CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR DO SÓCIO-PROPRIETÁRIO DA HAMBURGUERIA I LOVE BACON SOB A ÓTICA DA TEORIA DAS NECESSIDADES DE DAVID MCCLELLAND
Camila Pessôa Settinieri
Graduanda do Curso de Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7).
camilapsettinieri@hotmail.com
Carlos Matheus Silva Vasconcelos
Graduando do Curso de Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7).
matheussilva23@icloud.com
Marcos Aurélio Maia Silva
Professor adjunto do curso de Administração do Centro Universitário 7 de Setembro (UNI7). Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Especialista em Administração de Recursos Humanos pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Graduado em Administração pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Professor de cursos de graduação e de pós-graduação da UNI7.
aurelio.maia@uece.br
RESUMO
O
presente estudo foi elaborado com o objetivo de analisar as características
comportamentais empreendedoras do sócio-proprietário da hamburgueria I Love
Bacon. Para isso, foi levado em conta a abordagem desenvolvida pelo psicólogo
norte-americano David McClelland (1972). A pesquisa é do tipo qualitativa, de
natureza exploratória e descritiva. Foi aplicado um questionário estruturado
desenvolvido por McClelland (1972) diretamente a um dos sócios da hamburgueria,
sendo os resultados coletados no mês de abril de 2019. Como
base nos resultados, foi identificado que o entrevistado detém a maior parte
das características empreendedoras em seu comportamento, o que reflete em uma
boa atuação do seu negócio no mercado alimentício na cidade de Fortaleza.
PALAVRAS-CHAVE: Comportamento.
Empreendedorismo. Serviço.
ABSTRACT
The
present study was elaborated with the objective of analyzing the
entrepreneurial behavioral characteristics of the partner-owner of hamburger I
Love Bacon. For this, the approach developed by the American psychologist David
McClelland (1972) was taken into account. The research is qualitative,
exploratory and descriptive in nature. A structured questionnaire developed by
McClelland (1972) was applied directly to one of the hamburger partners, and
the results were collected in April 2019. Based on the results, it was
identified that the interviewee possesses most of the entrepreneurial
characteristics in his behavior, which reflects in a good performance of his
business in the food market of the city of Fortaleza.
KEYWORDS: Behavior.
Entrepreneurship. Service.
Os primeiros indícios do empreendedorismo no Brasil ocorreram na década de 1990, quando o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e a Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFTEX) foram criados. Desde então, os empreendedores puderam ter um suporte em relação as informações de como iniciar uma empresa, capacitações e consultorias para resoluções de pequenos problemas no negócio, proporcionando aos mesmos o desenvolvimento e a condução de suas próprias empresas rumo ao sucesso no mercado (DORNELAS, 2014).
Diversos estudos apontam que, a partir da utilização de atitudes inovadoras, o empreendedor torna-se o principal potencial para o crescimento econômico e desenvolvimento social.
As atividades empreendedoras contribuem não somente para a obtenção de renda aos empresários provedores de mercadorias e serviços, mas também para a formação de empregos à população de determinada região, inclusão de inovações no mercado e estímulo à prosperidade econômica (CHIAVENATO, 2007).
Levando em conta a abordagem de alguns autores, nota-se um consenso no que diz respeito à atuação do empreendedorismo, o qual não se limita à criação e desenvolvimento de negócios, mas também apresenta papel importante no crescimento econômico e desenvolvimento local. Desta forma, torna-se imprescindível ressaltar a importância que o papel do empreendedor possui para a retomada do desenvolvimento econômico brasileiro.
Assim sendo, o empreendedor busca o crescimento de sua empresa, promove a geração de oportunidades de empregos, implementa medidas que facilitem o avanço da tecnologia e inovação e possibilita a identificação de oportunidades em cenários econômicos conturbados.
Além disso, é possível afirmar que as características comportamentais empreendedoras dos idealizadores de um negócio estão diretamente ligadas com o seu sucesso diante da concorrência, uma vez que a capacidade de gerenciar as diversas áreas da empresa atrelada à habilidade de liderar um grupo são fundamentais para o êxito organizacional em cenários de incerteza e de extrema competitividade.
Nesta perspectiva, após analisar a literatura, é possível ressaltar que o empreendedor corporativo vem ganhando merecida atenção por parte dos administradores, pois além de exercer sua função na organização, o indivíduo apresenta características empreendedoras, como a proatividade, a inovação e a criatividade. Consequentemente, a atuação deste intraempreendedor facilita a expansão competitiva, dinamizando os pontos fortes da empresa para o atingimento de seus objetivos perante o mercado.
Observada a importância do empreendedorismo e da renovação empresarial para o desenvolvimento socioeconômico nacional, nota-se que os empreendimentos ligados ao segmento alimentício vêm apresentando considerável crescimento ao longo dos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), com o crescimento anual de aproximadamente 10%, o segmento de alimentação fora de casa vem gerando cerca de 450 mil novas oportunidades de emprego por ano no Brasil (SEBRAE, 2017a).
Considerando a pressa dos brasileiros na realização de suas atividades cotidianas, observou-se um aumento no faturamento do mercado de lanches rápidos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 34% dos brasileiros gastam com alimentação fora de casa, e os mesmos despendem cerca de 25% de seus salários em refeições fora do lar (EXAME, 2017). Em números, o faturamento deste setor no mercado brasileiro no ano de 2017 correspondeu ao montante de R$ 166 bilhões (ABRASEL, 2018).
Diante da contemporaneidade do assunto empreendedorismo e da sua importância para a retomada de crescimento da economia brasileira, e levando em conta a ascendência do segmento de lanches rápidos no mercado, justifica-se o ensejo da abordagem de tal tema, de forma a efetuar a análise do ambiente empreendedor da hamburgueria I Love Bacon, levando em conta as características empreendedoras de seus sócios, sua atuação e os aperfeiçoamentos implementados.
Dada a relevância do tema, o presente artigo teve como questionamento inicial de pesquisa: quais características empreendedoras estão presentes no sócio-proprietário da hamburgueria I Love Bacon?
Para responder a tal problema, o objetivo geral ficou definido como: analisar as características empreendedoras de um dos sócios-proprietários da hamburgueria I Love Bacon. Já os objetivos específicos desta investigação foram: descrever as origens do empreendedorismo; descrever características comportamentais empreendedoras; e identificar características empreendedoras em um dos sócios da hamburgueria I Love Bacon.
Nesta seção, foram apresentados os conceitos pertinentes ao tema empreendedorismo corporativo, levando em conta suas origens, a identificação de oportunidades, a ação empreendedora, a implementação do empreendedorismo nas organizações, as características comportamentais empreendedoras, a atitude empreendedora, a necessidade do comportamento empreendedor nas organizações, e o elo entre criar, empreender e inovar.
O empreendedor é aquele com atitude focada para resultados e inovações, relacionados diretamente à sua postura de como lidar com as situações em seu dia a dia, tendo entusiasmo e energia para produzir, desenvolver e colocar em prática as suas ideias (TAJRA, 2014). A partir deste conceito, compreende-se que o espírito empreendedor está agregado a pessoas que realizam, que mobilizam recursos e que correm riscos para empreender seu próprio negócio (SCARAMUZZA; BRUNETTA, 2009).
Além disso, salienta-se a importância do papel histórico do empreendedor para a sociedade, levando em conta que, a partir das mudanças sociopolíticas, econômicas, culturais e tecnológicas ocorridas no século XX, os empreendedores vêm revolucionando o mundo. Eles são capazes de criar e aproveitar oportunidades, desenvolvendo inovações, produzindo riquezas e gerando, assim, o bem-estar para a população e a promoção de uma maior mobilidade no desenvolvimento da sociedade. Em geral, o empreendedor pode intensificar cada vez mais a inovação nos modelos de negócios (DORNELAS, 2014).
Em face ao exposto, destaca-se o Brasil como sendo um país empreendedor, que apesar de todas as dificuldades socioeconômicas, apresenta muitas perspectivas positivas, como: os órgãos e iniciativas de apoio aos empreendedores (SEBRAE), incubadoras de novos negócios, fundações estatais de amparo à pesquisa, e escolas superiores que oferecem cursos sobre empreendedorismo (SCARAMUZZA; BRUNETTA, 2009).
“No povo brasileiro sempre existiu um grande senso de empreendedorismo. Todos os anos surgem inúmeras iniciativas de jovens empreendedores tentando marcar presença no mundo dos negócios” (MENDES et al., 2012).
Após a identificação do conceito de empreendedorismo e sua atuação no Brasil, salienta-se o processo empreendedor, o qual envolve todas as ações da empresa, desde as oportunidades (identificação, avaliação e captura) até os recursos (equipamentos e pessoas) que a organização dispõe para a exploração destas oportunidades (DORNELAS, 2008).
Em vista disso, cabe ao empreendedor estar ciente de que existirão muitas ameaças e incertezas ao longo da atuação de seu negócio no mercado, devendo o mesmo avaliar os prós e contras das decisões a serem tomadas, bem como as suas respectivas consequências, a fim de minimizar os riscos de forma preventiva e garantir o sucesso do seu empreendimento (SCARAMUZZA; BRUNETTA, 2009).
O processo de transformar as ideias inovadoras em um negócio de sucesso é bastante complexo e arriscado, exigindo do empreendedor uma determinada organização, gestão estratégica e centralização do processo de forma adequada (BESSANT; TIDD, 2009).
Evidencia-se que a ação empreendedora está associada a diversos aspectos positivos no contexto social, econômico e organizacional, isto é, quando um novo empreendimento é aberto, ocorre um vínculo com o desenvolvimento social e econômico, além da criação de valor e satisfação dos indivíduos (SILVA; VALADARES; ANDRADE, 2016).
Além disso, é importante ressaltar que o empreendedor precisa atuar com inteligência emocional, uma vez que a mesma interfere diretamente na tomada de decisões. Portanto, o empreendedor deve evitar tomar decisões por impulso, visto que as ações devem ter foco e objetivos a serem alcançados. Se a ação do negócio for exercida na base da emoção, a mesma demonstrará que o indivíduo não possui autocontrole, deixando prevalecer o lado emotivo sobre o racional (TAJRA, 2014).
A identificação de uma
oportunidade ocorre mediante avaliação do mercado e constatação de lacunas que
poderiam ser preenchidas, representando assim o pontapé inicial para que o
empreendedor desenvolva seu produto ou serviço (CHIAVENATO, 2007).
Sob essa ótica, para avaliar a
sustentabilidade de uma oportunidade é preciso que o empreendedor leve em conta
os aspectos de mercado, atentando-se à sua potencialidade e aos seus
concorrentes; os aspectos econômicos, levando em conta o retorno esperado para
o investimento pretendido, bem como a sua viabilidade; as vantagens
competitivas e diferenciais que conquistem os consumidores, como custos de
produção baixos e inovações; e a presença de uma equipe gerencial
participativa, a qual possua habilidades e conhecimentos multidisciplinares,
contribuindo com o desenvolvimento das oportunidades visadas (DORNELAS, 2008).
Existem inúmeras tendências no mercado
que geram oportunidades para inicializar um novo negócio. Destacam-se as cinco
principais: (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014)
1)
a tendência
econômica, que em meio à crise financeira, forçou os consumidores a terem
precaução com seus gastos. Desta forma, oferece oportunidades para os
empreendedores em relação à terceirização, coaching
de negócios, promoções e produtos inovadores;
2)
a tendência
social, que está ligada ao networking, ou seja, palestras, eventos
e redes sociais para negócios, identificando oportunidades nas áreas de
planejamento de viagens e financeira;
3)
a tendência
de saúde, que vem se destacando no mercado por conta da preocupação com a
manutenção da saúde, principalmente no quesito prestação de serviços,
oferecendo oportunidades nas academias, alimentos saudáveis, cosméticos,
clínicas de saúde, dentre outros;
4)
a tendência
na web, que está criando
gradativamente formas de comunicação e consumo, ocasionando o impulso de várias
oportunidades, como: os aplicativos móveis, videogames
e plataformas digitais;
5)
a tendência
verde, cujo setor está repleto de oportunidades para o empreendedor em
razão do amplo e crescente número de consumidores dispostos a pagar mais por
produtos verdes. Valem a pena ser analisadas as áreas de irrigação, reciclagem,
logística reversa, serviços de limpeza verdes, energia limpa e orientação
orgânica.
Por conseguinte, nota-se o atrelamento
vital entre a detecção de oportunidades e o empreendedorismo corporativo, cuja
essência se dá no aproveitamento da conjuntura nacional e dos recursos
disponíveis. O empreendedor pode identificar uma ideia de oportunidade de negócio
em seu cotidiano, através do diálogo com seus colegas de trabalho, clientes e
fornecedores, em viagens ou mesmo na análise de tendências da moda. Uma vez
detectada, cabe ao empreendedor testar a aceitação de sua ideia perante
potenciais consumidores, para que somente então possa elaborar o plano de
negócios e testar a sua viabilidade (BAGGIO; BAGGIO, 2014).
O interesse individual dos
funcionários em seguir seus próprios talentos e criar algo que seja seu tem se
intensificado atualmente, e essa nova busca pela autorrealização vem causando
desconforto nas organizações estruturadas. Por isso, muitas empresas vêm
demonstrado um maior interesse pelo empreendedorismo em virtude de uma série de
eventos nos níveis sociais, culturais e empresariais (HISRICH; PETERS;
SHEPHERD, 2014).
A princípio, para implementar
e estimular o empreendedorismo nas organizações destaca-se o
intraempreendedorismo, um movimento empresarial voltado para o desenvolvimento
inovador e empreendedor dos colaboradores da organização, de modo que os mesmos
possam alavancar boas ideias de negócio, gerando o crescimento da própria
empresa (TAJRA, 2014).
O intraempreendedorismo surgiu para definir o tipo ideal de colaborador
que as organizações do século XXI precisariam: aquele que agisse na sua função
ou na sua área de atuação, com a mentalidade de um empresário, ou seja, como se
fosse o dono da empresa para qual trabalha. Dessa forma, esse profissional
estaria sempre buscando novas melhorias, atencipando-se às necessidades da
empresa – um profissional motivado para alcançar objetivos e metas desafiantes,
para demontrar que o seu trabalho e o de sua equipe representam a melhor forma
de alcançar eficiência, qualidade e resultados superiores (CARNEIRO, 2013, p.
19-20).
Este novo estímulo de
empreender é chamado de empreendimento de corporação, ou seja, um novo negócio
dentro de uma organização existente, constituindo na criação de algo novo de
valor para a redefinição dos atuais produtos ou serviços comercializados. O
aperfeiçoamento destes novos procedimentos de produção vem agregando valor à
empresa, pois além de enaltecer o espírito empreendedor, gera inovação para a
organização (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014).
Nesse contexto, tem-se que a
união do perfil empresarial e empreendedor constitui o empresário-empreendedor,
que consiste no indivíduo que possui características empreendedoras somadas às
de um empresário. São estas: responsabilidade, perseverança, ousadia,
iniciativa e conhecimento (TAJRA, 2014).
Portanto, os empreendedores
corporativos tendem a confiar em seus talentos, possuindo uma necessidade
incessante de agir. Ao contrário de planejarem indefinidamente, eles buscam
fazer algo para realizarem seus planos. Mesmo quando ocorrem fracassos, os
intraempreendedores não tendem a culpar os outros, mas sim assumirem os erros
que estavam sob sua responsabilidade, procurando agir com prudência para que haja
aprendizado e correção das suas falhas, e não se importando em fazer pequenas
tarefas ou exercer ocupações inferiores aos seus cargos (FIALHO et al., 2007).
Diversas características
comportamentais empreendedoras já foram abordadas por inúmeros autores, mas
nota-se certa constância no levantamento dos seguintes atributos: a capacidade
de inovar e agir com dedicação, perseverança, otimismo e envolvimento à longo
prazo no enfrentamento de desafios; a aptidão em tomar decisões de forma
autônoma, liderando e demonstrando confiança em si próprio e na sua equipe de
profissionais; estar aberto a mudanças, com flexibilidade nas decisões e
orientação para resultados; a capacidade de enxergar o dinheiro como consequência,
e não como meta, dentre outros (CÂMARA; ANDALÉCIO, 2012).
O comportamento empreendedor está intimamente ligado a uma orientação para
a ação, pensando de forma diferente, buscando incessantemente novas
oportunidades para o negócio, criando algo novo e entendendo como essas novas
oportunidades poderão trazer lucros para a organização (DORNELAS, 2008, p. 13).
Existem inúmeras características de pessoas
empreendedoras, as quais encontram-se interligadas, desenvolvidas e
influenciadas com base nos estímulos internos individuais. Destacam-se as
principais: (TAJRA, 2014)
a) iniciativa
de fazer as coisas por vontade própria, aproveitando ideias inovadoras e indo
atrás daquilo em que se acredita para empreender;
b) criatividade,
que traz consigo a capacidade de inovação, com coragem para transformar uma
ideia em realidade;
c) comprometimento
em dar o melhor de si para alcançar os objetivos, isto é, se envolver-se por
completo para obter os resultados esperados, com confiança, entusiasmo e
serenidade;
d) autoconfiança para ir atrás do que realmente
se deseja, confiando na própria capacidade de se chagar aonde se planejou;
e) automotivação,
que se apresenta interligada com a autoconfiança, pois pessoas determinadas e
motivadas conseguem dar o melhor de si, contagiando aos demais com tal espírito
motivador;
f) bons
relacionamentos, que representam uma grande vantagem competitiva, pois é a
partir de uma boa rede de contatos que se torna possível atrair clientes,
parceiros e fornecedores para a obtenção de credibilidade no mercado;
g) persistência
para entender que abrir um negócio não será tarefa fácil, existindo obstáculos
que poderão ser superados a partir da adaptação às mudanças quando for preciso;
h) e o
otimismo, que faz com que o empreendedor analise e detecte oportunidades ao seu
redor, analisando seus potenciais positivos e acreditando que a sua ideia fará
a diferença e será bem-sucedida.
As características empreendedoras não
constituem comportamentos específicos, existindo vários fatores que influenciam
o perfil empreendedor, como: experiências, treinamentos, ambiente de trabalho,
frustrações, contexto familiar, apoio em instituições de ensino e o seu
histórico individual, independência e personalidade. Sendo assim, o indivíduo
pode exprimir diversas características de um empreendedor, apresentando traços
mais profundos que resultam no seu comportamento como tal. Mas é importante
enfatizar que este comportamento não é padronizado, e cada sujeito pode
apresentar uma conduta diferente (BESSANT; TIDD, 2009).
Antes de desenvolver uma
atitude empreendedora na organização, é necessário que haja a percepção da
viabilidade de tal ação, para que assim o empreendedor desenvolva um
comportamento ideal e apresente a iniciativa de dar o pontapé inicial em sua
ideia. Pôr em prática uma ação fica mais fácil quando o empreendedor acredita
na sua capacidade individual de obter êxito em suas decisões. Além da percepção
da viabilidade, é necessário também que o indivíduo tenha a concepção dos
resultados almejados, analisando se os mesmos serão favoráveis ou não para o
seu empreendimento (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014).
A atitude empreendedora é um comportamento visionário típico de pessoas
que assumem riscos e responsabilidades dentro da empresa. Este profissional é
aquele que não consegue ficar parado a espera de uma oportunidade, preferindo
criar suas chances e desenvolver melhores habilidades para se destacar no
mercado (MARQUES, 2016, p. 1).
Os empreendedores idealizam
uma ampla oportunidade de negócios, apresentando a necessidade de desenvolver
seu empreendimento. Analisando suas ações, constatam-se diversas atitudes a
eles relacionadas, como: a busca por oportunidades, fuga da rotina
profissional, dependência do próprio esforço, análise da concorrência,
elaboração de objetivos, enfrentamento de desafios, presença de flexibilidade,
autocontrole, carisma e o molde de seu sucesso a partir dos pontos fortes e
fracos do mercado. A partir destas atitudes empreendedoras, o indivíduo
consegue se adaptar e buscar com mais facilidade a excelência de seu empreendimento
(GURGEL, 2015; TAJRA, 2014).
Portanto, ter uma atitude
empreendedora não quer dizer obrigatoriamente que um indivíduo tem que abrir
seu próprio empreendimento. Um funcionário de um setor aleatório de uma empresa
pode apresentar comportamento empreendedor, seguindo metas, tendo consciência dos resultados almejados a serem
obtidos a partir das mesmas, e pautando um planejamento efetivo, de
forma a calcular riscos e ultrapassar eventuais adversidades (ÉPOCA NEGÓCIOS,
2015).
Ao observar a atuação das
organizações na contemporaneidade, é possível notar que o comportamento empreendedor tem influência direta na
competência de analisar as vantagens competitivas no mercado, e as empresas que
estimulam seus funcionários a desenvolverem este comportamento vêm apresentando
a capacidade de enfrentar desafios complexos, alcançando objetivos relevantes e
detendo de sinergia de seus colaboradores superior à de seus concorrentes
(GURGEL, 2015).
Assim
sendo, quando uma organização incentiva o comportamento empreendedor em sua
cultura organizacional, torna-se possível o ajuste eficaz de sua atuação de
acordo com as mudanças dos cenários socioeconômicos a qual estão inseridas, com
a renovação de suas atitudes para a adaptação aos ambientes mais complexos
(MORAIS et al., 2015).
Evidenciada
a influência do comportamento humano nas organizações, destaca-se a abordagem
do psicólogo David McClelland, que desenvolveu a teoria das necessidades, com
enfoque nas necessidades de realização, de poder e de associação. De acordo com
seus estudos, a motivação está diretamente ligada ao conceito de clima
organizacional, o qual contribui para moldar o comportamento de seus
funcionários a partir das três necessidades, isto é, por meio do clima
organizacional o indivíduo integraliza as diversas características para
obtenção do seu sucesso dentro da empresa e consequentemente satisfaz as
necessidades da organização (CHIAVENATO, 2014; ROBBINS, 2002).
Deste
modo, a teoria das necessidades de McClelland afirma que cada indivíduo denota
uma necessidade predominante para determinada situação, uma vez que, para o seu
sucesso dentro da organização, haverá a resolução de um problema com um padrão
de comportamento já utilizado anteriormente. Desta forma, uma das necessidades
continuamente irá se sobressair. Portanto, se o indivíduo busca o
relacionamento interpessoal para o seu resultado satisfatório, este expõe uma
forte característica de necessidade por afiliação. Já se a sua satisfação for
obtida através do controle ou da influência sobre as pessoas, destaca-se a
necessidade de poder (CHIAVENATO, 2014).
Ainda
sob essa ótica, os estudos realizados em 34 países no ano de 1982 pela Agência
para o Desenvolvimento Internacional das Nações Unidas (USAID), a Management Systems International (MSI) e
a McBeer & Company, empresa de
consultoria de McClelland, permitiram a observação da presença de dez
características comportamentais empreendedoras que relacionam o
empreendedorismo à gestão estratégica organizacional (ALLEMAND, 2011).
Esta
abordagem foi aprofundada a partir da divisão das características em três
grupos: (MINELLO; BÜRGER; KRÜGER, 2017)
a) conjunto de realização, que engloba a capacidade de superar
desafios e pelo desenvolvimento pessoal, sendo composto pela busca de
oportunidades e iniciativa, persistência, exigência de qualidade e eficiência,
correr riscos calculados e comprometimento;
b) conjunto de planejamento, que abrange as competências de
busca de informações, estabelecimento de metas e planejamento e monitoramento
sistemáticos. Este grupo inclui a capacidade do indivíduo de determinar aonde
ele quer chegar, através da análise performática de sua empresa;
c) e conjunto de poder, o qual remete à capacidade do
indivíduo de liderar, convencer e influenciar, com o intuito de beneficiar seu
negócio. Envolve a persuasão e rede de contatos; e independência e
autoconfiança.
Assim
sendo, destacam-se as dez características fundamentais do comportamento
empreendedor, sendo elas: a busca de oportunidades aliada à proatividade; a
persistência para enfrentar eventuais contratempos; a disposição de assumir
riscos calculados; a inclinação para a melhoria contínua (fazer mais e melhor);
o comprometimento com o negócio, trabalhando em equipe e priorizando seus
clientes; a constante análise de tendências do mercado; o estabelecimento de
metas desafiantes a serem cumpridas; o planejamento e monitoramento de suas
decisões; o poder de persuasão e o aumento de sua rede de contatos (networking); e a autonomia, buscando ser
otimista em suas escolhas (SEBRAE, 2017b).
Referente
aos estudos de McClelland (1972), e com base nas características empreendedoras,
um quadro explicativo foi apresentado por Minello, Bürger e Krüger (2017),
sintetizando as dez principais dimensões destas características (figura 1).
Figura
1 – Características empreendedoras e comportamento empreendedor
CATEGORIA: REALIZAÇÃO |
|
Busca de oportunidades e
iniciativa |
Faz as coisas antes
de solicitado, ou antes de forçado pelas
circunstâncias; age para expandir o negócio a novas áreas,
produtos ou serviços; e aproveita oportunidades fora do comum para
começar um negócio e obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local
de trabalho ou assistência. |
Correr riscos calculados |
Avalia alternativas e
calcula riscos deliberadamente; age
para reduzir os riscos ou controlar os
resultados; e coloca-se em situações que
implicam desafios ou riscos moderados. |
Persistência |
Age diante de
um obstáculo significativo; age repetidamente ou
muda de estratégia, a fim de enfrentar um desafio ou superar um
obstáculo; e faz um
sacrifício pessoal ou
desenvolve um esforço extraordinário para completar uma tarefa. |
Exigência
de qualidade e
eficiência |
Encontra maneiras de fazer as coisas melhor, mais
rápido ou mais barato;
age de modo
a fazer coisas que satisfazem ou
excedem padrões de excelência; e desenvolve ou utiliza procedimentos para assegurar que o
trabalho seja terminado a tempo ou que o trabalho atenda
a padrões de qualidade previamente combinados. |
Comprometimento |
Assume responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário ao atingimento
de metas e objetivos; colabora com os empregados ou se coloca no lugar deles,
se necessário, para
terminar um trabalho; e esmera-se em manter os clientes satisfeitos e coloca, em
primeiro lugar,
a boa vontade a longo prazo acima
do lucro a curto prazo. |
CATEGORIA: PLANEJAMENTO |
|
Busca de informações |
Dedica-se pessoalmente a obter informações de clientes, fornecedores e concorrentes; investiga pessoalmente como fabricar um produto ou fornecer um serviço; e consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial. |
Estabelecimento de metas |
Estabelece metas e objetivos que são desafiantes e que têm significado
pessoal; define metas
de longo prazo, claras
e específicas; e estabelece
objetivos mensuráveis e de curto
prazo. |
Planejamento e monitoramento sistemáticos |
Planeja dividindo tarefas de grande porte
em subtarefas com
prazos definidos; constantemente revisa seus planos, levando em conta
os resultados obtidos e as mudanças circunstanciais; e mantém
registros financeiros e utiliza-os para tomar
decisões. |
CATEGORIA: PODER |
|
Persuasão e redes de contato |
Utiliza estratégias deliberadas para influenciar ou persuadir os outros; utiliza pessoas-chave como agentes para atingir seus
próprios objetivos; e age
para desenvolver e manter relações comerciais. |
Independência e autoconfiança |
Busca autonomia em relação a
normas e controles de outros; mantém seu ponto de vista
mesmo diante da oposição ou de resultados inicialmente desanimadores;
e expressa confiança na sua própria capacidade de completar uma tarefa
difícil ou de
enfrentar um desafio. |
Fonte: (MINELLO;
BÜRGER; KRÜGER, 2017).
Antes de abordar o elo entre
empreender, inovar e criar, é de suma importância conhecer o conceito de cada
um desses fatores, os quais apresentam substancial interligação e exigem que
sejam discorridos para a execução dos processos que os unem (BESSANT; TIDD,
2009).
O primeiro fator,
anteriormente abordado neste trabalho, consiste no empreendedorismo, que
representa a capacidade de assumir riscos, encontrar oportunidades, traçar um
plano de negócios, conhecer seus colaboradores e stakeholders, criar o seu diferencial perante a concorrência e
enfrentar desafios, potencializando seu espírito criativo e vislumbrando o
sucesso em seu empreendimento (SCARAMUZZA; BRUNETTA, 2009).
Após o fator empreender,
aborda-se a criatividade, que representa a criação e comunicação de novas
possibilidades, experimentação de novas ideias, obtenção de diferentes pontos de
vista e geração de perspectivas extraordinárias e inovadoras (BESSANT; TIDD,
2009).
A partir disso, ressalta-se o
termo inovar, que consiste na necessidade de aprimorar um produto ou serviço,
explorar novos processos, planejar algo único e original, idealizar ideias
diversas, e promover práticas que façam com que a empresa se sobressaia perante
a concorrência, agregando valor à marca para que haja a geração de resultados
positivos e satisfatórios (SCARAMUZZA; BRUNETTA, 2009).
Deste modo, nota-se que boa
parte dos processos de uma empresa envolvem a identificação dos problemas,
exigindo assim um potencial criativo, inovador e empreendedor. Após unir estas
características, o indivíduo percebe e reage construtivamente, ao invés de
apenas atribuir uma solução de técnicas padronizadas e externamente impostas
(BESSANT; TIDD, 2009).
O método científico é o
elemento fundamental do processo da ciência do conhecimento, tendo em vista que
se trata de um conjunto de procedimentos técnicos que fornecem informações para
a análise da relação de diversos fenômenos formulados no problema da pesquisa
(SEVERINO, 2007).
Assim
sendo, neste capítulo foi apresentada a metodologia utilizada no procedimento
de coleta e tratamento dos dados, o tipo de amostra e o instrumento de pesquisa
que auxiliaram no cumprimento dos objetivos deste trabalho.
“A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos” (CERVO; BERVIAN, 2003, p. 63). Ela requer um procedimento formal, de pensamento reflexivo, que através do embasamento científico permite o descobrimento de novos fatos e possibilita a relação de qualquer conhecimento. Deste modo, torna-se possível obter o levantamento de dados para elaboração do que se pretende alcançar (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Com o intuito de apurar as ações de empreendedorismo utilizadas na hamburgueria I Love Bacon e descrever seu ambiente empreendedor, foi realizada uma pesquisa do tipo exploratória-descritiva. A pesquisa exploratória é formulada com o propósito de desenvolver um levantamento bibliográfico acerca de um tema genérico, o qual requer delimitações e refinamento para tornar o problema da pesquisa mais elucidado, suscetível a uma investigação mais aprofundada com procedimentos estruturados. Ao passo que a pesquisa descritiva tem como base a utilização de ferramentas padronizadas para reunir informações significantes que permitam o detalhamento de determinada população ou fenômeno, sem a manipulação dos dados obtidos (GIL, 2008; PRODANOV; FREITAS, 2013).
No que se refere aos procedimentos, a pesquisa pode ser classificada como bibliográfica, uma vez que se tentou explicar o problema central a partir do recolhimento de referências teóricas já publicadas por outros autores e ideias prévias, valendo-se de tais contribuições do meio científico para a elaboração do tema a ser abordado (CERVO; BERVIAN, 2003). Assim sendo, o presente estudo foi elaborado com base em diversas fontes bibliográficas do meio científico para uma melhor análise e compreensão acerca do tema apresentado.
A pesquisa é de campo, sendo caracterizada pela coleta de dados previamente estipulados fora do laboratório, de forma direta no ambiente das ocorrências (SILVA, 2003). “Consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem espontaneamente, na coleta de dados a eles referentes e no registro de variáveis que presumimos relevantes, para analisá-los” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 59). Nesse contexto, ressalta-se a importância da utilização da pesquisa de campo para o presente trabalho, uma vez que há a necessidade da coleta e análise aprofundada dos dados para a solução do problema da pesquisa.
Já a natureza desta pesquisa foi do tipo qualitativa, visto que se refere a resultados que não podem ser alcançados por meio de quantificações, isto é, técnicas estatísticas, e sim por experiências vividas, comportamentos, sentimentos, fenômenos culturais e sociais (STRAUSS; CORBIN, 2008). Desta maneira, utilizou-se como objeto de estudo desta pesquisa qualitativa a identificação do comportamento empreendedor de um dos sócios da hamburgueria, extraindo informações individuais através de entrevistas e observações, codificando os dados para interpretar, organizar e relacionar os mesmos com os conceitos teóricos.
No presente trabalho foi utilizado um estudo de caso, o qual “consiste em coletar e analisar informações sobre determinado indivíduo, uma família, um grupo ou uma comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa” (PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 60). O estudo de caso remonta o potencial de desenvolver informações particulares, caracterizando uma lógica indutiva, ou seja, há diversas formas de formular o estudo através do método empírico, facilitando a descrição minuciosa do mesmo (BIAGI, 2009).
Sob essa ótica, foi aplicada a ferramenta de estudo de caso com o propósito de analisar as ações de empreendedorismo utilizadas na hamburgueria I Love Bacon, a partir da descrição das características comportamentais de um dos sócios, que refletem no ambiente organizacional.
A amostra utilizada neste estudo de caso foi do tipo não probabilística e convencional, onde, intencionalmente, os pesquisadores optam por escolher um participante levando em conta a disponibilidade do mesmo, dirigindo-se ao sujeito para obter as informações desejáveis à sua pesquisa (APPOLINÁRIO, 2012; PRODANOV; FREITAS, 2013). Assim sendo, a amostra desta pesquisa foi composta pelo sócio proprietário da hamburgueria I Love Bacon, responsável pela obtenção das informações pertinentes às suas características comportamentais empreendedoras.
“A coleta de dados estará relacionada com o
problema, a hipótese ou os pressupostos da pesquisa e tem por fim obter
elementos para que os objetivos propostos na pesquisa possam ser alcançados”
(MATIAS-PEREIRA, 2012, p. 91).
A entrevista é um instrumento de investigação social, no qual, por meio da coletas de dados, o investigador pode obter informações para auxiliar no diagnóstico dos resultados. Deste modo, a entrevista consiste em desenvolver um encontro entre duas pessoas a fim de averiguar os fatos e analisar o comportamento do entrevistado em determinada situação (MARCONI; LAKATOS, 2010).
À vista disso, levando em conta o propósito do tema em questão, foi utilizada a entrevista do tipo padronizada ou estruturada, a qual “consiste em fazer uma série de perguntas a um informante, de acordo com um roteiro preestabelecido” (SILVA, 2003, p. 69). Sob essa ótica, foram aplicadas 55 perguntas de múltipla escolha acerca do tema proposto para compor a entrevista padronizada, sendo a mesma aplicada ao sócio da hamburgueria I Love Bacon com a finalidade de identificar o comportamento empreendedor no mesmo.
O pré-teste é definido como uma análise crítica das perguntas elaboradas para a entrevista, evidenciando possíveis falhas, ambiguidades ou linguagens inacessíveis, perguntas irrelevantes e questões fora de ordem. Vale ressaltar que, após a verificação destas falhas, deve-se reformular as perguntas e aplicar novamente o pré-teste, tendo em vista que o seu aprimoramento gera resultados eficientes e o mesmo poderá ser aplicado com qualquer pessoa. Outro aspecto importante do pré-teste é a sua necessidade de aplicação em uma pequena população escolhida, e esta nunca será elemento de estudo (MARCONI; LAKATOS, 2010).
Para o presente estudo, não houve a necessidade de aplicação de um pré-teste, uma vez que o questionário estruturado utilizado pelos pesquisadores já foi aplicado em outras pesquisas já publicadas.
No que se refere à aplicação da entrevista, optou-se pela realização de contato pessoal com os um dos sócios da hamburgueria, o qual ocorreu no próprio ambiente de trabalho, a fim de possibilitar a análise da postura empreendedora dos mesmos.
Foi solicitada autorização da empresa I Love Bacon para que os dados necessários fossem coletados, conforme Apêndice A (p. 29).
A coleta de dados consiste na
etapa onde os pesquisadores devem expor sobre como planejam obter as
informações necessárias para a solução do problema de sua pesquisa (PRODANOV;
FREITAS, 2013). É nesta fase “em que se
inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a
fim de se efetuar a coleta dos dados previstos” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.
149).
Assim
sendo, os pesquisadores realizaram no mês de abril de 2019 a entrevista do tipo
estruturada com um dos sócios da hamburgueria I Love Bacon, onde foram
aplicadas 55 perguntas com base na abordagem de McClelland, com o intuito de
identificar as características comportamentais empreendedoras do entrevistado.
No que se refere a tabulação,
a mesma consiste no agrupamento e organização dos dados obtidos, como forma de
facilitar a análise da interação entre os mesmos. Nesta etapa, torna-se
possível sintetizar as informações observadas e, a partir da reunião das
mesmas, pode-se confirmar ou objetar as hipóteses idealizadas (MARCONI;
LAKATOS, 2010).
Na
pesquisa em pauta, a tabulação dos dados ocorreu com o auxílio do programa Microsoft Office Word®, onde foi
possível armazenar e agrupar eficazmente as informações adquiridas na
entrevista com um dos sócios, permitindo aos pesquisadores a análise
inter-relacionada das mesmas.
Em relação ao tratamento dos dados em uma pesquisa qualitativa, elabora-se uma análise e interpretação de conteúdo, no qual torna-se possível levantar, identificar e separar as informações. Nesse contexto, inicialmente ocorre a análise e a descrição dos dados coletados, extraindo-se todas as respostas e os principais fatores do objeto investigado. Logo após esta etapa, o pesquisador pode interpretar estes fatores, estabelecendo uma rede de ligações de resultados entre o problema da pesquisa e o conteúdo teórico, para que o assunto possa ser objeto de conhecimento futuramente (ANDRADE, 1999).
Portanto, o tratamento de dados consiste na principal etapa da pesquisa, pois é nesta fase que todo o estudo de caso pode ser validado e analisado, comprovando ou não as hipóteses idealizadas acerca da existência do comportamento empreendedor em um dos sócios da hamburgueria I Love Bacon.
Neste
capítulo, foi exposto o histórico de atuação do objeto de estudo deste
trabalho, e foram identificadas e discutidas as dez características
comportamentais empreendedoras presentes no sócio-proprietário da hamburgueria
I Love Bacon.
A empresa iniciou suas atividades em
dezembro de 2015 com
uma inovadora proposta gastronômica, que adotou o bacon como principal
ingrediente de seu cardápio, sendo o mesmo composto por 90% de seus pratos à
base da especiaria.
No
início, o atendimento era realizado em um food truck que
transitava por diferentes regiões da cidade de Fortaleza, além de se fazer presente
em alguns eventos realizados na capital cearense, porém com demandas em pequena escala. Após seu crescimento no
mercado e o sucesso nas vendas, mudaram-se em outubro de 2016 para um local
físico no complexo sul da metrópole, localizado no bairro Parque Manibura.
A nova localização da loja física não proporcionou aos
sócios o alcance da demanda esperada, forçando os mesmos a adotarem um novo
planejamento para a escolha de uma área mais acessível e mais próxima de seu
público-alvo, cuja posição fosse estratégica para a implementação de entregas
em domicílio.
Assim
sendo, no dia três de maio de 2018, inaugurou-se a nova loja física no bairro
Aldeota, mais especificamente na rua Joaquim Nabuco, número 1273.
Após
estipular as previsões de demandas e analisar a sua capacidade interna, a
empresa iniciou a contratação de uma equipe de profissionais de diferentes
áreas. Foram escalados quatro funcionários para a produção (cozinha), três para
o atendimento aos clientes, um gerente financeiro que também executa a função
de caixa, e uma estagiária para o setor administrativo. Aos finais de semana,
onde se percebe um aumento das demandas da hamburgueria, são convocados
funcionários temporários para o atendimento à clientela.
Através
de sua atuação, a empresa conseguiu aos poucos se consolidar no mercado,
conquistando não só clientes em sua loja física, mas também consumidores
adeptos às plataformas de pedidos online,
tornando a empresa cada vez mais conhecida e rentável perante a acirrada
competitividade do polo gastronômico fortalezense.
Atualmente,
a hamburgueria I Love Bacon vem inovando-se perante a concorrência,
implementando diferenciais competitivos que chamem a atenção de potenciais
consumidores. São exemplos: a adição de produtos voltados ao público vegetariano;
a permissão de entrada de animais domésticos em seu estabelecimento (pet friendly); happy hour todos os dias; promoções em dias específicos da semana e
em datas comemorativas; música ao vivo nos finais de semana; inovação na
apresentação dos hambúrgueres; e a disponibilidade de reserva de um espaço no
piso superior, destinado a eventos.
Nesta seção, foram analisadas
as características empreendedoras com base na abordagem teórica desenvolvida
pelo psicólogo norte-americano David McClelland (1972). Foi aplicado um
questionário estruturado com 55 questões conforme Anexo
A (p. 30), seguindo o método da escala de Likert, onde o entrevistado
pôde se autoavaliar em cada indagação, nas escalas de (1) nunca a (5) sempre.
Nesse contexto, com o intuito
de evitar uma eventual autoavaliação deturpada por parte do participante, o
questionário utilizado apresenta o Fator de Correção, onde são acrescentadas
pontuações extras nos somatórios das características comportamentais
empreendedoras. O entrevistado em questão não tentou apresentar uma falsa
imagem altamente favorável de si mesmo, não sendo necessária a aplicação do Fator
de Correção.
Diante
do exposto, o gráfico 1 disposto a seguir apresenta as pontuações obtidas pelo
entrevistado em cada uma das características comportamentais empreendedoras
analisadas, sendo elas: busca de oportunidades e iniciativa, persistência,
comprometimento, exigência de qualidade e eficiência, correr
riscos calculados, estabelecimento de metas, busca de informações, planejamento
e monitoramento sistemáticos, persuasão e rede de contatos, independência e autoconfiança.
Além disso, foram adicionados ao gráfico os respectivos valores mínimos em cada
traço comportamental que evidenciem a presença de comportamento empreendedor no
entrevistado, objetivando uma comparação entre a pontuação alcançada e o mínimo
a ser obtido (15 pontos).
Gráfico 01 – Características comportamentais empreendedoras
segundo o modelo de McClelland (1972)
Fonte:
Dados da pesquisa, 2019.
Assim sendo, levando em conta as
temáticas de cada questão disposta na entrevista, os pesquisadores optaram por
dividir as características comportamentais empreendedoras nos subtópicos a
seguir, objetivando uma melhor visualização e interpretação dos resultados
obtidos.
Neste
quesito, o participante obteve 18 pontos, demonstrando sua facilidade de
percepção de oportunidades no mercado. De acordo com a abordagem teórica, o
sócio age com proatividade em suas atividades do cotidiano e possui a
capacidade de expandir seu negócio para novas campos de atuação a partir das
tendências do mercado.
4.2.2 Persistência
Neste
aspecto, o sócio obteve apenas 16 pontos, ficando bem próximo à margem mínima
que pode ser alcançada no questionário. Isso mostra que falta um maior empenho
na superação de obstáculos que podem aparecer no decorrer de sua vida
profissional, requerendo do indivíduo um maior comprometimento e destemor
diante de frustrações e em suas tomadas de decisão.
Neste
traço comportamental, o entrevistado atingiu 18 pontos. Isso mostra seu empenho
nas atividades inerentes ao seu negócio, assumindo esforços em detrimento de
sacrifícios pessoais para conquistar e fidelizar cada vez mais clientes,
motivar seus funcionários e promover uma boa rede de relacionamento com seus stakeholders.
No
que se refere à qualidade e eficiência, o sócio obteve 18 pontos, o que mostra
que o mesmo busca superar as expectativas do cliente,
agindo com excelência ao mesmo tempo em que busca reduzir custos e gargalos no
processo produtivo. Esta característica mostra que o mesmo desenvolve uma boa
comunicação com todos os colaboradores envolvidos no processo, almejando a
qualidade em seus produtos e a eficiência nos serviços prestados.
Na
característica comportamental que exterioriza a tomada de decisões com algum
tipo de risco envolvido, o participante obteve apenas 14 pontos, ficando abaixo
do mínimo dos parâmetros da esfera empreendedora. Diversos motivos podem ter
levado a tal déficit, sendo provável
a influência negativa do macroambiente econômico, no qual observa-se uma falta
de incentivo à atuação empreendedora por parte do governo.
Além
disso, é possível que haja uma falta de envolvimento do sócio na assunção de
riscos moderados, que podem manter o negócio em uma zona de conforto,
prejudicando seu crescimento.
Neste
item o participante alcançou 19 pontos, o que demonstra uma vantagem
competitiva no estabelecimento de metas à curto, médio e longo prazo, ao mesmo
tempo em que há uma automotivação no alcance de seus objetivos. Na abordagem
conceitual, esta característica denota a capacidade do empreendedor de resolver
os problemas e definir metas de forma clara e objetiva, competência que se
mostra presente no sócio proprietário da hamburgueria.
O
ponto que ganha destaque nos resultados do questionário aplicado é a busca de
informações, onde o entrevistado atingiu 20 pontos. Esta característica indica
o constante interesse do sócio em estudar o ambiente relacionado ao seu
negócio, avaliando potenciais tendências, padrões de comportamento do seu
público-alvo, mudanças no ambiente político e legal, cenários econômicos, a
atuação de seus concorrentes, e inovações na área tecnológica que podem
aperfeiçoar sua performance empresarial.
4.2.8 Planejamento e Monitoramento
Sistemáticos
Apesar de
ter obtido uma boa pontuação no quesito “estabelecimento de metas”, o
participante apresentou apenas 16 pontos no que se refere ao planejamento e
monitoramento. Essa característica comportamental diz respeito ao planejamento
de estratégias, plano de negócios, estratégias competitivas, análise de riscos
e previsão de possíveis mudanças sociais, o que evidencia a falta de tais
práticas por parte do empreendedor.
4.2.9 Persuasão e Rede de Contatos
O
empreendedor atingiu 19 pontos nesta modalidade, ratificando a sua habilidade
de se comunicar e influenciar pessoas necessárias para alcançar seus objetivos.
Por apresentar um bom networking, o
sócio pode estabelecer boas relações comerciais com parceiros, utilizando das
mesmas como vantagem competitiva.
4.2.10 Independência e Autoconfiança
Neste
traço comportamental, o sócio empreendedor obteve apenas 15 pontos, deixando-o
à margem da pontuação mínima. Isso reflete que falta ao mesmo a aptidão de
acreditar em suas próprias escolhas, o que pode limitar suas realizações
pessoais e profissionais. Também falta uma maior resiliência sobre os
obstáculos que eventualmente puderam comprometer algum projeto por ele
almejado, causando insegurança em momentos de decisões importantes.
Este trabalho teve como
objetivo atestar a relação do empreendedorismo corporativo com o sucesso do
negócio no mercado, tendo como base a abordagem teórica de David McClelland, em
consonância com estudos acerca do tema empreendedorismo e pesquisa de dados referentes
ao mercado alimentício. Assim sendo, buscou-se analisar as características
comportamentais empreendedoras do sócio da hamburgueria I Love Bacon,
verificando pontos importantes que podem interferir diretamente nos rumos do
negócio.
Deste
modo, através dos resultados coletados por meio de uma entrevista, notou-se a
presença de nove das dez das características empreendedoras, levando em conta a
margem mínima estabelecida, de quinze pontos. Merece destaque o tópico “correr
riscos calculados”, onde o participante apresentou um resultado abaixo do
limite inferior, o que demonstra certa privação nos momentos em que se mostra
necessário enfrentar ameaças para romper barreiras que estejam restringindo o
crescimento do seu negócio.
Outro aspecto que vale ser
ressaltado é a “independência e autoconfiança”, onde o resultado alcançado pelo
sócio ficou no limite mínimo. Apesar de não ser considerada uma característica
comportamental ausente segundo a teoria, o entrevistado deve buscar desenvolver
esta habilidade, empenhando-se em agir com firmeza e adotando posicionamentos
assertivos que venham a auxiliar no gerenciamento do seu negócio.
O
atributo que se releva diante dos demais é a “busca de informações”, um ponto
bastante positivo para o empreendedor, uma vez que demonstra o interesse deste
na busca de se sobressair perante a concorrência, adotando estratégias
inovadoras que diferenciem a empresa em um cenário de acirrada competitividade.
Dessa forma, utilizando-se deste traço comportamental em consonância com o
aperfeiçoamento das outras características, o sócio da empresa estará mais
próximo de adquirir o amadurecimento pessoal necessário para a consolidação de
seu empreendimento no mercado.
Portanto, diante dos
resultados coletados e levando em conta a teoria de McClelland, o sócio-proprietário
da I Love Bacon apresentou 90% das características comportamentais
empreendedoras, otimizando assim o objetivo desta pesquisa.
Com
perspectivas para estudos posteriores, esta pesquisa sugere a aplicação do
questionário segundo o modelo de McClelland com vários sócios do segmento,
realizando uma análise comparativa que possibilite uma melhor visualização das
características comportamentais de cada empreendedor, e verificando como estas
influenciam na gestão de seus empreendimentos.
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Autorização de Participação da Empresa no Estudo de Caso
Fortaleza, 12 de março de 2019.
Nós, Camila Pessôa Settinieri e Carlos Matheus Silva Vasconcelos, alunos
do Curso de Graduação em Administração do Centro Universitário 7 de Setembro
(UNI7), sob orientação do Prof. Marcos Aurélio Maia Silva, solicitamos permissão
para obter voluntariamente de sua empresa informações que serão utilizadas,
após tratamento, na forma de estudo de caso a ser inserido na pesquisa em
andamento sobre “Características do comportamento empreendedor do
sócio-proprietário da hamburgueria I Love Bacon sob a ótica da teoria das
necessidades de David McClelland”.
No aguardo do aceite, agradecemos a atenção dispensada.
Camila Pessôa Settinieri Aluna-Pesquisadora |
Carlos Matheus Silva Vasconcelos Aluno-Pesquisador |
|
Prof. Marcos Aurélio Maia Silva Orientador da Pesquisa |
|
Francisco de Assis Sales Neto Sócio-Proprietário
– I Love Bacon (Assinatura
e Carimbo) |
Este questionário constitui-se de 55 afirmações
breves. Leia cuidadosamente cada afirmação e decida qual o descreve de melhor
forma. Seja honesto consigo mesmo. Lembre-se de que ninguém faz tudo
corretamente, nem mesmo é desejável que se saiba fazer tudo.
1.Selecione o número que corresponde à
afirmação que o descreve:
1- Nunca
2- Raras Vezes
3 - Algumas Vezes
4 -Usualmente
5 – Sempre
2.Selecione um número, anotando no quadrado,
para cada afirmação. Eis aqui um exemplo:
NUNCA
1 □ 2 □ 3 □
4 □ 5 □ SEMPRE
A pessoa que respondeu neste exemplo selecionou
o número “2” para indicar que a afirmação a descreve raras vezes.
3. Algumas afirmações podem ser similares, mas
nenhuma é exatamente igual.
4. Favor designar uma classificação numérica em
todas as afirmações.
5. Este questionário constitui-se de diferentes
etapas em sequência.
Leia atentamente todas as instruções.
AUTO-AVALIAÇÃO DAS CCEs
|
1 – Nunca 2
- Raras vezes 3 - Algumas vezes 4 - Usualmente 5 - Sempre |
|||||
01 |
Esforço-me para
realizar as coisas que devem ser feitas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
02 |
Quando me deparo com um problema
difícil, levo muito tempo para encontrar solução |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
03 |
Termino meu trabalho
a tempo |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
04 |
Aborreço-me quando as coisas não são
feitas devidamente |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
05 |
Prefiro situações em
que posso controlar ao máximo o resultado final |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
06 |
Gosto de pensar no futuro |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
07 |
Quando começo uma
tarefa ou projeto novo, coleto todas as informações possíveis antes de dar
prosseguimento a ele |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
08 |
Planejo um projeto grande dividindo-o em
tarefas mais simples que me proponha a executar |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
09 |
Consigo que outros
apoiem minhas recomendações |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
10 |
Tenho confiança de que posso ser
bem-sucedido em qualquer atividade |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
11 |
Não importa com quem
fale, sempre escuto atentamente |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
12 |
Faço as coisas que devem ser feitas sem
que os outros tenham que me pedir |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
13 |
Insisto várias vezes
para conseguir que as outras pessoas façam o que desejo |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
14 |
Sou fiel as promessas que faço |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
15 |
Meu rendimento no
trabalho é melhor do que o das outras pessoas com quem trabalho |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
16 |
Envolvo-me com algo novo só depois de
ter feito todo o possível para assegurar seu êxito |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
17 |
Acho uma perda de tempo
preocupar-me com o que farei da minha vida |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
18 |
Procuro conselhos das pessoas que são
especialistas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
19 |
Considero
cuidadosamente as vantagens e desvantagens de diferentes alternativas antes
de realizar uma tarefa |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
20 |
Não perco muito tempo pensando em como
posso influenciar as outras pessoas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
21 |
Mudo a maneira de
pensar se outros discordam energicamente dos meus pontos de vista |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
22 |
Aborreço-me quando não consigo o que
quero |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
23 |
Gosto de desafios e
novas oportunidades |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
24 |
Quando algo se interpõe ao que estou
tentando fazer, persisto em minha tarefa |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
25 |
Se necessário, não me
importo de fazer o trabalho dos outros para cumprir um prazo de entrega |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
26 |
Aborreço-me quando perco tempo |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
27 |
Considero minhas
possibilidades de êxito ou fracasso antes de começar a atuar |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
28 |
Quanto mais específicas forem minhas
expectativas em relação ao que quero obter na vida, maiores são minhas possibilidades
de êxito |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
|
Tomo decisões sem
perder tempo |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
30 |
Procuro levar em conta todos os
problemas que podem se apresentar e antecipo o que faria caso ocorram |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
31 |
Conto com pessoas
influentes para alcançar minhas metas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
32 |
Quando estou executando algo difícil e
desafiador, tenho confiança em meu sucesso |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
33 |
Tive fracassos no
passado |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
34 |
Prefiro executar tarefas que domino
perfeitamente e em que me sinto seguro |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
35 |
Quando me deparo com
sérias dificuldades, rapidamente passo para outras dificuldades |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
36 |
Quando estou fazendo um trabalho para
outra pessoa, me esforço, de forma especial, para que ela fique satisfeita
com o trabalho |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
37 |
Nunca fico
completamente satisfeito com a forma com que são feitas as coisas; sempre
considero que há uma maneira melhor de fazê-las |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
38 |
Executo tarefas arriscadas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
39 |
Conto com um plano
claro de vida |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
40 |
Quando executo um projeto para alguém,
faço muitas perguntas para assegurar-me de que entendi o que ela/ele quer |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
41 |
Enfrento os problemas
à medida que surgem, em vez de perder tempo antecipando-os |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
42 |
Para alcançar minhas metas, procuro soluções
que beneficiem todas as pessoas envolvidas em um problema |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
43 |
O trabalho que
realizo é excelente |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
44 |
Em algumas ocasiões obtive vantagens de
outras pessoas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
45 |
Aventuro-me a fazer
coisas novas e diferentes do que fiz no passado |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
46 |
Tenho diferentes maneiras de superar
obstáculos que se apresentam para a obtenção de minhas metas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
47 |
Minha família e minha
vida pessoal são mais importantes para mim do que as datas de entrega de
trabalho determinadas por mim mesmo |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
48 |
Encontro a maneira mais rápida de
terminar os trabalhos, tanto em casa quanto no trabalho |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
49 |
Peço coisas que as
outras pessoas consideram arriscadas |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
50 |
Preocupo-me tanto em alcançar minhas
metas semanais quanto minhas metas anuais |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
51 |
Conto com várias
fontes de informações ao procurar ajuda para a execução de tarefas e projetos |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
52 |
Se determinado método para enfrentar um
problema não der certo, recorro a outro |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
53 |
Posso conseguir que
pessoas com firmes convicções e opiniões mudem seu modo de pensar |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
54 |
Mantenho-me firme em minhas decisões,
mesmo quando as outras pessoas se opõem energicamente |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
55 |
Quando desconheço
algo, não hesito em admiti-lo |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
FOLHA DE AVALIAÇÃO DO QUESTIONÁRIO PADRÃO DE
AVALIAÇÃO DAS CCEs
INSTRUÇÕES
1. Anote os valores que aparecem no
questionário de acordo com os
números entre parênteses. Observe que os
números são consecutivos
nas colunas. Ou seja, a resposta n° 2
encontra-se logo abaixo da resposta
n° 1, e assim sucessivamente.
2. Atenção: faça as somas e subtrações
designadas em cada fileira para
poder completar a pontuação de cada CCE.
3. Suas pontuações podem necessitar de correção.
Verifique as últimas
instruções.
Avaliação das Afirmações Pontuação CCEs
Busca de Oportunidade e Iniciativa
_____ + _____ + _____ - _____ + _____ + 6 =
_____
(12) (23) (34) (45)
Persistência
_____ + _____ + _____ - _____ + _____ + 6 =
_____
(2) (13)
(24) (35) (46)
Comprometimento
_____ + _____ + _____ + _____ - _____ + 6 =
_____
(3) (14)
(25) (36) (47)
Exigência de Qualidade e Eficiência
_____ + _____ + _____ + _____ + _____ + 0 =
_____
(4) (15)
(26) (37) (48)
Correr Riscos Calculados
_____ + _____ + _____ - _____ + _____ + 6 =
_____
(5) (16)
(27) (38) (49)
Estabelecimento de Metas
_____ - _____ + _____ + _____ + _____ + 6 =
_____
(6) (17)
(28) (39) (50)
Busca de Informações
_____ + _____ - _____ + _____ + _____ + 6 =
_____
(7) (18)
(29) (40) (51)
Planejamento Monitoramento Sistemático
_____ + _____ + _____ - _____ + _____ + 6 =
_____
(8) (19)
(30) (41) (52)
Persuasão e Rede de Contatos
_____ - _____ + _____ + _____ + _____ + 6 =
_____
(9) (20)
(31) (42) (53)
Independência e Autoconfiança
_____ - _____ + _____ + _____ + _____ + 6 =
_____
(10)
(21) (32) (43) (54)
Fator de Correção
_____ - _____ - _____ - _____ + _____ + 18 =
_____
(11)
(22) (33) (44) (55)
FOLHA PARA CORRIGIR A PONTUAÇÃO
INSTRUÇÕES
1. O Fator de Correção (que é igual a soma das
questões 11, 22, 33, 44 e
55) é utilizado para determinar se a pessoa
tentou apresentar uma
imagem altamente favorável de si mesma. Se o
total desta soma for igual
ou maior a 20, então o total da pontuação das
10 CCEs deve ser
corrigido para poder dar uma pontuação mais
precisa da pontuação das
CCEs do indivíduo.
2. Empregue os seguintes números para fazer a
correção da pontuação:
Se o
total do Fator de Correção for: |
Diminua o
número abaixo da pontuação de todas |
24 ou 25 |
7 |
22 ou 23 |
5 |
20 ou 21 |
3 |
19 ou menos |
0 |
3. A seguir você poderá fazer as correções
necessárias
FOLHA DE PONTUAÇÃO CORRIGIDA
Pontuação Original - Fator de Correção = Total
Corrigido
Busca de Oportunidade e Iniciativa _____- ________ = _______
Persistência
_______ - ________ = _______
Comprometimento ________ - ________ = _______
Exigência de Qualidade e Eficiência ________ -
________ = _______
Correr Riscos Calculados ________- ________ =
_______
Estabelecimentos de Metas ________ - ________ =
_______
Busca de Informações ________ - ________ =
_______
Planejamento e Monitoramento Sistemático
________ - ________ = _______
Persuasão e Rede de Contatos ________ - _______
= _______
Independência e Autoconfiança ________ -
_______ = _______