros (STDS e NUTEC); ramo 2 � contempla as classes 2 e 5 que se posicionam no quadrante inferior esquerdo; o ramo 3 � agrega o ramo 2 e a classe 6, que localiza-se no quadrante esquerdo, estando nos quadrantes superior e inferior; ramo 4 � � constitu�do pelo ramo 3 e pela classe 3, que est� no quadrante esquerdo superior.

 

Figura 6 � Distribui��o dos clusters e palavras por quadrante.

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Salienta-se que as classes 3 e 6 est�o no quadrante superior esquerdo, no entanto, as palavras n�o denotam uma intera��o entre elas, embora relatem um significado complementar - desperd�cio e compromisso com a sociedade - em outras palavras trazendo a quest�o da responsabilidade social no n�vel econ�mico com foco na filantropia.

Os cluster de palavras revelam a divis�o tem�tica embutida nas reportagens sobre banco de alimentos e no documento do BANCE. As classes 1 e 4 abordam a quest�o s�cio assistencial, bem como, o desenvolvimento de parcerias institucionais do poder p�blico para que o BANCE possa de fato cumprir sua miss�o de produ��o e distribui��o de alimentos. Evidencia-se deste contexto as palavras chegar e at�, que t�m elevado grau de signific�ncia. Seus respectivos coeficientes de qui-quadrado s�o de 26,0 e 18,0, superior a participa��o de sua classe no total.

 

 

 

Classe 1 � 12,98%

%

Chi2

Classe 4 � 16,79%

%

Chi2

Maracana�

80

43,06

STDS

100

53,64

Fortaleza

80

43,06

NUTEC

100

36,64

Adjac�ncias

100

34,86

 

 

 

Quadro 5 � Perfis de palavras estatisticamente significativas em cada cluster dos artigos pesquisados

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

No ramo quatro verificou-se que as palavras seguran�a possui o triplo do qui-quadrado da sua classe de palavras, e alimentar e popula��o possuem aproximadamente o dobro.

 

Classe 2 � 12,98%

%

Chi2

Seguran�a

59,09

42,39

Alimentar

45,71

37,52

Popula��o

66,67

28,99

Quadro 6 � Perfis de palavras estatisticamente significativas em cada cluster dos artigos pesquisados

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

Diante desta amostra, pode-se inferir que as interpend�ncias entre empresa e sociedade, e vice-versa, acontecem nas seguintes categorias:

�

Quadro 7 � Intera��o dos ambientes estrat�gicos

DIMENS�O

CATEGORIAS

VARI�VEIS

Interdepend�ncia Empresa versus

Sociedade

Infraestrutura

[�] O local destinado ao banco de alimentos ser� na sede da CEASA vinculada � Secretaria de Desenvolvimento Agr�rio - SDA devendo ser coordenado e executado por meio da parceria com o Instituto CEASA e apoio da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social � STDS [�] cabendo principalmente a STDS a identifica��o da rede a ser atendida e sua capacita��o quanto a h�bitos e consumo saud�vel a CEASA a infraestrutura e manuten��o envolvendo desde a doa��o dos alimentos e a SECITECE com apoio na infraestrutura (texto 06).

Gest�o de pessoas

[�] dados utilizados a coleta de dados iniciara atrav�s do levantamento de dados referente ao n�mero de entidades da rede s�cio assistencial de Fortaleza e Maracana� e ainda referente aos produtos a serem coletados na CEASA envolvendo profissionais da equipe da CEASA Instituto CEASA c�lula de SAN STDS e NUTEC [�] forma��o de equipe t�cnica para execu��o do projeto a SDA CEASA com apoio da STDS Coordenadoria da Prote��o B�sica e Seguran�a Alimentar e Nutricional - CPSB e SAN e NUTEC junto a entidade conveniada selecionar� recursos humanos para atuarem no banco de alimentos (texto 06).

Desenvolvimento tecnol�gico

[�] sua execu��o ser� em parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Agr�rio - SDA por meio da CEASA representada pelo instituto CEASA a STDS e a Secretaria de Ci�ncia Tecnologia e Ensino Superior - SECITECE atrav�s do NUTEC onde cada um dos parceiros ter�o suas atividades definidas (texto 06).

Aquisi��o

[�] metas � implantar um banco de alimentos na sede da CEASA Maracana�/Fortaleza para coletar selecionar recondicionar alimentos em condi��o de consumo e ainda controlar sua distribui��o a x entidades da rede s�cio assistencial cadastradas pelo banco para atender aproximadamente x pessoas diariamente mensalmente [�] ser� executado na sede da CEASA com atua��o em Maracana� em fortaleza e outras e as circunvizinhas tendo como enfoque a implementa��o de um banco de alimentos que ir� desenvolver aproveitamento de alimentos (texto 06).

Log�stica interna

[�]monitoramento todo o monitoramento ser� registrado constando de acompanhamento sistem�tico do objeto das a��es e metas previstas em projeto atrav�s da CEASA Instituto CEASA com apoio da c�lula de SAN STDS NUTEC (texto 06).

Opera��es

[�] elabora��o o relat�rio descritivo final ser� elaborado contendo a evolu��o das a��es ao t�rmino das capacita��es e ainda contemplando os resultados dos instrumentais aplicados durante a avalia��o a constru��o do citado relat�rio ser� de responsabilidade da c�lula de SAN STDS (texto 06).

Marketing e vendas

[�] crit�rios adotados para sele��o entidades que comp�em a rede s�cio assistencial de Fortaleza/Maracana� e adjac�ncias cadastradas inscritas nos conselhos municipais de assist�ncia social de Fortaleza e Maracana� tendo a supervis�o do Conselho Estadual de Seguran�a Alimentar e Nutricional - CONSEA-CE quanto ao seu funcionamento no tocante a distribui��o de� [�] gerar e contribuir para a redu��o da Inseguran�a alimentar e nutricional das pessoas atendidas em entidades da rede s�cio assistencial de Fortaleza/Maracana� e adjac�ncias por meio do aproveitamento e repasse de alimentos excedentes e que encontram-se em perfeitas condi��es de consumo� [�] realizar cadastro dos potenciais doadores realizar cadastro dos potenciais doadores com prontu�rios espec�ficos junto as 1700 empresas que atuam dentro da CEASA Maracana� e outras localizadas fora do entreposto da regi�o metropolitana, referido cadastro constar� de nome endere�o (texto 06)

Interdepend�ncia Ambiente Competitivo versus Empresa

 

Ind�strias relacionadas e de suporte

[�] um banco de alimentos que recebe armazena e redistribui alimentos e um Centro Municipal de Agricultura Urbana e Familiar - CMAUF para manter toda essa rede funcionando nada mais apropriado do que a participa��o da sociedade civil por meio dos conselhos e o que garante o vice-prefeito Willian barreiro (texto 02).

[�] repassa-os a institui��es da sociedade civil sem fins lucrativos que produzem e distribuem refei��es gratuitamente a indiv�duos em situa��o de vulnerabilidade alimentar a estrat�gia dos bancos de alimentos vem associada a responsabilidade social [�] como potenciais receptores de doa��es deve se adotar como base o cadastro dos conselhos municipais de assist�ncia social de Maracana� e Fortaleza e do CONSEA estadual para identificar institui��es que atuam com a pol�tica de seguran�a alimentar e nutricional passa a ser fortalecida especificamente em Maracana�/Fortaleza e adjac�ncias por meio da implanta��o desse banco de alimentos com atua��o junto a rede s�cio assistencial [�] Integra��o na execu��o do projeto encontra se prevista a integra��o das a��es junto a SDN CEASA com a STDS coordenadoria de prote��o social b�sica e SAN por meio da c�lula de SAN envolvendo al�m dos profissionais dessas �reas tamb�m os do NUTEC (texto 06).

Condi��es locais de demanda

[�] ao final do ato Luzia Ferreira parabenizou os novos integrantes e assegurou que o poder p�blico e a sociedade caminhar�o juntos buscando fortalecer cada vez mais a pol�tica de seguran�a alimentar do munic�pio (texto 2).

[�]� ganham lugar na mesa de milhares de brasileiros que n�o tem acesso regular a alimenta��o os bancos arrecadam esses produtos adequados ao consumo e os repassam a institui��es da sociedade civil sem fins lucrativos que produzem e distribuem refei��es gratuitamente [...] justificativa tarefa de combater a fome e um dever do estado no entanto esse desafio exige um compromisso de todos destacando-se o papel da sociedade civil a exemplo de entidades que atuam assistindo a popula��o em situa��o de vulnerabilidade social. [�] p�blico alvo os p�blicos a ser atendido no projeto referem-se a pessoas em situa��o de inseguran�a alimentar e nutricional e s�o beneficiadas por entidades que comp�em a rede s�cio assistencial de Fortaleza/Maracana� e adjac�ncias (texto 6).

[�] at� o pr�ximo dia 20/02 credenciamentos das organiza��es da sociedade civil para participa��o no programa mais nutri��o as selecionadas ser�o beneficiadas no per�odo de 2019 at� o final de 2020 com doa��o de alimentos (texto 08).

[�] complementar a alimenta��o servida em entidades da rede s�cia assistencial de Fortaleza/Maracana� e adjac�ncias na perspectiva de a seguran�a alimentar e nutricional desenvolver educa��o alimentar e nutricional junto as entidades selecionadas da rede s�cio assistencial de Fortaleza/Maracana� e adjac�ncias [�] cabendo principalmente a STDS a identifica��o da rede a ser atendida e sua capacita��o quanto a h�bitos e consumo saud�vel a CEASA a infraestrutura e manuten��o envolvendo desde a doa��o dos alimentos e a SECITECE com apoio na infraestrutura [�] produto e demanda di�ria dentre outras informa��es importantes divulga��o e apresenta��o da proposta do projeto aos parceiros a SDA CEASA em parceria com a STDS e NUTEC divulgar� o projeto junto a rede s�cio assistencial de Fortaleza Maracana� e vizinhan�as (texto 06).

Contexto de estrat�gia, estrutura e rivalidade das empresas

[�] com total transpar�ncia para sociedade numa forma simples de explica��o o banco pretende ser uma ponte que busca onde sobra e entrega onde falta contribuindo para diminuir o abismo da desigualdade social no pais [�] o que significa dizer que al�m da ado��o de pol�ticas p�blicas e estrat�gias de combate e erradica��o da pobreza e condi��o indispens�vel que o estado a iniciativa privada e a sociedade trabalhem de forma articulada para garantir o acesso de todos as condi��es m�nimas necess�rias a uma vida digna [�] contribuindo para diminuir o abismo da desigualdade social no pa�s neste projeto prop�e-se que o banco de alimentos seja implantado na sede da CEASA em Maracana� atendendo tamb�m a cidade do Fortaleza que segundo os dados mais recentes do censo demogr�fico 2015 tem uma popula��o de capacitar x profissionais e x pessoas assistidas pelas entidades visando a melhor qualifica��o na oferta dos servi�os oferecidos e melhoria dos h�bitos alimentares 11 resultados esperados redu��o da inseguran�a alimentar de pessoas assistidas por entidades da rede s�cio assistencial de fortaleza e Maracana� [�] a n�o aceita��o da realiza��o do projeto por meio das equipes respons�veis CEASA, NUTEC, STDS e entidades da rede s�cio assistencial inclusive com rela��o a n�o disponibiliza��o do espa�o f�sico (texto 06).

Fonte: Adaptado de Porter (1989); Porter (1993); Porter e Kramer (2006).

 

Por fim, apresenta-se a nuvem de palavra, onde podemos perceber a centralidade do alimento, sendo esse, base para o projeto. Evitar o desperd�cio, levar um alimento rico em nutrientes para os mais necessitados e compartilhar essa ideia com parceiros interessados

 

Figura 7 � Nuvem de palavras das reportagens e documento dos bancos de alimentos de MG e CE.

Fonte: Elabora��o pr�pria, com base no levantamento bibliogr�fico da pesquisa (2018 e 2019).

 

Pode-se inferir, portanto, diante da distribui��o dos clusters que o projeto do BANCE est� mais voltado as quest�es da responsabilidade social econ�mica, vislumbrando redu��o do custo de produ��o de alimentos, partindo de os conceitos reutilizar e reciclar h�bitos de consumo e descarte.

 

5      CONSIDERA��ES FINAIS

 

Por meio do questionamento, tendo como base a metodologia definida, o presente artigo atendeu ao proposto, pois descreveu a rela��o do BANCE enquanto estrat�gia de responsabilidade social corporativa implementado pela CEASA-CE, sob olhares do idealizador, de reportagens e do projeto do banco de alimentos.

Segundo a abordagem te�rica, a responsabilidade social corporativa reune diversos stakeholders para um fim comum: gerar simultaneamente o desenvolvimento econ�mico, social e ambiental.

O banco de alimentos, inicialmente, atenderia unicamente a redu��o de custos dos res�duos produzidos pelos permission�rios. Contudo, sua abrang�ncia foi ampliada em virtude das parcerias estabelecidas com entes p�blicos, em especial os incentivos governamentais propiciando ao projeto uma amplitude de atua��o da responsabilidade n�o somente ambiental, como tamb�m social, impactando diretamente na comunidade de seu entorno.

Sob o olhar do idealizador do banco de alimentos da CEASA-CE e tendo como fundamenta��o te�rica o modelo proposto por Porter e Kramer (2006) verificou-se que houve impacto na cadeia de valor, afetando diretamente as quest�es sociais da regi�o metropolitana de Fortaleza, pois o projeto ir� distribuir cestos de alimentos com frutas e verduras, sopa desidratada, polpa de frutas para as pessoas carentes, afora de reduzir o lixo produzido pelos permission�rios da central.

Pode-se inferir que a implementa��o do banco de alimentos como estrat�gia de responsabilidade social corporativa da CEASA-CE gera interdepend�ncia entre empresa versus sociedade e vice-versa, cujo resultados afetam diretamente as quest�es sociais e ambientais do entorno da central de alimentos, reduzindo os danos das atividades da cadeia de valor, uma vez que transforma frutas e verduras com valor nutricional que seriam jogados no lixo em um novo produto que ser� consumido pela popula��o carente, entidades sem fins lucrativos, e por alguns entes p�blicos.

Por fim, conclui-se que as a��es estrat�gicas do banco de alimentos da CEASA-CE com base no modelos de Carroll (1991) foi iniciada a partir da responsabilidade social econ�mica, passando a abranger a responsabilidade �tica. �Contudo, pode-se, tamb�m, enxerga nesse processo a responsabilidade discricion�ria, pois existe um papel volunt�rio de atender uma demanda social, para pessoas mais necessitadas com a sopa, a polpa e a compota dos produtos hortifr�ti.

As limita��es da pesquisa se encontram no fato do BANCE est� em fase de implanta��o, o que impediu entrevistar outros gestores. Sugere-se para futuras pesquisas, aprofundar o conhecimento sobre BANCE aplicando entrevistas com os gestores da CEASA-CE, permission�rios e demais stakeholders envolvidos no projetos.

 

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AP�NDICES

 

Ap�ndice A � Carta de Autoriza��o de Participa��o da �Centrais de Abastecimento do Cear�- S/A� no Estudo de Caso

 

Autoriza��o de Participa��o da Empresa no Estudo de Caso

 

Fortaleza, 10 de Abril de 2019.

 

Eu, JOS� HELIO SALGADO NETO e NADJANE LIMA SILVA, alunos do Curso de Gradua��o em Administra��o do Centro Universit�rio 7 de Setembro (UNI7), sob orienta��o do(a) Prof(a). Marcos Aur�lio Maia, solicito permiss�o para obter voluntariamente de sua empresa informa��es que ser�o utilizadas, ap�s tratamento, na forma de estudo de caso a ser inserido na pesquisa em andamento sobre "A��es de responsabilidade social implementadas pelo banco de alimentos da CEASA-CE".

 

No aguardo do aceite, agradecemos a aten��o dispensada.

 

 

Jos� Helio Salgado Neto

Aluno-Pesquisador

 

 

Nadjane Lima Silva

Aluna-Pesquisadora

 

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Prof(a). Marcos Aur�lio Maia

Orientador(a) da Pesquisa

 

 

 

Antonio Od�lio Gir�o de Almeida

Analista de mercado da CEASA-CE